Participando do primeiro evento de inauguração ao lado do presidente Lula desde que anunciou o tratamento de quimioterapia para combater um câncer linfático, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, adotou discursos emocionais ao entregar as obras em favelas do Rio. Apresentada mais uma vez pelo presidente Lula como "mãe do PAC", Dilma criticou governos anteriores e defendeu a Petrobras como instrumento de investimento social. Ao ver um menino de Manguinhos nadando no complexo aquático inaugurado na sexta-feira (29), Dilma disse que estava emocionada "Nosso desafio é mudar a vida da população, dar dignidade, dar valores. Dar condições materiais, sim, mas dar também condições espirituais, autoestima", disse ela, que se colocou no lugar das mães da comunidade. Um pouco pálida, mas aparentando boa disposição, Dilma referiu-se à doença indiretamente, agradecendo a solidariedade, as "preces" e a "torcida" que tem recebido.
A ministra retribuiu os elogios do governador Sérgio Cabral dizendo que a aliança com ele e o prefeito da capital, Eduardo Paes (PMDB), foi decisiva para empreender projetos na periferia em vez de privilegiar áreas ricas da zona sul. "O presidente sempre diz que é muito difícil colocar em andamento uma coisa que parou. E o Brasil tinha parado de investir em educação, em saúde, não fazia obras como esta aqui. Para voltar a fazer, tivemos que brigar muito, nos esforçar muito", afirmou. No Alemão, Dilma disse que a descoberta das reservas de petróleo da camada pré-sal poderá financiar o desenvolvimento social do País. "Essa riqueza vai garantir que o Brasil tenha dinheiro suficiente para construir casas, diminuir a pobreza, melhorar a educação e dar uma saúde de qualidade igual àquela das camadas mais ricas", defendeu a ministra, pouco depois de entregar uma das chaves dos 56 apartamentos finalizados no Alemão a uma moradora. Segundo Dilma, a Petrobras será uma grande financiadora de projetos sociais, proporcionando "uma espécie de PAC do pré-sal" no futuro. Convidados pela Presidência, cerca de 30 sindicalistas petroleiros que estavam na parte reservada na frente do palanque no Alemão criticaram a CPI da Petrobras no Senado. Nas camisetas, exibiam a frase "O Petróleo e a Petrobras. Tem que ser nosso. (sic)". Em Manguinhos, Cabral também criticou a CPI. Lembrando que a Petrobras é responsável por vários investimentos do PAC, disse que o objetivo da oposição é "tentar parar a locomotiva do Brasil". "O presidente Lula enfrenta a cada dia uma armadilha", afirmou.
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