Serra, Kassab e Sílvio Santos
Uma dúvida assaz incômoda tomou conta de mim. A questão se afigurou como existencial. Consultei Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger e Sartre, mas tais figuras do pensamento filosófico não me trouxeram respostas. Sugeriram-me, como prova do amor que cada um sente pelo conhecimento, buscar resposta na sabedoria insofismável do filósofo PRANCHUM, de Tiúma-PE, pois só ele teria o dom de sacar de mim esta angústia que me consumia.
Fui ao encontro de tão nobre inteligência no finalzinho de tarde. Encontrei-o sentado numa cadeira de praia, no centro de uma clareira. Pausadamente, aquele senhor que parecia não ter envelhecido, tomava goles de aguardente ao mesmo tempo em que escutava, num desses equipamentos modernos e a bom som, Bachianas Brasileiras (n. 5, Ária - Cantilena) de Villa-Lobos. Ao me notar, baixou um pouco o volume, olhou-me atentamente. Levantou-se e, em seguida, pediu-me para sentar na cadeira em que estava. De pronto, rejeitei tal cortesia. Ele voltou a cravar seus olhos (misto de agudez e ternura) nos meus. E, num átimo, lá estava o mestre PRANCHUM sentando no mato ralo que infestava a clareira. Sentei-me meio a contragosto e esperei que o mestre se acomodasse. Ele, então, dirigiu as primeiras palavras:
- O que o atormenta, Caro Cumpadi? Pergunte-me e tentarei responder e sanar sua aflição.
- O José Serra não está fazendo campanha antecipada, ó grande mestre de Tiúma? Perguntei-lhe de chofre.
O mestre semicerrou suas amolecidas pálpebras e assim ficou. Minutos depois, abriu os olhos completamente e retorquiu:
- Saiu no PIG?
Com ar grave, disse-lhe:
- Nunca há menção a tais fatos.
Ele, então, replicou:
- Se não está no PIG, então não há razão para sua angústia, Caro Cumpadi.
- Como assim, Mestre?!?! - repliquei.
- Se não está no PIG é porque o Serra está fazendo isso, sim.
- Mas... Por que a imprensa não noticia? - Perguntei envolvido por uma ingenuidade que me envergonhou instantaneamente.
- Vejamos: a concessão dos meios de comunicação é pública. A elite mesquinha que nos assombra como fantasmas logrou obter tais privilégios, apropriou-se desses instrumentos e afronta o poder público e o povo, verdadeiros donos desses meios...
Tomou mais um gole de aguardente e pôs-se a falar de novo:
- Você, Caro Cumpadi, acredita na incompetência da mídia corporativa quando ela deixa de dar furos ou deixa de noticiar fatos de grande importância para o crescimento do país no governo do meu Cumpadi LULA? Interessa a eles revelarem os fatos como eles são?
- Não - respondi-lhe de imediato.
- Então, como dizemos por estas bandas do Nordeste, "Num si avexi, não!" Denuncie a falta de compromisso e a descarada desinformação publicada diuturnamente por esta mídia asquerosa. Aposse-se da Blogosfera... Lá é que se dará a batalha final. Agora, vá e compartilhe isso com seus amigos de jornada. Vá que eu ficarei por aqui... Ainda há muito que tomar, muito que escutar do grande Villa-Lobos e muito que aprender.
Levantou-se quase no mesmo instante que eu. Abraçou-me afetuosamente e voltou a sentar na cadeira de praia onde antes eu havia me sentado. Pôs mais uma dose, desta vez "laiga", e aumentou o som...
Quando voltei à estrada de acesso a Tiúma, ainda pude ouvir a Ária Cantilena entoada, magistralmente, pelo filósofo PRANCHUM. Os raios solares começavam a se dissipar vorazmente... Do Blog Terra Brasilis
Fui ao encontro de tão nobre inteligência no finalzinho de tarde. Encontrei-o sentado numa cadeira de praia, no centro de uma clareira. Pausadamente, aquele senhor que parecia não ter envelhecido, tomava goles de aguardente ao mesmo tempo em que escutava, num desses equipamentos modernos e a bom som, Bachianas Brasileiras (n. 5, Ária - Cantilena) de Villa-Lobos. Ao me notar, baixou um pouco o volume, olhou-me atentamente. Levantou-se e, em seguida, pediu-me para sentar na cadeira em que estava. De pronto, rejeitei tal cortesia. Ele voltou a cravar seus olhos (misto de agudez e ternura) nos meus. E, num átimo, lá estava o mestre PRANCHUM sentando no mato ralo que infestava a clareira. Sentei-me meio a contragosto e esperei que o mestre se acomodasse. Ele, então, dirigiu as primeiras palavras:
- O que o atormenta, Caro Cumpadi? Pergunte-me e tentarei responder e sanar sua aflição.
- O José Serra não está fazendo campanha antecipada, ó grande mestre de Tiúma? Perguntei-lhe de chofre.
O mestre semicerrou suas amolecidas pálpebras e assim ficou. Minutos depois, abriu os olhos completamente e retorquiu:
- Saiu no PIG?
Com ar grave, disse-lhe:
- Nunca há menção a tais fatos.
Ele, então, replicou:
- Se não está no PIG, então não há razão para sua angústia, Caro Cumpadi.
- Como assim, Mestre?!?! - repliquei.
- Se não está no PIG é porque o Serra está fazendo isso, sim.
- Mas... Por que a imprensa não noticia? - Perguntei envolvido por uma ingenuidade que me envergonhou instantaneamente.
- Vejamos: a concessão dos meios de comunicação é pública. A elite mesquinha que nos assombra como fantasmas logrou obter tais privilégios, apropriou-se desses instrumentos e afronta o poder público e o povo, verdadeiros donos desses meios...
Tomou mais um gole de aguardente e pôs-se a falar de novo:
- Você, Caro Cumpadi, acredita na incompetência da mídia corporativa quando ela deixa de dar furos ou deixa de noticiar fatos de grande importância para o crescimento do país no governo do meu Cumpadi LULA? Interessa a eles revelarem os fatos como eles são?
- Não - respondi-lhe de imediato.
- Então, como dizemos por estas bandas do Nordeste, "Num si avexi, não!" Denuncie a falta de compromisso e a descarada desinformação publicada diuturnamente por esta mídia asquerosa. Aposse-se da Blogosfera... Lá é que se dará a batalha final. Agora, vá e compartilhe isso com seus amigos de jornada. Vá que eu ficarei por aqui... Ainda há muito que tomar, muito que escutar do grande Villa-Lobos e muito que aprender.
Levantou-se quase no mesmo instante que eu. Abraçou-me afetuosamente e voltou a sentar na cadeira de praia onde antes eu havia me sentado. Pôs mais uma dose, desta vez "laiga", e aumentou o som...
Quando voltei à estrada de acesso a Tiúma, ainda pude ouvir a Ária Cantilena entoada, magistralmente, pelo filósofo PRANCHUM. Os raios solares começavam a se dissipar vorazmente... Do Blog Terra Brasilis
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