O historiador Célio Turino é o secretário da Secretaria da Cidadania Cultural do Ministério da Cultura. Ex- secretário de Cultura do município de Campinas (gestão 90/92), SP, foi diretor do Departamento de Programas de Lazer na Secretaria de Esporte da cidade de São Paulo, (gestão 2000/2004), Célio Turino foi convidado pelo então ministro Gilberto Gil para iniciar um projeto de parceria com as ações culturais que existiam na sociedade brasileira. Na antiga Secretaria de Programa e Projetos Culturais do MinC, a idéia do Do-in Cultural virou Ponto de Cultura, tomou corpo e sustentação sob sua gestão.
Hoje são quase mil Pontos de Cultura. São quase mil ações de brasileiros reconhecidos pelo Ministério da Cultura e as secretarias de Cultura dos estados do país. O projeto virou Programa Cultura Viva com desdobramentos políticos sobre questões da Saúde, Comunicação, Economia Sustentável, Meio Ambiente, transversalizando uma máquina federal dura, antiquada e estanque. Dessa experiência surgiu o livro “Pontos de Cultura – O Brasil de Baixo Para Cima”.
A seguir uma entrevista com o secretário Célio Turino onde conta sobre o futuro dos Pontos de Cultura e sobre o trabalho de escrever um livro relatando essa experiência.
Os Pontos de Cultura são uma experiência nova na relação Estado/população. Você acredita que esse tipo de parceria é uma tendência no mundo?
Célio Turino: Sem dúvida, o que mais tem chamado atenção para os Pontos de Cultura, é esta nova relação mediadora entre Estado e Sociedade. Percebo que há um ambiente propício na América Latina, porém, no velho mundo, noto até mesmo uma dificuldade em compreender esta necessidade, principalmente por parte dos governos, ainda presos a velhos conceitos e formas de governar
A cultura das ruas é criativa e ágil, como o Estado pode se modernizar para acompanhar as mudanças?
CT: Ponto de Cultura é um exemplo desta nova postura do Estado, mais ágil e legitimando manifestações antes não consideradas como cultura.
Muitos integrantes dos Pontos de Cultura gostariam de saber como manter o projeto independente de questões partidárias. Quais são as ações do MinC nesse sentido?
CT: Os Pontos de Cultura precisam se fortalecer enquanto movimento, pois essa é a principal garantia de perenização do programa; por outro lado, avançamos na descentralização do programa, envolvendo outros níveis de governo que não apenas o federal e caminhamos para a formulação de uma lei do protagonismo e autonomia cultural, que, do meu ponto de vista, deve vir por iniciativa popular, com abaixo assinado e tudo, sem que seja apropriada por nenhuma pessoa. Ou seja, a maior garantia está nas próprias pessoas.
Questões burocráticas são o grande entrave na participação dos grupos culturais espalhados pelo país. Como você vê esses problemas e quais as possíveis soluções?
CT: Avançamos muito com a descentralização da rede de Pontos, via governos estaduais ou de grandes municípios, mas a grande mudança só acontecerá com mudanças mais profundas, de paradigmas de Estado. Um Estado educador, ampliado e amalgamado com seu povo, para mim, é o caminho. De certa forma, é o que exercitamos com os Pontos de Cultura.
Os Pontos de Cultura tratam de cultura, educação, meio ambiente, saúde, sustentabilidade, cultura digital e cidadania em suas localidades. Como transportar essa experiência para um Estado departamentado?
CT: Por isso mesmo o Ponto de Cultura tem despertado tanto interesse, na ponta, no território, essa trasnversalidade acontece com mais naturalidade, mas ainda há um caminho a percorrer.
O livro Pontos de Cultura – O Brasil de baixo para cima é um livro documental ou uma narrativa da experiência a frente do projeto? Quanto tempo demorou para escrevê-lo?
CT: Acho que neste livro são 3 Célios que se apresentam, o gestor, o militante político e o historiador; intercalo capítulos mais narrativo/poéticos, com outros mais analítico/conceituais e, ao fim, eu próprio me reencontro e descubro quem sou. Tudo isso está no livro. Escrevi durante uns 4 anos, quase todo em aviões e hotéis; em minhas viagens pelo Brasil afora (e fiz muitas viagens) ia registrando e refletindo sobre o que via.
Twitter: http://twitter.com/celioturino - Site: www.celioturino.com.br
Hoje são quase mil Pontos de Cultura. São quase mil ações de brasileiros reconhecidos pelo Ministério da Cultura e as secretarias de Cultura dos estados do país. O projeto virou Programa Cultura Viva com desdobramentos políticos sobre questões da Saúde, Comunicação, Economia Sustentável, Meio Ambiente, transversalizando uma máquina federal dura, antiquada e estanque. Dessa experiência surgiu o livro “Pontos de Cultura – O Brasil de Baixo Para Cima”.
A seguir uma entrevista com o secretário Célio Turino onde conta sobre o futuro dos Pontos de Cultura e sobre o trabalho de escrever um livro relatando essa experiência.
Os Pontos de Cultura são uma experiência nova na relação Estado/população. Você acredita que esse tipo de parceria é uma tendência no mundo?
Célio Turino: Sem dúvida, o que mais tem chamado atenção para os Pontos de Cultura, é esta nova relação mediadora entre Estado e Sociedade. Percebo que há um ambiente propício na América Latina, porém, no velho mundo, noto até mesmo uma dificuldade em compreender esta necessidade, principalmente por parte dos governos, ainda presos a velhos conceitos e formas de governar
A cultura das ruas é criativa e ágil, como o Estado pode se modernizar para acompanhar as mudanças?
CT: Ponto de Cultura é um exemplo desta nova postura do Estado, mais ágil e legitimando manifestações antes não consideradas como cultura.
Muitos integrantes dos Pontos de Cultura gostariam de saber como manter o projeto independente de questões partidárias. Quais são as ações do MinC nesse sentido?
CT: Os Pontos de Cultura precisam se fortalecer enquanto movimento, pois essa é a principal garantia de perenização do programa; por outro lado, avançamos na descentralização do programa, envolvendo outros níveis de governo que não apenas o federal e caminhamos para a formulação de uma lei do protagonismo e autonomia cultural, que, do meu ponto de vista, deve vir por iniciativa popular, com abaixo assinado e tudo, sem que seja apropriada por nenhuma pessoa. Ou seja, a maior garantia está nas próprias pessoas.
Questões burocráticas são o grande entrave na participação dos grupos culturais espalhados pelo país. Como você vê esses problemas e quais as possíveis soluções?
CT: Avançamos muito com a descentralização da rede de Pontos, via governos estaduais ou de grandes municípios, mas a grande mudança só acontecerá com mudanças mais profundas, de paradigmas de Estado. Um Estado educador, ampliado e amalgamado com seu povo, para mim, é o caminho. De certa forma, é o que exercitamos com os Pontos de Cultura.
Os Pontos de Cultura tratam de cultura, educação, meio ambiente, saúde, sustentabilidade, cultura digital e cidadania em suas localidades. Como transportar essa experiência para um Estado departamentado?
CT: Por isso mesmo o Ponto de Cultura tem despertado tanto interesse, na ponta, no território, essa trasnversalidade acontece com mais naturalidade, mas ainda há um caminho a percorrer.
O livro Pontos de Cultura – O Brasil de baixo para cima é um livro documental ou uma narrativa da experiência a frente do projeto? Quanto tempo demorou para escrevê-lo?
CT: Acho que neste livro são 3 Célios que se apresentam, o gestor, o militante político e o historiador; intercalo capítulos mais narrativo/poéticos, com outros mais analítico/conceituais e, ao fim, eu próprio me reencontro e descubro quem sou. Tudo isso está no livro. Escrevi durante uns 4 anos, quase todo em aviões e hotéis; em minhas viagens pelo Brasil afora (e fiz muitas viagens) ia registrando e refletindo sobre o que via.
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