terça-feira, 30 de março de 2010

Serra usa métodos da ditadura para enfraquecer movimento de professores

A infiltração de policiais à paisana na manifestação dos professores, pertencentes ao serviço reservado da Polícia Militar (a chamada P2), é motivo de preocupação entre as lideranças dos professores da rede estadual de ensino – cuja greve entra na quarta semana e que programam nova manifestação para a tarde desta quarta-feira, 31/-03 –, em São Paulo. Maria Isabel Azevedo Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apoesp) não esconde sua indignação com a descoberta de que o ato de sexta-feira, 26/03, ocorrido nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, teve a ação de agentes do serviço reservado da PM, se fazendo passar por manifestantes. “Agente infiltrado em nossa manifestação? A troco de quê? Isso é coisa da época da ditadura.”
Ontem, a Apeoesp descobriu que o agente secreto, identificado pela própria PM, tinha embarcado como se fosse professor no ônibus da delegação de Osasco, município da Grande São Paulo. Ele aparece em foto do jornal O Estado de São Paulo, carregando nos braços a policial militar Erika Cristina Moraes de Souza Canavezi – aparentemente atingida nos confrontos do último dia 26 – que deixaram 16 feridos, vítimas de disparos de balas de borracha, estilhaços de bombas de efeito moral, golpes de escudos e cassetetes.
“Passamos a considerar ter havido armação para sensibilizar a sociedade e jogá-la contra o nosso movimento”, diz Izabel. “Todos pensavam que aquela policial feminina, frágil, indefesa, socorrida por manifestante, era uma vítima de nós, bárbaros professores. Se analisarmos com cuidado, o capacete dela está retinho. A roupa toda alinhada, como se tivesse saído da lavanderia. Para quem disse ter levado uma paulada, é de se estranhar. Os dois estão arrumadinhos, ajeitadinhos. Esquisito demais. ” Brasília Confidencial.

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