domingo, 18 de julho de 2010

Sobre libertar-se da ditadura

Quando enfim o esboço da Comissão Memória e Verdade ainda não institucionalizada em outubro do ano passado trouxe para o Ceará sua terra da luz os restos mortais do herói brasileiro da guerrilha do Araguaia Bérgson Gurjão Farias há décadas indigente desconhecido e inseputo para ser velado e homenageado no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal do Ceará com a honra e a pompa reservada somente aos libertários da nação. O Jornal O Povo publicou pagina temática dia 06/10/2009 sobre essa historia ainda inconclusa no Brasil e o texto intitulado: Caravana da Anistia para nossas ruas de minha autoria constava na pagina. Ao ler o email de Marcelo Zelic ao Paulo Henrique Amorim e os comentários resolvi revisá-lo e após conversar com o Editor Chefe Daniel Bezerra reerguer através do Blog da Dima sua bandeira junto com a iniciativa de Marcelo Zelic. Ele segue abaixo dos comentários de:

Sai Médici, entra Frei Tito
O Conversa Afiada reproduz e-mail do amigo navegante Marcelo Zelic:
Caro Paulo Henrique, envio aos amigos navegantes do Conversa Afiada o manifesto pela troca do nome da praça do ditador Médici.
PELO DIREITO A MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA. PELO RESPEITO À MEMÓRIA DOS QUE MORRERAM E DESAPARECERAM LUTANDO POR UM BRASIL JUSTO E DEMOCRÁTICO. PELA REPONSABILIZAÇÃO DOS TORTURADORES DO REGIME MILITAR.
Abraços
Marcelo Zelic - Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão
Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo - Coordenador do Projeto Armazém Memória
(11) 3052-2141 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3052-2141 end_of_the_skype_highlighting - (11) 9206-9284 - www.armazemmemoria.com.br
mzelic@uol.com.br

PRAÇA “EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI” NUNCA MAIS!
Em 1964 ocorreu no Brasil um golpe militar que instarou a mais longa ditadura que já vivenciamos. Foram vinte e um anos de repressão. Muitas pessoas foram presas e barbaramente torturadas; peças de teatro, jornais, revistas e livros foram censurados; órgãos como a UNE (União Nacional de Estudantes) postos na ilegalidade; os partidos políticos foram fechados, sendo permitida a existência somente de dois partidos; opositores foram exilados; civis julgados em tribunais militares; e até hoje temos desaparecidos políticos no Brasil: pessoas que foram presas, torturadas e desapareceram, não sendo esclarecido à família e à sociedade as circunstâncias desses desaparecimentos.
Para que possamos superar todos estes fatos faz-se necessário implementar os mecanismos da chamada Justiça de Transição. Estes mecanismos devem ser utilizados em países que passaram por regimes ditatoriais ou totalitários para que a democracia possa ser reconstruída. Há três preceitos básicos a serem implementados: verdade, justiça e reparação. A verdade, se relaciona com a abertura dos arquivos públicos, com a construção de monumentos e memoriais em homenagem às vítimas da ditadura. A justiça, com a punição dos culpados, sejam torturadores, mandantes ou financiadores. A reparação, se refere não somente a uma reparação econômica, mas também moral e política, ou seja, o amplo esclarecimento dos fatos.
A universidade, como espaço de livre pensamento, sempre foi um foco de construção democrática e de fomento de uma nova realidade, pautada na liberdade e na justiça. Através da ação de diversos de seus atores – e nem sempre institucionalmente – tem cumprido ao longo da história um importante papel na defesa das liberdades civis e dos Direitos Humanos, em sua resistência contra a opressão e à violência.
Dentro disso, é absurdo constatar que uma praça no principal campus da Pontifícia Universidade Católica de Campinas eternize a memória do general Emilio Garrastazu Medici, o general dos anos de chumbo da ditadura militar, responsável pelo endurecimento das perseguições políticas e pela efetiva implementação do nefasto Ato Institucional n°5 (AI 5), responsável por mortes, desaparecimentos forçados e torturas de presos políticos.
Curioso, ainda, que tal homenagem se refere à constante preocupação do ditador com “a educação e cultura do povo brasileiro”, apesar das prisões e exílios de intelectuais, da censura à músicas, peças teatrais e à imprensa e, especialmente, pelo ceifeamento do salutar debate acadêmico, então vigiado e sob forte controle dos agentes da repressão. Em tais termos, a cumplicidade desta universidade com o regime foi, além de imoral, escandalosa, cuja reparação é medida de rigor.
Para tanto, não basta a simples exclusão desta odiosa homenagem. Isso significa esquecimento, e o que necessitamos é de memória. Memória àqueles que lutaram e resistiram contra a ditadura, a fim de que esta não mais se repita.
Assim, dentro dos preceitos da Justiça de Transição, e em reconhecimento à resistência de diversos integrantes da Igreja que esta universidade representa, entendemos ser de plena justiça a homenagem à Frei Tito de Alencar Lima, histórico lutador e consequente vítima do regime ditatorial, cujas torturas o levaram ao suicídio.
Manter a homenagem aos algozes do povo brasileiro significa uma violência permanente. Este reconhecimento por parte da PUC-Campinas cumprirá um papel de reparação e uma oportunidade de remissão desta universidade, sedimentando um compromisso com o futuro e não mais com um passado sangrento.

PELO DIREITO A MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA. PELO RESPEITO À MEMÓRIA DOS QUE MORRERAM E DESAPARECERAM LUTANDO POR UM BRASIL JUSTO E DEMOCRÁTICO. PELA REPONSABILIZAÇÃO DOS TORTURADORES DO REGIME MILITAR.
As entidades que subcrevem este manifesto, junto com a solidariedade das demais entidades civis, pessoas físicas e jurídicas que o apoiam, exigem que a PUC-Campinas remova a homenagem à Ditadura Militar em sua praça “Emilio Garrastazu Médici”, ostentando no local a “PRAÇA FREI TITO DE ALENCAR LIMA (1945 – 1974)” em memória dos que lutaram e que ainda aguardam justiça.
Campinas, 05 de julho de 2010

Centro Acadêmico XVI de Abril - Núcleo de Preservação da Memória Política - Fórum de Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo - Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo - Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CONDEPE) - Fórum de Direitos Humanos de Campinas.
Segue os seguintes comentários:
Jesus Baccaro disse:6 de julho de 2010 às 9:18 Excelente idéia! O mesmo aconteceu em São Carlos que tinha rua com o nome do
nefasto delegado Fleury e foi mudado para Helder Câmara
Jussara disse:6 de julho de 2010 às 8:43
Aqui em São Carlos (SP), depois de um ano de movimentação, a Cãmara Municipal conseguiu tirar o nome da rua Sérgio Paranhos Fleury (argh!) e substituiu por rua Dom Helder Câmara. Uma vitória. O vereador que tomou a iniciativa foi Lineu Navarro (PT).
Luis Rodrigues disse:6 de julho de 2010 às 0:58 - Apoio total a proposta Maria de Fátima disse:6 de julho de 2010 às 0:14 - Aqui em Uberlândia (MG)está chovendo nome de ditadores na cidade.
Marcelo Zelic disse:5 de julho de 2010 às 18:25 - Quem quiser assinar a petição on line ACESSE: http://www.petitiononline.com/medici1/petition.html
Edson Gomes disse:5 de julho de 2010 às 17:48 - Deveriam ser retiradas TODAS as denominações de espaços e prédios públicos – federais, estaduais e municipais – nominados em homenagens aos Médici, Costa e Silva, Geisel, Figueiredo, Castelo Branco, ACM, Sarney, Maluf,Luiz Eduardo Magalhães, Nilo Coelho, Petronio Portela, etc., substituindo-as pelos nomes de brasileiros que fizeram por merecer tais lembranças (Darcy Ribeiro, Tancredo, Paulo Freire, Ulisses Guimarães, etc.
Taiguara disse: 5 de julho de 2010 às 17:20 - Aqui em Minas já mandamos para a latrina, as placas de uma rua que se chamava Dan Mitrione.
João Cesar disse:5 de julho de 2010 às 16:22 - Apoiado. Está mais do que na hora de limparmos nossas cidades, dessas “personalidades” criadas pela ditadura militar.
Cláudio Vilaça disse: 5 de julho de 2010 às 15:42 - abaixo assinado:eis o caminho amigo! se quiser MG apóia ! manda pra gente! Nós aqui do Piauí apoiaremos seu abaixo assinado para tirar de vez o nome desses fascínoras dos Edifícios e Monumentos construidos ao longo dessa ditadura nojenta e vergonhosa que macha nossa história. Conte conosco, amigo.
Maria Carolina Bissoto disse:5 de julho de 2010 às 16:57 - Claudio, O link para o manifesto é http://www.petitiononline.com/medici1/petition.html

Peço que assinem e divulguem.
Go Oliveria disse:5 de julho de 2010 às 15:22 - Vou torcer para que esta geração nova do Exército Brasileiro perceba que isto nada tem a ver com ela. Ninguém pode ser culpado pelos crimes cometidos no passado quando não se tenha participado,
contribuído ou se omitido com relação a esses crimes. Espero que esta geração nova fique do lado da Democracia, entendendo a luta do Tortura Nunca Mais.
Janes Rodriguez disse:5 de julho de 2010 às 15:20 - Pergunto: e dentro dessa Universidade, ninguém tem vergonha de ostentar esse nome numa praça do campus? Bem se vê que a universidaqde brasileira está divorciada da nossa realidade e desvinculada da nossa História. É o fim da picada!!!!!!!!!
Scan disse 5 de julho de 2010 às 15:15 - Nome de assassino numa praça? Limpa já essa porcaria! Alvíssaras
Waldir disse: 5 de julho de 2010 às 14:52 - Aqui em São Luis (MA) uma das maiores avenidas da cidade tinha sido batizada de Av. Presidente Médici. Há uns 8/9 anos a Câmara de Vereadores mudou o nome para Avenida dos Africanos. Infelizmente, ainda temos uma avenida Castelo Branco e um dos novos municípios do estado tem o nome do carrasco mor, Médici.
Aleixo de Oliveira disse: 5 de julho de 2010 às 14:49 - Prezado PHA, equipe e navegantes: O nome desses ditadores e asseclas tevem continuar aonde estão,
pois os brasileiros jovens têm o direito de saber que houve uma época no país que as pessoas não podiam opinar contra os atos errados do governo. Ao invés de trocar a placa, basta arrumar um espaço abaixo do nome do flagelador e colocar entre parênteses a seguinte frase “Assassino e torturador”.
Renato Valença disse: 5 de julho de 2010 às 14:43 - A ditadura no Brasil faz parte da historia do pais, não vai ser tirando placa do nome deste maluco ,que vamos esquecer o que houve aqui no pais .Acho que temos que deixar sim ,e lembrar destes caras como uns assino do povo da liberdade ,da democracia e do fato de
simplesmente ser diferente
Richard disse: 5 de julho de 2010 às 14:36 - MAS o Globo quer colocar em Lua a pecha de lidar com ditadores. se esqueceram que eles mesmos elogiaram em editorial os golpistas de 64.
veja a manchete do Globo de hoje
http://anaispoliticos.blogspot.com/2010/07/ditadura-e-globo.html
Filipe J.M. disse: 5 de julho de 2010 às 13:58 - A ditadura continua nos surpreendendo a cada esquina. Seja na violência da segurança pública, seja na construção de heróis. Esta praça Médici, infelizmente, esta longe de ser um caso isolado, mas é um símbolo da nossa transição democrática aos cotovelos. Estarrece ainda mais por ser em uma universidade…esse tipo de construção ideológica é terrivelmente perniciosa. Para apoiarmos o manifesto, segue a petição online http://www.petitiononline.com/medici1/petition.html
Expurguemos a ditadura, para nunca mais!
Márcia Regina disse:5 de julho de 2010 às 13:45 - Apoio total à troca do nome da Praça, renomeando-a por Frei Tito! Já que não conseguimos avançar nesse assunto com o PNDH3, vamos implementando algumas iniciativas e fazendo o cerco para chegarmos à verdade, justiça e reparação.
Rogério Floripa (Pra não homenagear Floriano) disse;5 de julho de 2010 às 13:33
Demorou. :)
Documentário – Brazil: A Report on Torture
Um documentário forte e impactante que resgata a memória de um período sombrio da História do Brasil. http://baixandonafaixa.blogspot.com/2010/04/documentario-brazil-report-on-torture.html
Wendel Oliveira disse: 5 de julho de 2010 às 13:17 - Que boa Notícia. Vejamos se todos os mecanismos da chamada “Justiça de Transição” serão realmente cumpridos aqui como está sendo na Argentina. Para quem tiver interesse em conhecer mais sobre a tortura sofrida pelo novo homenageado da Placa (o Frei Tito), existe um excelente filme “BATISMO DE SANGUE”, que de quebra mostra ainda uma visão humanista do nosso revolucionário baiano Mariguela.
Feira de Santana – Bahia bira disse:5 de julho de 2010 às 13:17 - Tomara que consigam.
Andre disse: 5 de julho de 2010 às 12:28 - essa é uma discussão que deveria ser nacional, com entidades nacionais e no congresso!!! nao da pra deixar essa questao por iniciativa municipal… por mais q nome de logradouros seja decidido na camara municipal. o Brasil é “infestado por essa praga” de homenagem aos golpistas torturadores, aqui em Praia Grande é uma farra! o lindo nome de Av. Beira Mar virou Castelo Branco (que horror) e Tupiniquins virou Costa e Silva (isso que é mau-gosto!) ahhhh e quando quiseram homenagear o Ayrton Senna com o nome de uma rodovia pq escolheram a Rodovia dos TRABALHADORES ao invés de Castelo Branco ou Dutra por exemplo…? foi bem interessante a escolha de quem é que perderia a homenagem
Emir Sader disse;5 de julho de 2010 às 12:02 - No Rio, exatamente atrás da Uerj, há uma praça Castelo Branco, esquina com Avenida Garastazu Médici, chamando-os de presidentes, quando foram ditadores. Fizemos um movimento que conseguiu aprovar na Câmara de Vereadores para mudar os nomes, mas o então prefeito Cesar Maia vetou.
Urbano disse;5 de julho de 2010 às 11:52 - Se retirarem o nome de todos os trevosos dos logradouros brasileiros, a Empresa de Correios terá que refazer o código de enderaçamento postal.
Pedro disse: 5 de julho de 2010 às 11:51 - Concordo. Não há razão para preservar essa gente em homenagens. Seria o mesmo que dar o nome de uma praça ao “maníaco do parque”, por exemplo. Mas seria importante, também, revisarmos a ação político-partidária nos anos de chumbo, saber, por exemplo, por que certos políticos não foram cassados: que razão tiveram os militares para não cassarem, por exemplo, o ínclito senador Simon? Será que foi por medo da população que ele representava, ou apenas porque o mesmo sempre foi “biombo” e “cortina” para as ações repressivas. Aquele que deu ares de “democracia” ao que havia de pior? Pois é.
Jbmartins disse: 5 de julho de 2010 às 11:50 - Apoio total, mais temos que ir muito mais fundo e demantelar os causadores do Ditabranda.
EDSON HAUTSCH disse; 5 de julho de 2010 às 11:44 - Eu já sou mais radical. Acho que a praça inteira deveria ser demolida. Pra varrer da memória de vez, assassinos dessa natureza.
Eu mesmo disse: 5 de julho de 2010 às 12:01 - Respeitosamente, discordo. Não podemos esquecer nem devemos perdoar. “Quem não conhece a história está condenado a repeti-la”.Concordo plenamente com a mudança do nome e ainda acho que deveria haver uma placa no local explicando o motivo da troca.

Carlos G P Lenz disse:5 de julho de 2010 às 12:29 - Apoiado !
Judson Clayton Maciel disse: 5 de julho de 2010 às 11:42
PHA, Sobre o assunto, está rolando uma petição ‘online’. Quem puder, assina lá:
http://www.petitiononline.com/mod_perl/signed.cgi?medici1&1
Rogerio disse: 5 de julho de 2010 às 11:39 - Um parente meu eleito vereador em Teofilo Otoni, Minas Gerais, durante o seu mandato, conseguiu retirar de todos os locais publicos, entre eles: escolas, ruas, salas etc o nome de todos os generais que governaram o país durante a ditadura. Ele limpou a cidade.
Sergio disse: 5 de julho de 2010 às 18:15 - Via Teófilo Otoni.
Gustavo Lucena disse: 5 de julho de 2010 às 11:38 - Impressiona o que tem de rua, colégio, praça com o nome de Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Olimpio Mourão, Felinto Miller, Plínio Salgado, Tarcísio Maia, ACM e outros filhotes e paizões da ditadura. Usaram o mesmo artífice do regime stalinista, ou seja, o culto a personalidade. Ainda estar para nascer um Nikita Krushev tupiniquim para deletar das coisas públicas nomes que prestaram tanto desserviço ao Brasil.
C R TEIXERA disse: 5 de julho de 2010 às 11:16 - Infelizmente o país está cheio de homenagens a estes clá, aliás, sujeitos. Me vem a mente que em São Paulo tem uma rua com o nome do torturador Sergio Paranhos Fleury, no Pará, se não me engano, uma cidade chamada Curionópolis , o nome dos oficiais militares usurpadores estão em ruas, avenidas, escolas e etc. Isto vai mudar, tem que mudar. Nos dias de hoje a história não é escrita somente pelos “vencedores”, a verdadeira justiça histórica se fará, é uma questão de tempo
Armando do Prado disse: 5 de julho de 2010 às 10:38 - Aqui em Sampa temos o monstrengo do elevado Costa e Silva, ponte Milton Tavares, et caterva. Absurdos que precisam ser corrigidos.
Lucas Jerzy Portela disse: 5 de julho de 2010 às 10:29 - Em PeriPeri, suburbio de Salvador, há uma Praça da Revolução. Não se trata da Revolução Malê, dos Buzios, da Guerra de Independencia que cuminou no Dois de Julho de 1823; nem da Revolta dos Mascatas ou da Revolução dos Alfaiates, nem da Conjuração Bahiana, nem da Sabinada. Trata-se da Revolução de Primeiro de Abril de 1964 – que como sabemos não foi revolução, nem contra-revolução, foi Golpe mesmo!
yacov disse: 5 de julho de 2010 às 10:13 - E existem muitos outros logradouros, pças e monumentos com nomes de criminosos em SAMPA, que são uma verdadeira ofensa ao nosso senso de justiça. MUDA JÁ!!! Já que a Lei da Anistia não foi revista por nossos çábios juristas, que pelo menos os nomes dos assassinos e criminosos da ditadura não sejam perpetuados. Até quando seremos obrigados a engolir esta afronta???
“O BRASIL DE VERDADE não passa na gLOBo – O que passa na gLOBo é
um braZil zil zil para TOLOS”

Segue o Artigo
Caravana da Anistia para nossas ruas
Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Júnior
06 Out 2009 - 02h23min Jornal O Povo. Revisado meio dia de 13 de julho de 2010
Em São Paulo, nasce a ideia de, mais uma vez, mudar o nome de uma das dez mais importantes rodovias do Brasil: a velha Via Oeste que foi renomeada há 40 anos - no auge da ditadura militar - como Rodovia Castelo Branco. Querem transformá-la em Rodovia João Goulart. Faz jus à sedimentação da democracia brasileira, que deve colocar quem atentou contra o Estado Democrático de Direito no devido lugar: o ostracismo histórico. Eles criaram um Estado Terrorista com tal da Revolução Redentora de 31 de Março.... Que nunca passou de fato de um Golpe Civil militar num presidente democraticamente eleito e já por duas vezes Jango tinha mais votos para vice presidente que o próprio Janio Quadros a presidência. Ele já tinha sido vice de J.K.
Foi um golpe covarde e a traição, eclodida de fato no dia 1 de abril; o dia da mentira.
A iniciativa de mudar denominações de vias batizadas com nomes de ditadores , aqui em Fortaleza, eu e outros já tinhamos sugerido anos antes. No entanto, ao inaugurar o Cuca Che Guevara a propaganda oficial do município terminou fazendo o contrário, dando até destaque a uma dessas figuras: colocou o endereço do Cuca na avenida Castelo (na verdade, o nome oficial é avenida Presidente Marechal Castelo Branco) Assim mesmo por extenso.E sua única placa está aposta na esquina com a rua Baturité, no lugar da placa da rua Cel. Franco Rabelo - o homem que, junto com o povo, destronou a tirânica oligarquia Acioly. No começo do ultimo século do milênio passado. Numa revolução urbana que durou 4 dias e quando o Povo queimou o Palácio do Governo e destruiu os jarros e jardins exclusivos da elite da praça central da cidade de Fortaleza.
A entrada do Cuca Che Guevarra, na verdade, é na Beira Rio. E não na Castelo Branco, que não existe nem de fato nem de direito! Nem em placa de rua, nem em catálogo telefônico. Até a linha de ônibus, lá, é Leste Oeste.Av. Castelo Branco só existe no convite da Prefeitura! Quando, no mínimo, o nome impresso deveria ser avenida José Lima Verde, que é nome oficial da avenida Beira Rio. Agora 2010 em menos de um ano a prefeitura de Fortaleza fez centenas de buracos nas esquinas de duas das principais avenidas da cidade e fixou neles postes com o nome de Presidente Castelo Branco e Presidente Costa e Silva. Placas mentirosas o povo não votou neles para eles serem presidentes. São ditadores.
Sinceramente, nem o Marechal Castelo Branco merece, nem o Comandante Che Guevara tampouco. Quem será o responsável por essas incoerências? Porque ela não é a única.
Existe em Fortaleza um parque ecológico chamado de presidente Ernesto Geisel.
Um edil pretende trocar o nome da Praça 31 de Março para Praça dom Helder. É louvável, se não fosse plágio de outra infeliz idéia: a sugestão de trocar o nome da avenida Beira Mar para avenida dom Aloísio. É que nenhum dos dois e com todo respeito - pegou onda ou flanou no calçadão, apreciando o murmurar do mar, as garotas da Jurema ou, quiçá, cometeu gula nas peixadas destes verdes mares... Mesmo porque o nome ideal para colocar o nome do santo arcebispo de Olinda e Recife seria o Mercado Central, erguido no lugar da casa em que ele nasceu.
A bem da verdade, a Praça 31 de março nem sequer existe, foi arrasada por um circo. Além de ter vida efêmera, oficialmente, pois uma das primeiras atitudes da Administração Popular do PT no Brasil a da prefeita Maria Luiza Fontenele foi a de denominá-la Praça do Trabalhador. Por decreto. Não pegou e não pega. Não tem futuro. Até que, lá, seja construído um equipamento urbano que não seja praça. Porque 31 é o nome da praça que não mais existe, nem no inconsciente coletivo da Cidade.
Dói mesmo é ver o Centro Social Urbano de Fortaleza Presidente Médici ter sua denominação reiterada pela atual administração municipal em completa contradição com o pensamento de Luizianne e do PT. Tem histórico: a Administração Popular da Maria Luiza Fontenele chamava-o de: C. S. U. da Avenida Borges de Melo. Em cliping, informes e convites. Maria Luiza recusou-se oficialmente denominá-lo de Médici. A atual gestão o requalifica pintando em letras garrafais vermelhas: ``Centro de Cidadania Presidente Médici``. Diga aí se pode... Uma agressão a cidadania e o General deve estar se estrebuchando todo na sua tumba com esse novo aliado imposto sem poder fazer nada. Podemos nos.
Nesse rumo, vão nomear com realce a avenida Presidente Costa e Silva, que o povo chama de avenida Perimetral.
Já fizeram isso agora em 2010.
Deveria ser, no mínimo, Pedro Aleixo. Desse jeito, aqui em Fortaleza o torturador Laudelino Coelho vai permanecer nome de rua. Nomes de ditadores estão nas principais avenidas da cidade mais vermelha do Brasil. O povo não os reconhece. Mete medo é continuar oficialmente assim, piorando. As calçadas e ruas, antes de serem passagem para carros e pessoas traduzem a memória e a história da cidadania.
Nunca me preocupei com os buracos e as encostas que surgem nas enxurradas, enchentes e cheias nas ruas da cidade no governo da Luizianne cuidando da vida das pessoas eles nunca fizeram uma vitima fatal entre os moradores da cidade.
O que morre dia a dia nesta cidade de Fortaleza é a consciência plena de cidadania quando você cidadão chega numa esquina dessas e se depara com um poste o nome de um ditador numa placa novinha em folha. É triste. É um pesadelo para a cultura a historia e a cidadania. mas é real.
Na civilizada Europa você não corre o risco de chegar em Lisboa e encontrar uma avenida com o nome de Salazar. A ponte que tinha o nome dele a maior da Europa ostenta o nome de LIBERDADE. desde o dia 25 de março de 1974. A revolução dos cravos limpou de Portugal esse nome e suas estatuas das vias publicas. Na Espanha só a 2 anos se tirou a ultima das mais de setenta estatuas do generalíssimo Franco das cidades espanholas. Nas vias publicas da Itália, Alemanha, Espanha e Portugal, nenhum cigano, homosexual, judeu...e qualquer cidadão comum corre o risco de deparar-se com uma Av. Adolfo Hitler, uma praça Benedito Mussolini, um beco Salazar. Não há a menor possibilidade.
Os ditadores latinos americanos estão saindo das vias publicas, ruas, praças e avenidas e indo para seu devido lugar o limbo da historia, os nomes deles já da quase para encher uma pagina negra da nossa historia, e ainda não tem o nome de nenhum ditador do golpe do dia da mentira no Brasil.
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ps. O deputado Lula Morais do Pcdob conseguiu aprovar requerimento inserindo o artigo publicado no jornal O Povo: Caravana da Anistia para nossas ruas do dia 06 de outubro de 2009. Nos anais do poder legislativo do Estado do Ceará.
Escrevi outros textos sobre a mesma temática que vou reedita-los no blog.
Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Júnior. Memorialista. Editor do Blog da Dima. cartaxoarrudajr@gmail.com

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