terça-feira, 6 de setembro de 2011

O livro de Amaury Jr já está no prelo

Por Fábio Lúcio - Acabou de sair no blog do Azenha, o Vi o Mundo: Serra teria contratado um araponga, pago pelo governo paulista, para a campanha do ano passado:

Do vi o mundo
Privatas do Caribe: livro de repórter identifica esquema de espionagem tucano
por Luiz Carlos Azenha
O novo livro de Amaury Ribeiro Jr., Privatas do Caribe, já foi entregue à editora.
Acrescido de uma informação bombástica sobre o esquema de espionagem que teria servido ao ex-governador paulista José Serra desde 2008, inclusive no período eleitoral de 2010. Segundo Amaury, Serra recorreu a uma empresa de um ex-agente do Serviço Nacional de Informações, paga com dinheiro público.
O Amaury garante que, desta vez, o livro sai: o lançamento será entre o final de outubro e o início de novembro.
O trecho que li é muito bem documentado e, politicamente, devastador.
Segue a abertura do livro:
Privatas do Caribe
A fantástica viagem das fortunas tucanas desde os porões da privataria até o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas
Amaury Ribeiro Jr.
Prepare-se: o que está logo adiante não é uma narrativa qualquer.
Você está embarcando em uma grande reportagem que vai devassar os subterrâneos da privatização realizada no Brasil sob FHC.
Os porões da privataria.
É, talvez, a mais profunda e abrangente abordagem jamais feita deste tema.
Mas que não se limita a resgatar a selvageria neoliberal dos anos 1990, que dizimou o patrimônio público nacional, deixando o país mais pobre e os ricos mais ricos.
Se fosse apenas isso, o livro já se justificaria.
Mas vai além ao perseguir a conexão entre a onda privatizante e a abertura de contas sigilosas e de empresas de fachada nos paraísos fiscais da América Central.
Onde se lava mais branco não somente o dinheiro sujo da corrupção, mas também o do narcotráfico, do contrabando de armas e do terrorismo.
Um ervanário que, após a assepsia, retorna limpo ao Brasil.
Resultado de uma busca incansável de mais de dez anos do autor, Amaury Ribeiro Jr. — um dos mais importantes e premiados repórteres investigativos do país, com passagens por IstoÉ, O Globo, Correio Braziliense entre outras redações — o livro registra as relações históricas de altos próceres do tucanato com a realização de depósitos e a abertura de empresas de fachada no exterior.
Devota-se particularmente a perscrutar as atividades do clã do ex-governador paulista José Serra nesse vaivém entre o Brasil e os paraísos caribenhos.
Sempre calcado em documentos oficiais, obtidos em juntas comerciais, cartórios, no ministério público e na Justiça.
Assim, comprova as movimentações da filha do ex-candidato do PSDB à Presidência, Verônica, e as de seu marido, o empresário Alexandre Bourgeois.
Que seguiram, no Caribe, as lições do ex-tesoureiro de Serra e eminência parda das privatizações, Ricardo Sérgio de Oliveira.
Descreve ainda suas ligações perigosas com o banqueiro Daniel Dantas.
Detém-se na impressionante trajetória do primo político de Serra, o empresário Gregório Marin Preciado que, mesmo na bancarrota, conseguiu participar do leilão das estatais.
E arrematar empresas públicas!
Estas páginas também revelarão que o então governador Serra contratou, com o aporte dos cofres paulistas, um renomado araponga antes sediado no setor mais implacável do Serviço Nacional de Informações, o extinto SNI.
E que Verônica Serra foi indiciada sob a acusação de praticar o crime que, na disputa eleitoral de 2010, acusou os adversários políticos de seu pai de terem praticado.
Desvinculado de qualquer filiação partidária, militante do jornalismo, Ribeiro Jr. do mesmo modo como rastreou o dinheiro dos privatas do Caribe, esteve na linha de frente das averiguações sobre o “Mensalão”.
Seu olhar também visitou os bastidores da campanha do PT para averiguar os vazamentos de informações que perturbaram a candidatura presidencial em 2010.
E sustenta que, na luta por ocupar espaço a qualquer preço, companheiros abriram fogo amigo contra companheiros, traficando intrigas para adversários políticos incrustados na mídia mais hostil à Dilma Rousseff.
É isso e muito mais. À leitura.
O Editor
Por Marco Antonio L
Do Escrevinhador
Serra e as privatizaçõesPrivatas do Caribe: Amaury vem aí!
por Rodrigo Vianna
Na tela do computador, o título chamativo: “A GRANDE LAVANDERIA”. Logo abaixo, um pequeno resumo explica o que são ”as ilhas que lavam mais branco…”. Ilhas do Caribe. É o capítulo 4, de um total de 15, que já seguiram para a editora. Agora, falta a revisão final. E depois tudo vai para a gráfica. À frente do computador, o jornalista responsável pela investigação: Amaury Ribeiro Júnior. “Olha essa frase, tá bom isso, ocê não acha? Hem, hem?” Ele saboreia cada capítulo como se fosse um filho.
“Siga o dinheiro, ele sempre conta a história”, diz Amaury, resumindo o foco de uma apuração que durou 10 anos. O repórter premiado começou a investigar os caminhos (e descaminhos) do dinheiro das privatizações da Era FHC quando ainda era repórter de “O Globo”. Pergunto se conseguiu publicar alguma coisa no jornal carioca: “ocê é doido, rapaz, eles não mexem com isso não”.
O Amaury tem um jeito de matuto. Numa profissão em que jovens jornalistas gostam de se vestir como se fossem executivos do mercado financeiro, ele prefere a simplicidade. E com esse jeito de mineiro que não está entendendo bem o que se passa em volta, consegue tudo: papéis, documentos, informações. Sobre a mesa de trabalho, o caos criativo. Parte daquela papelada vai parar no livro, na forma de anexos: são documentos que ajudam a contar a história. ”Tá bom o livro, não tá? Hem, hem?”. Quase todas as frases do Amaury terminam com esse “hem, hem!”.
Um outro colega passa em frente à mesa do Amaury, e finge que vai levar parte dos documentos: “Ocê é doido, faz isso não”. Depois, emenda uma frase meio enrolada. Parece que ele usa aquela tática do velho Miguel Arraes: metade do que o Amaury diz a gente não entende. Mas o que ele escreve é fácil de entender.
O capítulo 4 conta a história da Citco, empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas. “E o que é a Citco?” eu pergunto. “A Citco é uma espécie de barco dos corsários, é por ali que o dinheiro circula”. Segundo Amaury Ribeiro Junior, a Citco é especializada em abrir empresas “offshore”. O termo vem da época dos corsários de verdade: “eles saqueavam os mares, e depois escondiam o fruto dos saques ’offshore’, ou seja, fora da costa, longe dos olhos das pessoas”, explica o repórter.
Em setembro de 2010, publiquei aqui no Escrevinhador um aperitivo sobre o tema:“Citco, esse é o mapa da mina” . Agora, recebo mais mais detalhes, que estarão no livro. Quem já usou esse esquema, Amaury? “Os doleiros do Banestado usavam, a turma da Georgina usava nas fraudes da Previdência, e a turma que faturou com as privatizações também usou”. É o que Amaury vai explicar (e provar, ele garante) no livro“OS PRIVATAS DO CARIBE”. Hoje, ele me mostrou alguns capítulos. Já estão todos prontos. Os títulos dão uma pista do que vem por aí:
- “OS TUCANOS E SUAS EMPRESAS-CAMALEÃO”
- “OS SÓCIOS OCULTOS DE SERRA”
- “MISTER BIG, O PAI DO ESQUEMA”
- “A FEITIÇARIA FINANCEIRA DE VERÔNICA”
- “DOUTOR ESCUTA, O ARAPONGA DE SERRA”.
Quais são as empresas camaleão? Quem administrava as empresas? Quais foram as feitiçarias de Verônica? E quem é o “doutor escuta”? Tudo isso o Amaury promete contar em detalhes.
Aqui, no “VioMundo” do Azenha, você lê um dos capítulos.
Vocês se lembram que, durante a campanha eleitoral de 2010, Amaury foi acusado de quebrar o sigilo da família de Serra, num esquema que serviria ao PT. Amaury nega tudo. Ele tem certeza que as acusações – publicadas com destaque na imprensa serrista – eram uma retaliação: “os tucanos sabiam que eu tinha investigado isso tudo, e que a investigação ia virar livro, tentaram me queimar”. Na reta final da eleição, um emissário de Serra chegou a procurar Amaury. Ligou até na redação da Record atrás dele. Amaury acha que os tucanos queriam propor algum tipo de acordo…
Ao fim da campanha, com Serra derrotado, muita gente chegou a duvidar da existência do livro sobre as privatizações. ”O Amaury blefou”, diziam alguns leitores. A turma do PSDB mesmo deve ter achado que ele não teria coragem de publicar os resultados da investigação de uma década. Agora, podem ter uma surpresa.
Mas não pensem que o livro ficará barato para o PT. Amaury mostra como ele virou pivô de uma luta interna nos bastidores da campanha de Dilma. Um capítulo inteiro é dedicado a essa história: “COMO O PT SABOTOU O PT”.
Amaury só não explica uma coisa: como é que consegue escrever livro sobre dinheiro no Caribe, produzir reportagens especiais pra TV em São Paulo e ainda administrar “a melhor pizzaria do Brasil”. A pizzaria fica em Campo Grande (MS).
“Mas Amaury, repórter dono de pizzaria é piada pronta”, provoco. “Ocê precisa experimentar minha pizza, é a melhor do Brasil”, ele diz, maroto. E emenda mais uma frase incompreensível sobre mussarela e calabresa.
A pizza eu não quero. Prefiro o livro.
Fonte: Blog Luis Nassif

5 comentários:

edith disse...

Acabei de tomar o café da manhä, sentei à mesa do computador para dar uma olhadinha nos Blogs "sujos", como faco todos os dias. Me deparo com esta matéria. Jussara, confesso que tive náusea. Fim do mundo mesmo. Posso dizer que o inferno está pequeno para receber esta gente.
E olha que ,o que está aqui escito é apenbas uma pequenina parte do livro.Estarei comprando, lendo e depois repassandos às pessoas interessadas.

Salomão disse...

TEM PREFEITURA QUE HÁ 2 MESES NÃO PAGA OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS.

TEM PREFEITURA QUE HÁ 2 MESES ESTÃO COM OS SALÁRIOS ATRASADOS.

Anônimo disse...

Infelizmente tudo está uma vergonha, faculdades inauguradas sem esgoto, sem sala de aula, sem professores.

Prefeitos que não querem pagar o salário base para esses trabalhadores em um geral, por exemplo um professor corre riscos sempre, pais que chegam drogados para pegar seus filhos, outros que querem agredir um professor ou a direção da escola porque uma outra criança mordeu ou deu um tapa em seu filho.

Ladrões que invadem a escola para roubos, quem trabalha com pessoas com os mais diversos comportamentos sociais diariamente, corre risco, um funcionário concursado, seja ele professor ou ocupando um outro cargo que diversas vezes no dia tem que entrar nos banheiros para ver o que alunos estão fazendo, também correm riscos, os funcionários da educação tem contato direto com no mínimo 400 pessoas dia mas chega em muito mais, esta sujeito em pegar um doença que pode ser fatal.

Ganham pouco, correm riscos diários, trabalham muito e ainda são penalizados pelos governantes, por isso hoje faltam professores e funcionários em outras áreas.

Exemplo a dificuldade de prefeitos, governadores de colocarem no papel o que foi negociado em maio.
Aceitam mas não cumprem.

PECs 270/08 e 555/06 são um direito senhora Dilma, este tirado em pleno mensalão o que nos leva a crer que a coisa era bem mais feia do que parece.
Aprove, tenha uma conduta de seriedade em devolução de direitos usurpados no governo Lula, os inválidos perderam o poder de compra, ou alimentam suas famílias ou compram remédios, isto não é justo diante do que vemos das comprinhas do governo, a cesta básica que vcs colocam no site, inclusive bebidas, ternos de luxo, chás, jogos para toma-los, dentro das repartições públicas normalmente temos o nosso copo dentro do armário.

Parem com essa perseguição ao funcionalismo público, não temos mordomias não, trabalhamos com dignidade, ganhamos pouco e governo nem um nos dá roupas para vestir, apartamentos de graça para morar, moveis de luxo, assistência medica, 15 mil para tratamento dentário, 70 mil para carnes e frios, imunidade, pois se pegarmos um grão de arroz da comida que vai para o lixo, somos processados.

Esta na hora também de políticos viverem as leis que fazem, exemplo trabalhar o mesmo tanto que demais funcionários, perder a imunidade, isso gera impunidade faz tempo e se quiserem ter mordomia, gastem do seu salário, os cofres públicos são para o bem do povo e não para uma minoria.

Anônimo disse...

Acho que não seria necessário criar mais um imposto para investir na "saúde",bastaria repensar e moralizar o SUS.O mau uso do dinheiro público, a má administração, são alguns dos exemplos que vivenciamos no Hospital das Clínicas, onde pacientes particulares tem prioridade no tratamento.De quem é o lucro?

Anônimo disse...

Existem duas medidas de verdades e justiça neste país.
1ª: a direita nunca é condenada a nada, seus malfeitos sempre são aliviados.
2ª: a esquerda sempre é condenada pela suspeita, seus malfeitos nunca são aliviados.
PORTANTO, o veredicto todo mundo já sabe.