O panfleto golpista VEJA de Edição 1.652-7/6/2000, relatou desvio de dinheiro público por Paulo Henrique Cardoso, filho do imperador FHC. Veja a matéria na íntegra:
Num campeonato de idéias desastradas produzidas nas últimas semanas pelo Palácio do Planalto, tira o primeiro lugar a de dar dinheiro público ao filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, para montar o pavilhão brasileiro na Expo 2000 na Alemanha. O pavilhão se espalha por 3.000 metros quadrados numa exposição na cidade de Hannover que espera atrair 45 milhões de visitantes até outubro. Ele foi oficialmente inaugurado por FHC na quinta-feira passada. Pelos cálculos dos organizadores, a área do Brasil será vista por 250.000 pessoas até o encerramento do evento. É uma vitrine e tanto para o país, que precisa vender-se melhor no exterior. Mais visível, porém, que as obras de arte que visam celebrar "a criatividade brasileira" na mais rica cidade da Alemanha está sendo a exposição negativa que o governo já começa a atrair em casa.
"Não tenho constrangimento porque não entrei na discussão e na divisão da verba", disse Paulo Henrique Cardoso. Não é essa a questão. Oficialmente ele foi lembrado para o projeto por ser diretor do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentado, uma ONG criada há três anos. Não fosse pela presença do filho do presidente, a discussão sobre os gastos do Brasil na feira alemã provavelmente nem existiria. O pavilhão brasileiro em Hannover custou menos que o de países menores e mais pobres, como Venezuela, Colômbia e México.
Na semana passada, porém, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara aprovou por unanimidade um pedido de investigação feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O tribunal quer saber como Paulo Henrique Cardoso gastou os 14 milhões de reais liberados pelo governo para a montagem da exposição. A história chamou a atenção também do Ministério Público federal, que decidiu investigar o que já virou "o caso do pavilhão de Hannover". Os procuradores querem saber por que PHC contratou para organizar o evento a Art Plan Prima, empresa dirigida pela filha e por um sobrinho do senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, de Santa Catarina, partido aliado do governo. "Estamos analisando os documentos. Enquanto isso, os pagamentos foram suspensos", diz o procurador Luiz Francisco Fernandes de Souza. "Incrível que não tenha ocorrido ao presidente nem a assessores com ascendência sobre ele a observância do princípio segundo o qual família e administração pública não se misturam", escreveu a colunista Dora Kramer em sua coluna sobre política no Jornal do Brasil. Tiro na mosca.
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