quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Economia do Brasil é sólida e pode resistir à crise, diz chefe do FMI

Dilma Rousseff se reuniu com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, antes de partir para Venezuela
Em uma visita protocolar ao Brasil, a chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, e o ministro Guido Mantega (Fazenda) destacaram o risco de contaminação de outros países com a crise na Europa e a necessidade de os governos agirem rapidamente, mas não avançaram em direção a medidas concretas do fundo com a participação de economias emergentes.
Em entrevista após o encontro, Lagarde comentou a ação coordenada feitas pelos Bancos Centrais do Canadá, Reino Unido, Japão, EUA e Suíça, além do Banco Central Europeu ontem, quando reduziram taxas para o intercâmbio de moeda entre os países.
"Notamos que esse tipo de ação produz efeitos imediatos. Trata-se de uma iniciativa positiva, não a única necessária, mas positiva.
A chefe do FMI, Christine Lagarde, ao lado do ministro das Finanças Guido Mantega durante coletiva em Brasília
Lagarde afirmou que nenhum país está imune à crise na Europa, mas que o Brasil está mais protegido. Segundo ela, as projeções do órgão para o crescimento da economia mundial serão reduzidas.
A chefe do FMI destacou a estratégia macroeconômica do país baseada em três pilares: metas de inflação, taxa de câmbio flutuante e responsabilidade fiscal.
"Graças a esse coquetel, a economia está sólida e pode resistir"; o Brasil "está protegido pela força de seu mercado interno e por suas boas políticas macroecônomicas", acrescentou.
A diretora-geral afirmou que FMI está pronto para agir, mas que atua quando solicitado. Segundo Lagarde, o momento da ação dependerá da evolução da crise.
"O 'timing' é sempre crítico em qualquer negociação, em qualquer operação. O FMI está pronto para fazer o que for requisitado e irá encarar suas responsabilidades", completou.
APORTE AO FMI
Na coletiva, Mantega voltou a cobrar que os Europeus ajam mais rapidamente, principalmente por meio do Banco Central Europeu, que, para o ministro, deve atuar como um "emprestador final" aos países em crise.
Mantega reiteirou que o Brasil está disposto a ajudar o fundo, com a condição de que a reforma das cotas do FMI seja continuada. Lagarde não deu nenhuma sinalização em relação a isso, mas disse confiar na ajuda dos países emergentes quando for necessário.
Mais cedo, Lagarde se reuniu a portas fechadas com Dilma, que a recebeu no Palácio do Planalto. Em seguida, as duas posaram para os fotógrafos sem dar declarações aos jornalistas.
A visita de Lagarde é a última escala de uma viagem que incluiu Peru e México.
A viagem da diretora-gerente do FMI tem como objetivo analisar o impacto da crise global na América Latina.

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