Nesta virada de 2008 para 2009, continuamos a viver situação registrada há meses, na qual o presidente Lula tem permitido que a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma roussef, seja apresentada ao país como a sua candidata em 2010 ao Palácio do Planalto. Claro, o presidente e todos nós temos a exata noção de que a candidatura ao Palácio do Planalto em 2010 depende, em primeiro lugar, do PT e, mais do que isso, dos partidos historicamente aliados à nossa legenda, o PSB, o PC do B e o PDT, além de ser necessário levarmos em conta a força política, parlamentar e eleitoral, principalmente do PMDB. Temos, inevitavelmente, que levar em consideração, ainda três partidos que têm apoiado os governos Lula: o PRB (ex-PL), aliado desde a primeira hora em 2002, e que por duas vezes indicou o companheiro de chapa de Lula, o vice-presidente José Alencar; e o PTB e o PP, aliados em nível nacional, ainda que o PP seja um aliado mais do PSDB e do DEM nos Estados e municípios. A ministra Dilma Roussef tem história, experiência política, de governo, conhecimentos, enfim, tudo para ocupar o cargo de presidente da República, e sua candidatura pode ser construída no PT e na base aliada. Dilma foi a única novidade da mais recente pesquisa Datafolha - acho que a última do ano - sobre a sucessão presidencial de 2010: sua pré-candidatura ao Planalto pelo PT deu um salto de 3% para 8%, enquanto os percentuais dos demais pré-candidatos se mantiveram dentro do previsível. A mesma pesquisa comprova que, ao contrário de todos os outros candidatos, a ministra ainda não é conhecida do eleitorado, sequer dos que votam no PT, legenda detentora de quase 20% da totalidade de votos do país. Ela tem, assim, um longo caminho a percorrer, mas já deve começar a se igualar com outros dois pré-candidatos, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) e a ex-presidenciável Heloisa Helena (PSOL), nas primeiras pesquisas do novo ano. Como a eleição é em dois turnos, o desafio é ir para a segunda rodada e vencer. Nesse início de 2009 ainda estarão faltando dois anos para as próximas eleições quase gerais no país - presidente e vice-presidente da República, governador e vice, dois terços do Senado e deputados estaduais e federais. Mesmo assim, é preciso que o PT e suas bancadas assumam a sucessão presidencial e as eleições de 2010, sem deixar de priorizar as tarefas do momento, seja na construção partidária, seja na (construção) dos governos municipais que vão assumir, seja no enfrentamento da crise que apenas começou. Zé Dirceu.
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