Em 2010 haverá, pela primeira vez, três candidatos a presidente com currículo, passado e seriedade: José Serra, Dilma Rousseff e Aécio Neves. É um privilégio para o país dispor dessas alternativas. Mas o xadrez ainda é confuso e haverá muitos lances pela frente. Não há maneira de Aécio não sair candidato, ou pelo PSDB ou pelo PMDB. Em 2014 haverá outro governador em Minas com quem disputar espaço, haverá a possibilidade concreta de Lula candidato. Seu momento é agora. Tem Minas fechada com ele, a tese – que repercute em outros estados – de que não dá para ser São Paulo de novo – e a convicção de que está com as idéias corretas para o atual momento político, ao propor um governo de convergência.
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Há diferenças nítidas entre ele e Serra. No campo econômico, seu Ministro da Fazenda seria Arminio Fraga. Haveria a continuidade da política econômica da última década, com alguns ajustes exigidos pela crise. Reformaria o velho. Já Serra seria seu próprio Ministro da Fazenda e presidente do Banco Central, tentando impor suas idéias keynesianas – de papel mais ativo do Estado e dos gastos públicos.
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Há mais diferenças. Aécio propõe a conciliação; Serra, o confronto. Lula confia muito mais em Serra para um pacto de não-devassa em seu governo, do que em FHC. Por outro lado, Serra tem um gênio do cão e o hábito de atropelar adversários. Na disputa com Aécio, provavelmente não entrará em cena a motoniveladora. O caso Lunnus marcou tremendamente sua imagem. Por isso mesmo a situação deverá se resolver no campo político. Mas o estilo Serra é o de confronto, conforme se viu nos embates com funcionários públicos, policiais civis, universidades.
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Há outras duas diferenças relevantes a se observar. Aécio, por exemplo, conseguiu envolver Minas em torno de um projeto, devolver a auto-estima ao Estado, galvanizar o imaginário do Estado, do mesmo modo que seu segundo modelo – Juscelino Kubistcheck. Mesmo contando com as melhores condições em São Paulo, Serra não tem esse carisma. Poderia, por exemplo, ter envolvido indústria, universidades, institutos de pesquisa, organizações sociais em um amplo programa de desenvolvimento, um laboratório que serviria de abre-alas para um projeto nacional. Não conseguiu. Entregará boas obras, investimentos, mas não uma marca.
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Por outro lado, Aécio é uma página em branco sobre todos os temas relevantes que passam pela presidência. Não se tem a menor idéia sobre o que pensa sobre diplomacia, presença do país no mundo, políticas sociais, projetos de desenvolvimento. Serra tem opiniões precisas sobre a maior parte dos temas públicos. Mas seu problema é seu maior aliado: a grande mídia. Os chamados jornalistas-propagandistas continuam presos a um neoliberalismo tardio e agonizante, que é o oposto do que seu líder Serra pensa. É uma enrascada, da qual Serra está tendo dificuldades em sair. Em um determinado momento, terá que explicitar suas propostas. Como ficarão seus aliados, vendo nele características que, em Lula, são apontadas como defeitos?
Versículo do dia: "Voltou segunda vez o anjo do Senhor, tocou-o e lhe disse: Levanta-te, e come, porque o caminho te será sobremodo longo." 1 Reis 19.7 leia o comentário
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Há diferenças nítidas entre ele e Serra. No campo econômico, seu Ministro da Fazenda seria Arminio Fraga. Haveria a continuidade da política econômica da última década, com alguns ajustes exigidos pela crise. Reformaria o velho. Já Serra seria seu próprio Ministro da Fazenda e presidente do Banco Central, tentando impor suas idéias keynesianas – de papel mais ativo do Estado e dos gastos públicos.
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Há mais diferenças. Aécio propõe a conciliação; Serra, o confronto. Lula confia muito mais em Serra para um pacto de não-devassa em seu governo, do que em FHC. Por outro lado, Serra tem um gênio do cão e o hábito de atropelar adversários. Na disputa com Aécio, provavelmente não entrará em cena a motoniveladora. O caso Lunnus marcou tremendamente sua imagem. Por isso mesmo a situação deverá se resolver no campo político. Mas o estilo Serra é o de confronto, conforme se viu nos embates com funcionários públicos, policiais civis, universidades.
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Há outras duas diferenças relevantes a se observar. Aécio, por exemplo, conseguiu envolver Minas em torno de um projeto, devolver a auto-estima ao Estado, galvanizar o imaginário do Estado, do mesmo modo que seu segundo modelo – Juscelino Kubistcheck. Mesmo contando com as melhores condições em São Paulo, Serra não tem esse carisma. Poderia, por exemplo, ter envolvido indústria, universidades, institutos de pesquisa, organizações sociais em um amplo programa de desenvolvimento, um laboratório que serviria de abre-alas para um projeto nacional. Não conseguiu. Entregará boas obras, investimentos, mas não uma marca.
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Por outro lado, Aécio é uma página em branco sobre todos os temas relevantes que passam pela presidência. Não se tem a menor idéia sobre o que pensa sobre diplomacia, presença do país no mundo, políticas sociais, projetos de desenvolvimento. Serra tem opiniões precisas sobre a maior parte dos temas públicos. Mas seu problema é seu maior aliado: a grande mídia. Os chamados jornalistas-propagandistas continuam presos a um neoliberalismo tardio e agonizante, que é o oposto do que seu líder Serra pensa. É uma enrascada, da qual Serra está tendo dificuldades em sair. Em um determinado momento, terá que explicitar suas propostas. Como ficarão seus aliados, vendo nele características que, em Lula, são apontadas como defeitos?
Versículo do dia: "Voltou segunda vez o anjo do Senhor, tocou-o e lhe disse: Levanta-te, e come, porque o caminho te será sobremodo longo." 1 Reis 19.7 leia o comentário
3 comentários:
Quer saber, não gosto, não acredito e desconfio sempre deste sr. Luis Nassif.
Na primeira oportunidade tentará tirar proveito da situação.
:(
e em eleições anteriores não teve candidato com currículo, passado e seriedade?
e falando em seriedade, cadê a dele? já tá até elegendo o ministro da fazenda do voto dele aí...
DE QUE LADO LUIS NASSIF ESTÁ? ACHO ESTRANHO ALGUMAS MATÉRIAS.
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