Gazeta do Sul: "Ainda não." Foi dessa forma que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) respondeu ontem ao ser questionada se já é candidata do PT à Presidência em 2010. A declaração foi dada no Fórum Social Mundial, em Belém, onde ela teve um dia de presidenciável, com direito à claque ovacionando seu nome e uma sessão informal de autógrafos ao público. "Sem sombra de dúvidas, é óbvio que eu sinto nesta manifestação, neste conjunto de pessoas, um calor, uma energia, uma força muito grande", afirmou a jornalistas, sobre os quase 1.000 visitantes do PT e da CUT que lotaram a tenda na qual Dilma discursou. "Mas ele [Lula] ainda não conversou comigo sobre esse assunto. Na real não tem nenhuma questão colocada a esse respeito ainda de forma oficial, até porque não houve essa conversa", disse a ministra. Mesmo assim, Dilma disse que era "comovente" estar ali e ser "objeto" das manifestações. "Não há dúvida quanto a isso. Tenho certeza que se vocês estivessem ali sentiriam o mesmo. Aí toca não a cabeça, toca o coração", afirmou. O tom eleitoral da atividade começou antes mesmo da ministra chegar, com militantes gritando "Brasil urgente, Dilma presidente" e "Olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma". Antes, em um debate sobre as realizações e perspectivas do governo Lula, lideranças petistas já falavam sobre a necessidade de, em 2009, o partido ter um nome forte para enfrentar o "jogo bruto, muito bruto" que seus opositores vão jogar no pleito do ano que vem, segundo disse o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP). Logo no início do debate de que a ministra participou, uma das primeiras frases da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), mostrou o que seria o evento: "Estamos perto de ter uma candidata mulher à Presidência da República." A governadora, a ministra Nilcéa Freire (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres) e a senadora Fátima Cleide (PT-RO) elogiaram repetidamente Dilma. "Ela é uma grande mulher, nome respeitado em todo o país, um nome desejado em todo o país", disse Freire, para quem Dilma dará "continuidade ao governo Lula". "Em um país que não pode parar, o governo não pode prescindir de ter mulheres na presidência da República", disse Cleide. Cada vez que uma delas falava sobre a ministra, o público gritava, assoviava e levantava as bandeiras do PT.
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