KENNEDY ALENCAR - da Folha de S.Paulo, em BrasíliA. Rivais nos últimos 14 anos, as alas do PMDB da Câmara e do Senado articulam estratégia comum para 2010. Pretendem amenizar divergências para atuarem unidas na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, a tendência é uma aliança com o PT desde que a sigla fique com a vaga de vice.O primeiro passo foi dado na segunda, quando José Sarney (AP) e Michel Temer (SP) se elegeram, respectivamente, presidentes do Senado e da Câmara. Naquele dia, Sarney disse a Temer em conversa reservada: "Acho que devemos atuar mais juntos daqui para frente". O segundo passo deverá ser dado na próxima semana, quando Sarney receberá em sua casa representantes dos dois grupos. Os presidentes das duas Casas querem reduzir divergências entre caciques das duas alas, especialmente entre o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (BA), e o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). Geddel trabalhou para eleger o petista Tião Viana (AC) no Senado. E Renan, para vitaminar a candidatura de Aldo Rebelo (PC do B-SP) na Câmara. A intenção é que a intensidade dos conflitos diminua para não inviabilizar uma posição amplamente majoritária em 2010. Os principais caciques concluíram que, juntos, podem cobrar mais caro pelo apoio de um partido fundamental à governabilidade e com bastante tempo de TV na campanha.Interessa a Sarney se aproximar do grupo da Câmara, que tem mais poder nas seções estaduais do partido. E interessa a Temer, oposicionista no primeiro mandato de Lula, reforçar laços com Sarney, que já defendeu publicamente a eventual candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
"O resultado de hoje [segunda] mostrou que o PMDB, unido, fica mais forte", disse Sarney no jantar de comemoração. "Agora é hora de administrar as divergências, de serenar os ânimos", afirmou Renan, muito cumprimentado na festa de Sarney como idealizador da estratégia que levou o ex-presidente ao comando do Senado."Erra quem fala que o PMDB ficará dividido em 2010. Não temos mais motivos para brigar", disse Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara e aliado de Temer. "Se houvesse uma convenção hoje, majoritariamente o PMDB caminharia para uma aliança com o PT, inclusive com participação na chapa [vaga de candidato a vice]", afirmou Geddel.
"O resultado de hoje [segunda] mostrou que o PMDB, unido, fica mais forte", disse Sarney no jantar de comemoração. "Agora é hora de administrar as divergências, de serenar os ânimos", afirmou Renan, muito cumprimentado na festa de Sarney como idealizador da estratégia que levou o ex-presidente ao comando do Senado."Erra quem fala que o PMDB ficará dividido em 2010. Não temos mais motivos para brigar", disse Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara e aliado de Temer. "Se houvesse uma convenção hoje, majoritariamente o PMDB caminharia para uma aliança com o PT, inclusive com participação na chapa [vaga de candidato a vice]", afirmou Geddel.
O ministro da Integração Nacional disse que as articulações para formar palanques estaduais serão importantes para viabilizar a eventual aliança PT-PMDB em 2010. Segundo ele, um arranjo desses reduziria os dissidentes a uma minoria sem força para impedir a coligação com os petistas. O PMDB possui seis ministérios no governo Lula: Saúde, Integração Nacional, Agricultura, Defesa, Comunicações e Minas e Energia. Os dirigentes do partido dizem que têm mais poder no governo Lula do que tiveram nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando chegaram a ocupar quatro pastas. Em 2008, o PMDB foi o partido que mais elegeu prefeitos.Com uma máquina partidária nacional, seis ministérios e as presidências da Câmara e do Senado, o partido volta a ter um poder que não detinha desde o governo Sarney (85-90). Novamente há verbas e cargos para acomodar todos os caciques. Na avaliação dos principais dirigentes, se Lula conduzir bem a gestão da atual crise econômica, poderá fazer de Dilma uma candidata competitiva. O petista já disse que deseja que o PMDB indique o vice do PT --Geddel e Temer são cotados.Caso a crise enfraqueça Lula, o PMDB poderia tentar uma aliança com a oposição. No caso, com o governador de São Paulo, José Serra, hoje favorito para ser o nome do PSDB.
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