segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Dilma nega resistência a seu nome no PT

Jornal do Comércio - RS: A chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou que sofra resistência de petistas e chegou a dizer que representa o que tem de "mais vívido"' no PT. À entrada de um jantar oferecido em São Paulo na sexta-feira pela ex-prefeita Marta Suplicy com o objetivo de aproximar a ministra da sigla, ela condicionou sua candidatura ao PT, mas descartou que seja objeto de restrição.
"Não vejo nenhuma resistência, pelo contrário. O PT tem me recebido de forma muito fraterna em todos os lugares a que vou", disse ela, lembrando que parte substantiva de quem resistiu à ditadura desaguou no PT. "Tenho identificação com o cerne do PT, não é um partido qualquer", afirmou. Pouco antes, ela havia afirmado que sua candidatura dependeria de uma conversa com o presidente Lula e de avaliação do PT. "Como as duas coisas não estão dadas, não posso dizer que sou candidata, ainda". Lançada por Marta como candidata, Dilma lembrou que as mulheres são maioria no País: "Não vejo por que uma mulher não tenha todas as condições de ser presidente". Apesar de negar a candidatura - "as coisas têm sua hora, a minha não chegou ainda" -, ela reconheceu que essa é sua pretensão. "Minha grande ambição é dar continuidade ao governo do presidente Lula". O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), disse que "o PT já está resolvido, a Dilma é nossa candidata". Ao receber a ministra, Marta disse que o "time de São Paulo está unido para apoiar sua candidatura à Presidência".
Durante o jantar, segundo o deputado Vicentinho, a ministra disse que se submete ao que o PT decidir e defendeu que o partido tem que se unir porque vai disputar sua primeira eleição presidencial sem Lula. Em Minas Gerais, a defesa da unidade do partido em torno da candidatura da ministra marcou o encontro de prefeitos, vices e vereadores do PT mineiro, encerrado ontem em Belo Horizonte. Dilma foi convidada para a abertura do evento, mas não compareceu. Ela se dirigiu aos participantes por meio de um vídeo, no qual saudou os novos gestores e prometeu apoio da Casa Civil para o cumprimento dos compromissos assumidos. "Minas deve se adequar ao objetivo de eleger a Dilma", disse o deputado federal Virgílio Guimarães (MG). Apesar da grande presença de militantes ligados ao grupo do ex-prefeito da capital mineira Fernando Pimentel o encontro acabou esvaziado. Apenas 22 dos 110 prefeitos petistas eleitos, 12 vices e 95 dos 659 vereadores eleitos no Estado marcaram presença. Dos principais líderes do PT estadual, somente Pimentel compareceu à solenidade de abertura. Os ministros mineiros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) alegaram problemas de agenda e não participaram do evento. Os dois se opuseram à aliança firmada por Pimentel com o PSDB do governador Aécio Neves na eleição para prefeito de Belo Horizonte no ano passado. Patrus disputa com o ex-prefeito a indicação do partido para concorrer ao Palácio da Liberdade em 2010.

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