Depois da plástica corretiva na face, da mudança no estilo do penteado e da substituição dos óculos por lentes de contato, cuidados que uma pessoa de bom gosto não dispensa, a ministra Dilma Rousseff começa a desfilar com uma postura de candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente já revelou publicamente sua preferência pela indicação da ministra, restando ao Partido dos Trabalhadores (PT) administrar a questão da melhor forma no plano doméstico, deixando aos operadores políticos da aliança a tarefa de alinhar os demais integrantes da base, que o presidente Lula espera ver a seu lado em 2010.
A questão não é tão simples quanto parece, pois a primeira resistência deve ser diluída no âmago do petismo ortodoxo, ala que ainda considera a breve militância de Dilma no partido insuficiente para credenciá-la como virtual candidata à Presidência da República. Nos demais partidos da base, com exceção de PMDB e PSB, a questão está encaminhada, tendo em vista que nenhum tem a veleidade do candidato próprio, bastando aplicar o critério da absoluta falta de quadros em condições de pular na fogueira. Talvez, se a vaidade pessoal fosse levada em conta, haveria congestionamento de candidatos de si mesmos nas salas de espera do Palácio do Planalto.
O PMDB, por ora, se comporta com uma esfinge, tanto que não será surpresa se evoluir para a candidatura própria à sucessão, aliás, como sugeriu o deputado Michel Temer (SP), recém-eleito presidente da Câmara e controlador da executiva nacional do partido. No PSB, postado em situação diametralmente oposta pelo reduzido número de representantes no Congresso, embora se valha de quadros importantes como o governador pernambucano Eduardo Campos, bastante chegado ao presidente Lula, e o deputado cearense Ciro Gomes, respira-se um clima favorável ao lançamento de candidato puro, nessa perspectiva, o próprio Ciro. Consciente de que o PT dificilmente se unirá em torno de seu nome, a ministra-chefe da Casa Civil, a começar pela entrevista concedida a uma rede nacional de televisão na última quarta-feira, esbanjou uma segurança antes não permeada na objetividade da elaboração de alguns raciocínios que, provavelmente, há alguns meses julgasse temerários. O primeiro exemplo vem da referência direta ao PT, partido que a seu juízo merece rasgados elogios, conquanto em marcha isolada “não faz verão”.
A ministra reclamou das críticas do partido à política econômica do governo, que a seu ver propiciou as condições para o crescimento do País com inflação em baixa. Com isso, quis expor sua maneira de ver o fenômeno verificado em alguns partidos que assumem o governo, alfinetando que eles “morrem” ao perder certas características: “Os partidos não podem se confundir com o governo. Eles são fatores centrais, mas têm de ter posições um pouco mais críticas. Isso é da democracia, não tem mal nenhum. O PT não tem que ser igualzinho ao governo”. É possível que logo venhamos a conhecer as objurgatórias do petismo ainda aferrado às origens. Houve também espaço para dizer o que pensa do aparelho de Estado segundo o modelo brasileiro, para o qual reclama uma reforma exemplar: “Não estou falando em choque de gestão, que acho uma das maiores enganações que se venderam à população. Não é cortando funcionários que você melhora a gestão”. Nesse aspecto, com a avaliação adequada da natureza do terreno onde pisa, Dilma conduziu água ao moinho de amplos setores do PT, partido que cresceu assustadoramente entre servidores das três repartições do poder público. Mas, infelizmente, deixou no ar a questão mais relevante, o ritmo da queda da taxa de juros: “Eu asseguro que será reduzida. Agora, como e de que forma, essa discussão não interessa porque diz respeito ao Banco Central. As condições foram criadas pela política econômica”. Dilma está aprendendo rapidamente a solfejar a cantilena do populismo.
A questão não é tão simples quanto parece, pois a primeira resistência deve ser diluída no âmago do petismo ortodoxo, ala que ainda considera a breve militância de Dilma no partido insuficiente para credenciá-la como virtual candidata à Presidência da República. Nos demais partidos da base, com exceção de PMDB e PSB, a questão está encaminhada, tendo em vista que nenhum tem a veleidade do candidato próprio, bastando aplicar o critério da absoluta falta de quadros em condições de pular na fogueira. Talvez, se a vaidade pessoal fosse levada em conta, haveria congestionamento de candidatos de si mesmos nas salas de espera do Palácio do Planalto.
O PMDB, por ora, se comporta com uma esfinge, tanto que não será surpresa se evoluir para a candidatura própria à sucessão, aliás, como sugeriu o deputado Michel Temer (SP), recém-eleito presidente da Câmara e controlador da executiva nacional do partido. No PSB, postado em situação diametralmente oposta pelo reduzido número de representantes no Congresso, embora se valha de quadros importantes como o governador pernambucano Eduardo Campos, bastante chegado ao presidente Lula, e o deputado cearense Ciro Gomes, respira-se um clima favorável ao lançamento de candidato puro, nessa perspectiva, o próprio Ciro. Consciente de que o PT dificilmente se unirá em torno de seu nome, a ministra-chefe da Casa Civil, a começar pela entrevista concedida a uma rede nacional de televisão na última quarta-feira, esbanjou uma segurança antes não permeada na objetividade da elaboração de alguns raciocínios que, provavelmente, há alguns meses julgasse temerários. O primeiro exemplo vem da referência direta ao PT, partido que a seu juízo merece rasgados elogios, conquanto em marcha isolada “não faz verão”.
A ministra reclamou das críticas do partido à política econômica do governo, que a seu ver propiciou as condições para o crescimento do País com inflação em baixa. Com isso, quis expor sua maneira de ver o fenômeno verificado em alguns partidos que assumem o governo, alfinetando que eles “morrem” ao perder certas características: “Os partidos não podem se confundir com o governo. Eles são fatores centrais, mas têm de ter posições um pouco mais críticas. Isso é da democracia, não tem mal nenhum. O PT não tem que ser igualzinho ao governo”. É possível que logo venhamos a conhecer as objurgatórias do petismo ainda aferrado às origens. Houve também espaço para dizer o que pensa do aparelho de Estado segundo o modelo brasileiro, para o qual reclama uma reforma exemplar: “Não estou falando em choque de gestão, que acho uma das maiores enganações que se venderam à população. Não é cortando funcionários que você melhora a gestão”. Nesse aspecto, com a avaliação adequada da natureza do terreno onde pisa, Dilma conduziu água ao moinho de amplos setores do PT, partido que cresceu assustadoramente entre servidores das três repartições do poder público. Mas, infelizmente, deixou no ar a questão mais relevante, o ritmo da queda da taxa de juros: “Eu asseguro que será reduzida. Agora, como e de que forma, essa discussão não interessa porque diz respeito ao Banco Central. As condições foram criadas pela política econômica”. Dilma está aprendendo rapidamente a solfejar a cantilena do populismo.
Um comentário:
Use esse espaço democrático para construir, seja inteligente e sábio. O Brasil precisa de gente honesta e prudente.
Postar um comentário