Ainda alvo de restrições de parcela do partido, Dilma Rousseff negou ontem que sofra resistência de petistas e chegou a dizer que representa o que tem de "mais vívido" no PT. À entrada de um jantar oferecido em São Paulo pela ex-prefeita Marta Suplicy com o objetivo de aproximar a ministra da sigla, ela condicionou sua candidatura ao PT, mas descartou que seja objeto de restrição. "Não vejo nenhuma resistência, pelo contrário. O PT tem me recebido de forma muito fraterna em todos os lugares a que vou", disse ela, lembrando que parte substantiva de quem resistiu à ditadura desaguou no PT. "Tenho identificação com o cerne do PT, não é um partido qualquer", disse. Pouco antes, ela havia afirmado que sua candidatura dependeria de uma conversa com o presidente Lula e de avaliação do PT. "Como as duas coisas não estão dadas, não posso dizer que sou candidata, ainda." "Lançada" por Marta como candidata, Dilma lembrou que as mulheres são maioria no país: "Não vejo por que uma mulher não tenha todas as condições [de ser presidente]". Apesar de negar a candidatura -"as coisas têm sua hora, a minha não chegou ainda"-, ela reconheceu que essa é sua pretensão. "Minha grande ambição é dar continuidade ao governo do presidente Lula". O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), disse que "o PT já está resolvido, a Dilma é nossa candidata". Ao receber a ministra, Marta disse que o "time de São Paulo está unido para apoiar sua candidatura à Presidência". Durante o jantar, segundo o deputado Vicentinho, a ministra disse que se submete ao que o PT decidir e defendeu que o partido tem que se unir porque vai disputar sua primeira eleição presidencial sem Lula. Mais cedo, no Rio Grande do Sul, seu berço político, Dilma atacou a "falta de projeto" da oposição, ao lançar obras do PAC, em resposta às críticas de PSDB e DEM de que Lula estaria usando a máquina do governo para projetá-la à sucessão. "Eles podem falar o que quiserem, mas não me parece que tenham um projeto."Dilma chamou de "PAC do Serra" o pacote de R$ 20,6 bilhões anunciados anteontem pelo governador. "Somos a favor de investimento neste momento." Ontem, a ministra inaugurou duplicação de avenida, prometeu R$ 1,2 bilhão em obras no Estado e posou para fotos em máquina de perfurar solos em cerimônia do início de ampliação de linha de metrô. Inaugurações, disse ela, são forma de "prestar contas" à população.
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