Eduardo Guimarães: Tenho uma boa e uma má notícia para o governador José Serra. A boa é que tem gente muito poderosa desesperada para que 2010 chegue logo e o governador paulista vença logo a eleição presidencial. A má, porém, é que quem deseja tanto que isso aconteça não é o povo, é só um punhado de gente que não lota um ginásio de esportes. Vale notar: os ideólogos da eleição de Serra são alguns partidos de oposição, algumas associações de mega empresários e alguns mega meios de comunicação. Claro que esses entusiastas da candidatura conservadora à Presidência têm muito poder de influência, mas essa influência já se demonstrou insuficiente para recolocar um conservador de novo na cadeira presidencial. E por duas vezes. Aliás, pensando melhor, foram muitas vezes que Lula derrotou a direita desde 2002. Cada uma das campanhas de desmoralização na mídia que o presidente sofreu e que precederam pesquisas sobre sua popularidade foram pequenos processos eleitorais que ele venceu.
Aconteceu assim: depois de cada rodada de ataques, uma pesquisa, e em cada pesquisa, uma derrota da oposição. Assim como nada está ganho para Serra, assim como as pesquisas que mostram o tucano na frente na corrida presidencial não significam nada, pois Lula esteve na frente antes das eleições de 1994 e de 1998 e nas retas finais daqueles anos foi derrotado, nem tudo está perdido. Serra pode, sim, tornar-se presidente daqui a dois anos. Há uma fórmula única e infalível para ele lograr tal feito. E como hoje acordei generoso, vou oferecê-la de bandeja aos tucanos que freqüentam o Cidadania. Serra só precisa convencer o povo de que pode fazer mais por ele do que Lula fez e do que fará o candidato que o presidente ungir. Mas deixem-me lhes dar uma explicação: quando uso o verbo “convencer”, na verdade quero dizer provar. E sem tentar enganar.
Destaco meu ponto de vista de forma ainda mais explícita: mentir não deverá adiantar, nem com todas as tevês e jornais do mundo. O povo quererá provas. Não se contentará com promessas, sobretudo de políticos como os tucanos que já governaram o país com os resultados catastróficos conhecidos da maioria. Não assino incondicionalmente embaixo da teoria de que o povão se tornou totalmente esclarecido, mas ninguém pode negar que parece não estar se deixando enganar no macro da política, ainda que no micro vejamos populações sendo enganadas o tempo todo. O que pode estar acontecendo, para azar do tucano, é que as pessoas podem até estar brincando em eleições municipais ou estaduais, deixando-se levar por idiossincrasias quanto à simpatia ou antipatia que sentem pelos candidatos, por preconceitos etc., mas, quando se trata do governo do país, depois de tudo que o Brasil já passou todos devem estar refletindo muito mais sobre o voto. Para convencer os brasileiros, portanto, Serra terá que tentar vender meras promessas contra obras e programas concretos e que estão agradando, o que certamente levará o tucano a persistir no erro que vem cometendo de tentar se apropriar desses ativos políticos. Aquela história de que tudo que dá certo é obra de FHC, que nunca funcionou.
O tucano terá ainda, contra si, o estigma de ter integrado o governo FHC. E, apesar de nenhum conservador aceitar o que direi, atualmente o ex-presidente está completamente desmoralizado entre a grande maioria dos brasileiros. Há fartura de pesquisas de opinião que mostram isso. Em 2010, mais uma vez o PSDB e o PFL serão colocados diante do dilema de se mostrarem diferentes de FHC ou de tentarem reabilitar a imagem pública do ex-presidente. E isso num contexto de seis anos durante os quais nem os partidos nem sua mídia aceitaram reconhecer que FHC governou mal, o que deixa a eles só a opção da reabilitação, opção que tampouco jamais funcionou. A cada defesa que fazem do ex-presidente, Serra e a mídia como que prometem que, se voltarem ao poder, repetirão o que ele fez, por mais que digam que a conjuntura hoje é diferente etc. e tal. Essas pessoas simplesmente não querem aceitar o fato de que o povo não gosta de FHC e não quer votar em ninguém ligado a ele. A confiança da direita no poder da mídia é maior do que a sensatez permitiria. E a mídia estimula essa confiança, obviamente porque o que ela vende à direita é confiança no poder que afirma ter. Ou seja: o PSDB e o PFL têm sido vítimas de propaganda enganosa.
Não será muito difícil Serra se tornar presidente, mas só se ele tiver alguma razão para ser eleito que seja do interesse da maioria. Dizer à população, simplesmente, que tudo de bom que aconteceu no governo Lula é mérito de FHC e tudo o que aconteceu de ruim é demérito de Lula, não colará amanhã tanto quanto não cola hoje e tanto quanto não colou ontem. Para ser presidente, Serra terá que provar que seu caminho não é o mesmo de Lula, que é um caminho alternativo e que é melhor. Todavia, continuo achando que o cidadão pró-Serra que está lendo isto não se convence quando falo que o candidato tucano terá que provar o que dirá. A boa notícia final para Serra, enfim, é a de que, se ele conseguisse provar tudo o que enumerei, até eu votaria nele. Já a má notícia, é a de que é quase certo que ele não terá como dar prova alguma, restando-lhe apenas a tática manjada e fracassada do ilusionismo.
Aconteceu assim: depois de cada rodada de ataques, uma pesquisa, e em cada pesquisa, uma derrota da oposição. Assim como nada está ganho para Serra, assim como as pesquisas que mostram o tucano na frente na corrida presidencial não significam nada, pois Lula esteve na frente antes das eleições de 1994 e de 1998 e nas retas finais daqueles anos foi derrotado, nem tudo está perdido. Serra pode, sim, tornar-se presidente daqui a dois anos. Há uma fórmula única e infalível para ele lograr tal feito. E como hoje acordei generoso, vou oferecê-la de bandeja aos tucanos que freqüentam o Cidadania. Serra só precisa convencer o povo de que pode fazer mais por ele do que Lula fez e do que fará o candidato que o presidente ungir. Mas deixem-me lhes dar uma explicação: quando uso o verbo “convencer”, na verdade quero dizer provar. E sem tentar enganar.
Destaco meu ponto de vista de forma ainda mais explícita: mentir não deverá adiantar, nem com todas as tevês e jornais do mundo. O povo quererá provas. Não se contentará com promessas, sobretudo de políticos como os tucanos que já governaram o país com os resultados catastróficos conhecidos da maioria. Não assino incondicionalmente embaixo da teoria de que o povão se tornou totalmente esclarecido, mas ninguém pode negar que parece não estar se deixando enganar no macro da política, ainda que no micro vejamos populações sendo enganadas o tempo todo. O que pode estar acontecendo, para azar do tucano, é que as pessoas podem até estar brincando em eleições municipais ou estaduais, deixando-se levar por idiossincrasias quanto à simpatia ou antipatia que sentem pelos candidatos, por preconceitos etc., mas, quando se trata do governo do país, depois de tudo que o Brasil já passou todos devem estar refletindo muito mais sobre o voto. Para convencer os brasileiros, portanto, Serra terá que tentar vender meras promessas contra obras e programas concretos e que estão agradando, o que certamente levará o tucano a persistir no erro que vem cometendo de tentar se apropriar desses ativos políticos. Aquela história de que tudo que dá certo é obra de FHC, que nunca funcionou.
O tucano terá ainda, contra si, o estigma de ter integrado o governo FHC. E, apesar de nenhum conservador aceitar o que direi, atualmente o ex-presidente está completamente desmoralizado entre a grande maioria dos brasileiros. Há fartura de pesquisas de opinião que mostram isso. Em 2010, mais uma vez o PSDB e o PFL serão colocados diante do dilema de se mostrarem diferentes de FHC ou de tentarem reabilitar a imagem pública do ex-presidente. E isso num contexto de seis anos durante os quais nem os partidos nem sua mídia aceitaram reconhecer que FHC governou mal, o que deixa a eles só a opção da reabilitação, opção que tampouco jamais funcionou. A cada defesa que fazem do ex-presidente, Serra e a mídia como que prometem que, se voltarem ao poder, repetirão o que ele fez, por mais que digam que a conjuntura hoje é diferente etc. e tal. Essas pessoas simplesmente não querem aceitar o fato de que o povo não gosta de FHC e não quer votar em ninguém ligado a ele. A confiança da direita no poder da mídia é maior do que a sensatez permitiria. E a mídia estimula essa confiança, obviamente porque o que ela vende à direita é confiança no poder que afirma ter. Ou seja: o PSDB e o PFL têm sido vítimas de propaganda enganosa.
Não será muito difícil Serra se tornar presidente, mas só se ele tiver alguma razão para ser eleito que seja do interesse da maioria. Dizer à população, simplesmente, que tudo de bom que aconteceu no governo Lula é mérito de FHC e tudo o que aconteceu de ruim é demérito de Lula, não colará amanhã tanto quanto não cola hoje e tanto quanto não colou ontem. Para ser presidente, Serra terá que provar que seu caminho não é o mesmo de Lula, que é um caminho alternativo e que é melhor. Todavia, continuo achando que o cidadão pró-Serra que está lendo isto não se convence quando falo que o candidato tucano terá que provar o que dirá. A boa notícia final para Serra, enfim, é a de que, se ele conseguisse provar tudo o que enumerei, até eu votaria nele. Já a má notícia, é a de que é quase certo que ele não terá como dar prova alguma, restando-lhe apenas a tática manjada e fracassada do ilusionismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário