sábado, 21 de fevereiro de 2009

Povo pernambucano: "minha presidente"

O povo de Pernambuco em um só coro: "Dilma, minha presidente"

O incerto destino de Ciro Gomes
Kennedy Alencar: Insatisfeito com o trabalho de deputado federal, Ciro Gomes (PSB-CE) se escondeu politicamente nos últimos dois anos, mas sobretudo em 2008. Foi um decisão refletida, dizem aliados. Mas teria sido uma decisão errada, repetem os mesmos aliados. Nesse período, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, reforçou a possibilidade de ser a principal candidata do campo lulista. Hoje, o PT está unido no apoio à ministra. Nas pesquisas, Ciro ainda ostenta maior intenção de voto do que a ministra. Mas as forças políticas acreditam que ela é mais viável do que ele. O PMDB, por exemplo, tende hoje a fechar com Dilma oficialmente. O partido daria a ela o seu tempo de TV, mas se dividiria nos Estados entre a candidata de Lula e o candidato da oposição. No próprio PSB, o seu partido, Ciro sofre alguma contestação _sobretudo do governador de Pernambuco e chefe da legenda, Eduardo Campos.

A sucessão de outubro de 2010 está distante. E Ciro poderá reinventar um caminho até lá. Mas não parece tarefa fácil. Ele tem críticas à política econômica. Críticas parecidas com as de Dilma e as dos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), os dois potenciais candidatos do PSDB ao Palácio do Planalto. Todos se queixam dos juros altos. Ciro foi ministro de Lula durante o primeiro mandato. Teria dificuldade para atacar o governo numa campanha. Tampouco será o escolhido por Lula para representar a sua administração em 2010. Restaria a Ciro uma aliança com Aécio ou com Dilma, na posição de coadjuvante. Mas isso dependeria de fatos que hoje parecem improváveis. Se Aécio for o candidato do PSDB, Ciro poderia ser o vice. Se Aécio deixar o PSDB para se filiar ao PMDB, Ciro poderia ser o vice. Se Aécio entrar no PSB, seria um suicídio político do governador mineiro, que não é dado a esse tipo de coisa. Se o PMDB confirmar uma aliança oficial com o PT, o partido deverá indicar o vice. Se essa união não se confirmar, o PSB poderia nomear o companheiro de chapa. Mas Ciro sofreria competição interna. Eduardo Campos flerta com a possibilidade de ser vice de Dilma se naufragar a tentativa de aliança PT-PMDB. No PSB, tem gente que diz que Ciro poderia simplesmente desistir da política. É uma saída que não combina com a sua personalidade. Ele é um animal político. Seria lamentável uma saída de cena. Ciro é uma peça importante do quebra-cabeça presidencial, mas não está claro onde se encaixará. E-mail: kennedy.alencar@grupofolha.com.br

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