terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Temer e Sarney podem aumentar a governabilidade, diz Dilma

BRASÍLIA (Reuters) - As eleições de Michel Temer (PMDB-SP) para a presidência da Câmara e de José Sarney (PMDB- AP) para o comando do Senado podem elevar a governabilidade do Executivo, afirmou na segunda-feira a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Sarney derrotou o senador Tião Viana (PT-AC) e sucederá Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), que entrou em choque com o Executivo por conta das medidas provisórias editadas pelo governo. Oficialmente, o Palácio do Planalto se manteve neutro na eleição no Senado. Já Temer venceu Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI), com o apoio do Executivo. O peemedebista substituirá Arlindo Chinaglia (PT-SP). Dilma tentou minimizar o fato de parte da base aliada do governo no Legislativo ter se dividido nas eleições. "A disputa é democrática. Nós achamos que é muito importante que tenha sido eleito aqui no Senado e na Câmara representantes e parlamentares que são integrantes da base", disse Dilma a jornalistas depois de participar da cerimônia de abertura do ano legislativo. "Se houver alteração, é para melhor e para maior governabilidade", acrescentou. Dilma, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento, afirmou esperar uma melhor relação entre o Executivo e os outros poderes, uma vez que essa parceria é importante para o país melhor combater os efeitos da crise financeira internacional. A ministra reafirmou que o país está mais bem preparado para enfrentar a turbulência, pois o governo, em vez de "quebrar", agora tem todos os instrumentos para reduzir os impactos da crise. "Nós podemos ter uma redução, uma desaceleração do crescimento. Agora, nós estamos tomando todas as medidas capazes e mais eficazes para enfrentar essa crise. O governo não está parado", frisou.
MENSAGEM PRESIDENCIAL - A mensagem enviada pelo presidente ao Congresso também destacou as realizações do governo federal. Não elencou, no entanto, as prioridades do governo na pauta do Legislativo para este ano. Na carta, Lula reconheceu que inevitavelmente a economia desacelerará, mas lembrou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) se deu a taxas "robustas" nos últimos anos. "A inflação está sob controle. Há seis anos consecutivos ela se encontra dentro das metas previstas, e assim deve continuar", registrou a mensagem. O presidente lembrou também os avanços na distribuição de renda e a decisão do governo de manter os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como forma de incentivar os negócios. "A descoberta do petróleo na camada do pré-sal abriu um novo e extraordinário horizonte para toda a nossa indústria de base." Lula recordou as medidas do governo para elevar a oferta de crédito e aumentar as reservas internacionais do país. "A crise, embora séria, deve continuar a ser enfrentada com serenidade. Estou certo de que temos todas as condições de enfrentar todos os períodos mais agudos desta crise internacional", disse o presidente na mensagem. (Reportagem de Fernando Exman).

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