Escrever um artigo sobre a mulher na semana em que comemoramos o dia internacional da mulher, num primeiro momento não me pareceu nada original. No entanto, justamente por deparar com tantos artigos, poemas, músicas, homenagens, enfim, uma verdadeira enxurrada de citações, é que me encorajei para este difícil, porém, prazeroso exercício de escrever sobre nós, mulheres. Aproveitei a oportunidade para tratar de um assunto que está na boca de toda a população brasileira: seria a ministra Dilma Rousseff a candidata do PT e do presidente Lula nas eleições de 2010? Antes, porém, é preciso tomar nota de algumas considerações que, a meu ver, são fundamentais para entendermos minimamente o papel da mulher na sociedade.
Parto do pressuposto de que a mulher é um ser social e como tal sempre foi indispensável, assim como o homem, nas diferentes fases da história da humanidade. É bem verdade que por um longo período dessa história o que se constatou foi a então condição de invisibilidade das mulheres, mas não por uma questão de passividade e/ou subserviência. Esta visão, defendida por alguns, é pobre e acrítica, pois não permite perceber o protagonismo da mulher como sujeito político ativo e participante na mudança social e em sua própria mudança, assim como suas alianças e, inclusive, por que não dizer, de sua participação na manutenção da ordem patriarcal. Portanto, para mim, toda analise sobre a condição histórica da mulher tem que considerar necessariamente a relação entre as experiências masculinas e femininas com a ligação das práticas históricas atuais, ou seja, a partir de sua complexidade. É preciso superar a imagem dicotômica da mulher vítima/passiva frente à mulher altiva/poderosa, que se inserem no espaço privado ou no espaço público, respectivamente.
Contudo, não estou negando que as relações de gênero são hierárquicas e de poder, principalmente dos homens sobre as mulheres, até porque essas relações são as primeiras vividas por todos nós e é com elas que começamos a apreender o mundo, da mesma forma em que são reproduzidas no conjunto da sociedade e das instituições. E, dependendo das relações, se de gênero, de raça/etnia e/ou de classe social, elas tendem a se intensificar, haja vista que são permeadas pelo poder. E, segundo Foulcalt: “O poder deve ser analisado como algo que só funciona em cadeia, nas suas malhas os indivíduos não só circulam, mas estão sempre em posição de exercer este poder”. A prova disso é a luta e a resistência das mulheres ao longo de sua trajetória na história da humanidade. Tivemos que lutar pelo direito à educação, à escolha do marido, do trabalho; do direito ao voto. Atualmente ainda lutamos incansavelmente por mais e novos espaços na sociedade, quer na família, no mercado de trabalho, por salário justo, nas universidades, na política etc. É inegável que nós, mulheres, vimos a passos largos conquistando nosso lugar em diversos espaços: cargos de primeiro escalão; participação em sindicatos e órgãos de classe; movimentos sociais; dirigentes sindicais; conselhos gestores de políticas públicas; na militância e no trabalho político-partidário; na representação parlamentar; ou no mandato executivo. No entanto, também é inegável que, de todos eles, o mais difícil tem sido o da participação política.
Nós, mulheres, representamos mais de 50% dos eleitores (as) do País, mas ainda não conseguimos ultrapassar os tímidos índices de candidatas a cargos eletivos, haja visto o fato de que muitos partidos políticos não conseguem atingir sequer a cota mínima de 30% de gênero exigida por lei, no nosso caso 30% de candidatas mulheres. Também avançamos nesse quesito, temos três governadoras, dus ministras, quatro senadoras, 46 deputadas federais e 123 estaduais. Nos países da América Latina, temos duas presidentes, a do Chile e da Argentina. Mas é preciso avançar muito mais nessa esfera de poder, porque é no espaço da política que efetivamente se dá o chamado “processo de tomada de decisão”. E no Brasil, pela primeira vez na história, temos a oportunidade de eleger uma mulher presidente. Trata-se da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. É verdade que ainda é cedo para qualquer definição. No entanto, discutir essa possibilidade não se trata de campanha antecipada, pois quando há um nome masculino, como a oposição apresenta, neste caso, ninguém fala de antecipação de campanha. Por isso mesmo é fundamental que comecemos a tratar do assunto nos nossos espaços de atuação, preparando o terreno para que a possibilidade possa se transformar em realidade.
Mas afinal, quem é esta mulher? Dilma Vana Linhares Rousseff, 62 anos, divorciada e mãe de uma filha. Graduada em Ciências Econômicas, Mestre em Ciências Econômicas, Doutora em Ciências Sociais na Área da Teoria Monetária e Financeira. Foi presa e torturada pelos órgãos públicos de repressão na ditadura (1970-1973). Juntamente com Leonel Brizola fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi Secretária de Minas e Energia por dois mandatos no governo do Estado do Rio Grande do Sul. No final de 1999 filiou-se ao Partido dos Trabalhadores.
Dilma integra o Governo Lula desde a primeira gestão. De 2003 à 2005, foi Ministra de Minas e Energia. Atualmente exerce o cargo de ministra-chefe da Casa Civil – foi a primeira mulher a ser nomeada para tão importante cargo. E é gerente de um dos principais programas do Governo Federal, cujo objetivo central é fomentar o crescimento econômico do Brasil. Trata-se do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Diferente de Lula, Dilma nunca disputou uma eleição. No entanto, seu currículo a credencia para exercer o mais importante cargo de poder do país, a Presidência da República. É com Dilma que poderemos intensificar a participação feminina nos espaços de poder, propondo políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades de gênero.
É fato: o povo reconhece que o Brasil melhorou com Lula e quer a continuidade. Dilma está com Lula fazendo acontecer esta transformação, e ela tem lado. Dilma representa, conforme Resolução do PT: “... O projeto das forças progressistas e de esquerda, que querem dar continuidade à ação do governo Lula, reduzindo desigualdades sociais e regionais, ampliando o investimento público, fortalecendo o papel indutor e planejador do estado, gerando mais empregos e distribuindo renda, fortalecendo a saúde, a previdência e o ensino público, exercendo uma política externa que fortalece a soberania e a integração continental. E do outro lado, estão as forças neoliberais, conservadoras e de direita, que de 1990 até 2002 privatizaram, desempregaram e arrocharam o povo brasileiro, implementando em nosso país as mesmas políticas que estão na raiz da crise mundial.” Nunca antes na história do país estivemos tão perto de ter uma mulher na Presidência da República. É chegada a hora, e como já dizia aquela música: “... Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” Silbene Santana de Oliveira é assistente Social e dirigente estadual e nacional do PT
Contudo, não estou negando que as relações de gênero são hierárquicas e de poder, principalmente dos homens sobre as mulheres, até porque essas relações são as primeiras vividas por todos nós e é com elas que começamos a apreender o mundo, da mesma forma em que são reproduzidas no conjunto da sociedade e das instituições. E, dependendo das relações, se de gênero, de raça/etnia e/ou de classe social, elas tendem a se intensificar, haja vista que são permeadas pelo poder. E, segundo Foulcalt: “O poder deve ser analisado como algo que só funciona em cadeia, nas suas malhas os indivíduos não só circulam, mas estão sempre em posição de exercer este poder”. A prova disso é a luta e a resistência das mulheres ao longo de sua trajetória na história da humanidade. Tivemos que lutar pelo direito à educação, à escolha do marido, do trabalho; do direito ao voto. Atualmente ainda lutamos incansavelmente por mais e novos espaços na sociedade, quer na família, no mercado de trabalho, por salário justo, nas universidades, na política etc. É inegável que nós, mulheres, vimos a passos largos conquistando nosso lugar em diversos espaços: cargos de primeiro escalão; participação em sindicatos e órgãos de classe; movimentos sociais; dirigentes sindicais; conselhos gestores de políticas públicas; na militância e no trabalho político-partidário; na representação parlamentar; ou no mandato executivo. No entanto, também é inegável que, de todos eles, o mais difícil tem sido o da participação política.
Nós, mulheres, representamos mais de 50% dos eleitores (as) do País, mas ainda não conseguimos ultrapassar os tímidos índices de candidatas a cargos eletivos, haja visto o fato de que muitos partidos políticos não conseguem atingir sequer a cota mínima de 30% de gênero exigida por lei, no nosso caso 30% de candidatas mulheres. Também avançamos nesse quesito, temos três governadoras, dus ministras, quatro senadoras, 46 deputadas federais e 123 estaduais. Nos países da América Latina, temos duas presidentes, a do Chile e da Argentina. Mas é preciso avançar muito mais nessa esfera de poder, porque é no espaço da política que efetivamente se dá o chamado “processo de tomada de decisão”. E no Brasil, pela primeira vez na história, temos a oportunidade de eleger uma mulher presidente. Trata-se da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. É verdade que ainda é cedo para qualquer definição. No entanto, discutir essa possibilidade não se trata de campanha antecipada, pois quando há um nome masculino, como a oposição apresenta, neste caso, ninguém fala de antecipação de campanha. Por isso mesmo é fundamental que comecemos a tratar do assunto nos nossos espaços de atuação, preparando o terreno para que a possibilidade possa se transformar em realidade.
Mas afinal, quem é esta mulher? Dilma Vana Linhares Rousseff, 62 anos, divorciada e mãe de uma filha. Graduada em Ciências Econômicas, Mestre em Ciências Econômicas, Doutora em Ciências Sociais na Área da Teoria Monetária e Financeira. Foi presa e torturada pelos órgãos públicos de repressão na ditadura (1970-1973). Juntamente com Leonel Brizola fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi Secretária de Minas e Energia por dois mandatos no governo do Estado do Rio Grande do Sul. No final de 1999 filiou-se ao Partido dos Trabalhadores.
Dilma integra o Governo Lula desde a primeira gestão. De 2003 à 2005, foi Ministra de Minas e Energia. Atualmente exerce o cargo de ministra-chefe da Casa Civil – foi a primeira mulher a ser nomeada para tão importante cargo. E é gerente de um dos principais programas do Governo Federal, cujo objetivo central é fomentar o crescimento econômico do Brasil. Trata-se do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Diferente de Lula, Dilma nunca disputou uma eleição. No entanto, seu currículo a credencia para exercer o mais importante cargo de poder do país, a Presidência da República. É com Dilma que poderemos intensificar a participação feminina nos espaços de poder, propondo políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades de gênero.
É fato: o povo reconhece que o Brasil melhorou com Lula e quer a continuidade. Dilma está com Lula fazendo acontecer esta transformação, e ela tem lado. Dilma representa, conforme Resolução do PT: “... O projeto das forças progressistas e de esquerda, que querem dar continuidade à ação do governo Lula, reduzindo desigualdades sociais e regionais, ampliando o investimento público, fortalecendo o papel indutor e planejador do estado, gerando mais empregos e distribuindo renda, fortalecendo a saúde, a previdência e o ensino público, exercendo uma política externa que fortalece a soberania e a integração continental. E do outro lado, estão as forças neoliberais, conservadoras e de direita, que de 1990 até 2002 privatizaram, desempregaram e arrocharam o povo brasileiro, implementando em nosso país as mesmas políticas que estão na raiz da crise mundial.” Nunca antes na história do país estivemos tão perto de ter uma mulher na Presidência da República. É chegada a hora, e como já dizia aquela música: “... Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” Silbene Santana de Oliveira é assistente Social e dirigente estadual e nacional do PT
Nenhum comentário:
Postar um comentário