Luis Carlos Bernardes - O Tempo: O script da candidatura Dilma em Minas está em adiantado. Como me antecipa o deputado federal Virgílio Guimarães, o PT mostrará que, além de nascer aqui, Dilma viveu em Minas até os 20 anos, foi aqui seu primeiro casamento, a formação política, seu sotaque é mineiro, a mãe, que ela sempre visita mora em Belo Horizonte, e tem parentes na mineira Passatempo. Segundo Virgílio, "Dilma aprendeu a pensar em Minas e esta condição será ressaltada na campanha". Como Minas é um mini Brasil, com fronteiras com o nordeste, Rio e São Paulo, isto facilitou a formação de Dilma. E na medida em que ela começou a viajar pelo país, nacionalizou-se e aperfeiçoou sua visão, diz ele. Para o deputado, Dilma é mais mineira do que o presidente Lula é nordestino. Ele saiu de Pernambuco com 6 anos de idade, seus amigos são paulistas, o sotaque também. E embora a pobreza que vivenciou no Nordeste seja fundamental para a sua visão de mundo, sua vida sindical e formação política aconteceram em São Paulo. Até seu time de futebol, o Corinthians é de lá, lembra Virgílio.
As notícias são boas e ruins para Aécio Neves. Se ele disputar a Presidência da República, terá uma forte rival no seu Estado, onde o PT é bem votado. Mas, se for atropelado por São Paulo e tiver que cruzar os braços na sucessão presidencial em Minas, como já me disse que o fará (se a disputa for leal e perder), Aécio entra firme na campanha de Serra, Dilma cresce ainda mais no Estado, repetindo o voto "Lulécio" de 2002 e 2006. Há dias, o experiente tucano Sílvio Mitre me disse que o exército de campanha presidencial de Aécio é pequeno, de Brancaleone. O que se comprovou esta semana, quando o presidente do PSDB-MG, deputado Paulo Abi Ackel disse que Aécio tem plano B - disputar o Senado. Os paulistas adoraram. O presidente da Associação Mineira de Municípios, Celso Cota, disse que só há um plano, disputar a Presidência da República. Mas a fala de Paulo Abi Ackel marcou negativamente. Voltando a Virgílio Guimarães, que foi relator da reforma tributária na primeira fase, pergunto-lhe sobre as chances de aprovação da mesma agora. Ele me diz que é uma situação contraditória porque com a crise, a reforma tributária é, ao mesmo tempo, mais necessária e mais difícil de acontecer porque nenhum setor governamental quer perder recursos em qualquer momento. Ainda mais agora, quando se espera que a crise se reduza no fim do primeiro semestre, mas ninguém tem certeza disto. Por isso, ele não descarta a possibilidade da reforma tributária acontecer ainda este ano, talvez no segundo semestre, mas acha difícil que ela aconteça. Pergunto-lhe sobre a reforma política, Virgílio disse-me que há um pouco mais de chances dela acontecer.
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