sábado, 14 de março de 2009

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

A embriaguez do sucesso
Walter Gomes - O Povo: Faz gosto ver-se uma casa arrumada. Assim estava o Brasil no início do novo milênio. Exatamente na época da ascensão ao poder de Lula da Silva, depois de três derrotas consecutivas nas urnas. Viera o país de fases turbulentas. A primeira, sob o comando de José Sarney, que herdara o mandato de Tancredo Neves, fundador da Nova República. O desastre ético chamado Fernando Collor, ocorrido na sequência, permitiu a chegada de Itamar Franco ao Palácio do Planalto. A partir daí, iniciara-se o período de reconstrução econômico-financeira nacional. Depois foi a vez de Fernando Henrique Cardoso aprimorar o que havia sido reestruturado, à parte algumas bobagens aqui e outras acolá.
O petista, embora sob desconfiança, interna e externa, surpreendeu. Renegou o catecismo que lhe doutrinara a respeito de táticas e estratégias para participar do conflito capital-trabalho e, com audácia, aderiu ao neoliberalismo praticado nas duas gestões do antecessor tucano. Justamente por motivo do que era praticado internamente, foram atraídos capitais de várias partes do planeta. A economia prosperava, os programas sociais se ampliaram, a vida dos pobres melhorou. Lula, beneficiário dessa química benfeitora, cresceu, reelegeu-se e se transformou, por obra e graça de competente e milionário marketing, no homem público de maior popularidade na história brasileira recente.
Todavia, essa magnitude construída está ameaçada. Deslumbrado com o sucesso e a ação dos bajuladores, o presidente está convencido de que elegerá a ministra Dilma Rousseff sua sucessora. Em nome desse projeto, abre o cofre. O governo começa a gastar mais do que pode. E ainda não se chegou à campanha eleitoral propriamente dita.

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