Luciano Seixas: Presidente, nós estamos gravando hoje aqui na Base Aérea de Brasília. O senhor esteve neste final de semana em Trinidad e Tobago, durante a 5ª edição da Cúpula das Américas. Como é que foi o encontro?
Presidente: Foi uma reunião, eu diria, muito importante. Para mim, que participo de reuniões multilaterais desde 2003, estou percebendo que a cada dia que passa há uma evolução importante na compreensão dos chefes de Estado, dos presidentes, de que quanto mais harmonia existir entre nós e quanto mais nós trabalharmos o processo de integração, mais nós teremos chance de viver em paz e de termos os nossos países desenvolvidos. Todos nós estamos convencidos disso. Essa reunião foi uma reunião importante porque participaram todos os países da América Latina, do Caribe, mais Estados Unidos e mais Canadá. Todo mundo esperava que houvesse uma briga, uma disputa entre Obama e Chávez, entre Obama e Evo Morales, entre Obama e Rafael Correa, entre Obama e Daniel Ortega. E o que aconteceu? O que aconteceu é que as pessoas ficaram civilizadas e as pessoas aprenderam a discordar, democraticamente, e a conviver com as diferenças. Foi uma reunião importante porque ela permitiu que houvesse o diálogo. Acho que o Obama teve uma atitude muito inteligente quando resolveu fazer reuniões separadas com a Unasul, com o pessoal da América Central, com o pessoal do Caribe. É a primeira Cúpula de que ele participa, portanto, era um momento importante para ele conhecer as pessoas. E eu penso que foi importante, eu acho que nós demarcamos uma nova história de relação na América Latina, sobretudo, entre América Latina, Caribe e Estados Unidos. Se os Estados Unidos quiserem, eles têm a chance de fazer um novo capítulo na história, não de ingerência, mas de parceria, de construção de coisas positivas com os países da América Latina e do Caribe.
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