sexta-feira, 17 de abril de 2009

DILMA SUPERMÃE

Revista Cláudia: CLAUDIA O feminismo está revendo o discurso que dava a maternidade como algo secundário. A escritora americana Camille Paglia é partidária dessa revisão. O que pensa disso? DILMA Em que pesem todas as ótimas constatações que Camille fez sobre sexo e cultura, sua visão, no passado, de que maternidade era secundária, estava equivocada.Uma das coisas mais importantes da minha vida foi ter uma filha. Tem mulher que decide não ter filhos, eu as respeito. Mas não podemos abrir mão damaternidade. Se você dá a vida, tem que cuidar dela, providenciar alimentação, ver se as orelhas estão limpas... a maternidade dá competência. A capacidade de agregar vem do treino com os filhos. A visão privada amplia a visão pública. Nem todo feminismo se opôs àmaternidade. Foram as feministas que exigiram do governo o tratamento pré-natal, a licença-ma ter nidade...
CLAUDIA O fato de o ex-ministro Gilberto Gil ter dito que a senhora tem um lado macho a ofendeu? Sente-se incomodada quando ouve que é uma gerentona, uma mulher dura demais? DILMA O meu amigo Gil pode me chamar do que quiser, porque é um artista. Talvez ele olhe coisas minhas e capte a essência. Gil disse na música SUPER-HOMEM que ele tinha um lado feminino a cultivar. As mulheres têm um lado de resistência, identificado com o sexo masculino, para ressaltar. Não somos um bando de manteigas der retidas que não enfrenta a diversidade; pelo contrário, resistimos a tudo. Eu costumo afirmar que sou uma mulher dura cercada de homens meigos.

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