sexta-feira, 22 de maio de 2009

Analistas: Colar no Bolsa-Família terá efeito 'zero' para PSDB

De olho nas eleições 2010, os tucanos vão adotar a estratégia de defender a principal marca social de Lula
Andréia Sadi, do estadao.com.br - SÃO PAULO - O presidente Lula é o principal obstáculo do PSDB na estratégia de defender o Bolsa-Família como bandeira eleitoral em 2010. O partido quer reivindicar a criação do programa, mas a ideia tem efeito "zero" em termos de voto já que, para a população, o único pai do programa é o presidente petista. " Não adianta vir com essa história de que verdadeiro pai do Bolsa-Família são eles(PSDB), isso não tem efeito nenhum para a população, é zero. Elas atribuem credito ao Lula, ao governo que estava ali no momento em que a vida delas melhoraram. Pegar bandeira emprestada não funciona", analisa o cientista político da UnB Leonardo Barreto.Na semana passada, líderes tucanos fizeram um seminário na Paraíba onde o foco foi iniciar uma mobilização para desfazer a imagem de que o partido é contra políticas de transferência de renda, a principal marca social do atual governo. Um dos discursos é de que o Bolsa-Escola, idealizado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, "foi a mãe do Bolsa-Família". "O que você tinha no FHC era um conjunto de projetos e que Lula centralizou todos esses planos em um único marketing, numa única política. O criador é o Lula, foi o governo dele que fez. A filosofia da transferência de renda pode até ter nascido com FHC, mas quem centralizou foi o Lula", rebate o cientista político.Para José Alvares Moisés, da USP, o PSDB, como oposição, não soube demonstrar claramente, não soube fazer a batalha para indicar que isso era uma política que tinha sido feito por um governo anterior e defende que o partido estabeleça limites para o programa, mesmo com fins eleitorais. "Precisa mostrar seu alcance e seu limite.Oposição tem de ter coragem de dizer que 'sim, vamos manter o Bolsa-Família' até que alcancemos um tal nível de desenvolvimento. Ninguém vai perder votos por colocar metas, não é pecado. Governo Lula acabou de colocar metas, no caso da poupança. Adotar isso como política permanente, não mostrar o seu limite e sua insuficiência, é uma irresponsabilidade, seja do PT ou do PSDB", explicou.Uma das principais críticas do programa é a de que ele não oferece "porta de saída" para os seus beneficiários. E, para o analista da USP, a falta de oportunidades cria uma clientela que depende do programa. "É visível por toda nossa experiência e tradição que isso rende votos. Pode ser a base de um novo clientelismo, você cria uma clientela que passa a depender do BF, que se alimenta melhor, renda melhor mas como não tem oportunidade, nem estimulado a entrar no mercado de trabalho não é cobrado acaba se acomodando a essa situação e recebe e em troca de receber dá voto. É clientelismo clássico. Como escapar disso? Se você admitir publicamente que o programa é provisório", defende.O Bolsa-Família, quando do seu lançamento,em 2003, estava longe de ser uma unanimidade.Dos 27 governadores, apenas quatro além de 2 interinos, compareceram à solenidade. Nem mesmo os então governadores petistas de Mato Grosso do Sul, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, e de Roraima, Flamarion Portela, compareceram ao evento.Entre os principais críticos do programa, embora em tom moderado, estavam os tucanos, como Aécio Neves, José Serra e Tasso Jereissati, então presidente do PSDB. No entanto, a mais de um ano da eleição presidencial de 2010, o discurso amenizou e os ataques de "falsa caridade, assistencialismo" deram espaço à intenção do partido de defender o Bolsa-Família e propor, inclusive, a sua ampliação.

O PSDB/DEM sempre foram contra o Bolsa Família, chamam o maior programa de transferência de renda do mundo de" bolsa esmola." Programa que retirou milhões de pessoas da miséria, reconhecido mundialmente. Programa do presidente Lula, do governo Lula. Agora querem colar no programa do Lula para tentar se eleger. Bando de safados

Nenhum comentário: