sexta-feira, 22 de maio de 2009

CPI: falta ética e sobra hipocrisia

Jornalista Jorge Vieira: A famigerada e tão temida, em algum momento, CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – remonta ao século XIV. No Brasil, foi consagrada na constituição de 1934. Na atual Carta Magna de 1988, encontra-se regulamentada no Art.58, Parágrafo 3º, em que o parlamento tem o poder de investigar possíveis desvios de conduta com a má utilização de recursos públicos ou atos incompatíveis com o cargo que exerce. Escândalos tornaram-se, no Brasil, famosos depois de veiculados na mídia, sejam descobertos por agentes policiais ou por jornalista. Frente à denúncia, deputados e senadores recorrem imediatamente ao instrumento da Comissão. Da parte dos citados, com o temor da investigação, logo é criam blindagem e justificativas da inocência ou da incoveniência da investigação. Numa sociedade democrática e comprometida com os princípios éticos e de justiça, a transparência com a utilização de recursos públicos e o controle pelos poderes e pela população, é de extrema importância para o exercício da cidadania.
O probleam é que, quando os solicitantes estão na oposição, reividicam o princípio da ética, da justiça, da transparência, da seriedade e do compromisso com a sociedade . Mas, quando chegam ao poder, a bandeira da moralidade não serve mais. Quem estava no poder, combateu a criação da CPI. Para a população brasileira, é como diria a composição de Sérgio Porto “samba de crioulo doido”! Confunde mais a discussão ideológica sobre direta e esquerda. Para o filosófo italiano Norberto Bobbio, genericamente, a direita está ligada a interesses individuais e a esquerda aos projetos coletivos. Mas, no contexto barsileiro, queria seria a direita e quem seria a esquerda? E onde está, então a ética? Pelo critério bobbiano, pode-se, sim, encontrar ideologicamente a direita e a esquerda. Basta analisar o projetos de privatização nos oito anos do governo tucuno e os seis do petista. Entretanto, do ponto de vista ético, os dois negam a bandeira da transparência e a firmam as graves contradições.
Na sefunda-feira, 18 de maio, em entrevista à TV Brasil, o senador Álvaro Dias (PSDB/PR), defendeu com maestria que faz lembrar os sofistas gregos, a criação da CPI da Petrobrás e a transparência na adminsitração pública. Quem diria?! No governo tucano, arrepiaram as privatizações da Vale do Rio Doce, da Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda/RJ e as Telecomunicações!!! Basta lembrar os valoroes que essas estatais foram vendidas! A mídia divulgou documento da então liderança do PT, deputado João Paulo (SP), 45 escândalos que marcaram o governo FHC!!! Entre outros, estão os casos Sudam, Sivam, Proer, caixa-dois de campanhas, TRT paulista, calote no Fundef, mudanças na CLT, intervenção na Previ e erros do Banco Central. Atores defensores e acusadores mudam de discurso de acordo com o lugar que ocupam no poder. Ontem João Paulo; hoje Álvaro Dias. E a ética, onde está? E a transparência com o bem comum? Será que alguém vai acreditar ainda que a chamada CPI da Petropbrás é para investigar possíveis desvios e defender o intereesses público? Ou, por trás, não está exatamente o interesse do capital internacional em privatizá-la? Quem viver, verá!

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