Ministra sugere que estatal "pode ter sido caixa-preta" durante governo tucano Na Turquia, Lula mostrou desconfiança com a CPI e afirmou que "ainda não está bem explicado qual o motivo" da investigação.
SUCURSAL DE BRASÍLIA A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) incluiu um novo ingrediente à estratégia do governo de tachar o PSDB de inimigo da Petrobras ao sugerir, ontem, que a estatal "pode ter sido uma caixa-preta" entre 1997 e 2000 -durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, portanto-, ao contrário do que ocorre hoje. Ao retomar os trabalhos na Casa Civil após quase dois dias internada em São Paulo, Dilma classificou de "espantoso" o comportamento dos que levantam suspeição em torno da estatal, numa referência à oposição, que insistiu na criação de CPI para investigar a empresa. "Essa história de falar que a Petrobras é uma caixa-preta... pode ter sido uma caixa-preta em 97, 98, 99, 2000. A Petrobras de hoje é uma empresa com nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento. Investidor não investe em caixa-preta", afirmou ela. Para levantar a tese de que, na gestão Lula, a Petrobras seria mais transparente, a ministra citou o fato de a estatal estar submetida à lei Sarbanes-Oxley, criada em 2002 para garantir mecanismos de auditoria confiáveis nas empresas, sobretudo as grandes, que tem operações financeiras no exterior. "É uma lei que é das mais rígidas no que se refere a demonstrações contábeis, a explicitação para controle do acionista e do investidor das contas estratégicas da empresa." Dilma voltou a dizer que a estatal "tem de ser preservada" por ser a maior empregadora e contratadora de bens e serviços, e pelo papel ainda maior que terá em virtude do pré-sal. E afirmou que as investigações a serem feitas pela CPI poderiam ser resolvidas no TCU (Tribunal de Contas da União) ou no Ministério Público. Durante a defesa da estatal, a ministra chegou a embargar a voz. Ela disse ter momentos em que fica "emocionada": "Além de eu achar a Petrobras estrategicamente muito importante, importante para o Brasil, um símbolo para nós, da nossa própria capacidade, tanto no que se refere à tecnologia... também é a empresa do meu coração". A ministra fez ainda uma veemente defesa do petista Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção da Petrobras, um dos postos mais cobiçados. "Não há até agora por parte do governo [nenhum sinal de mudança], nem haverá, acredito. Não tem sinal de alguém ter nos pedido isso." Dilma se referiu a Estrella como "um dos melhores diretores da Petrobras". "É um homem íntegro, é um técnico competentíssimo, é um geólogo de primeira, é o responsável por essa determinação e pelo pré-sal e é um homem que a gente tem de honrar pelo tempo de trabalho. Meu apoio ao diretor Estrella é irrestrito. O meu [apoio] pessoal", destacou. Dilma tentou afastar especulações de que o cargo é alvo da barganha do PMDB, em troca do apoio ao governo na CPI da Petrobras. Questionada sobre as frequentes contrapartidas exigidas pelo partido, ela resumiu: "Isso é parte da história".
SUCURSAL DE BRASÍLIA A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) incluiu um novo ingrediente à estratégia do governo de tachar o PSDB de inimigo da Petrobras ao sugerir, ontem, que a estatal "pode ter sido uma caixa-preta" entre 1997 e 2000 -durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, portanto-, ao contrário do que ocorre hoje. Ao retomar os trabalhos na Casa Civil após quase dois dias internada em São Paulo, Dilma classificou de "espantoso" o comportamento dos que levantam suspeição em torno da estatal, numa referência à oposição, que insistiu na criação de CPI para investigar a empresa. "Essa história de falar que a Petrobras é uma caixa-preta... pode ter sido uma caixa-preta em 97, 98, 99, 2000. A Petrobras de hoje é uma empresa com nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento. Investidor não investe em caixa-preta", afirmou ela. Para levantar a tese de que, na gestão Lula, a Petrobras seria mais transparente, a ministra citou o fato de a estatal estar submetida à lei Sarbanes-Oxley, criada em 2002 para garantir mecanismos de auditoria confiáveis nas empresas, sobretudo as grandes, que tem operações financeiras no exterior. "É uma lei que é das mais rígidas no que se refere a demonstrações contábeis, a explicitação para controle do acionista e do investidor das contas estratégicas da empresa." Dilma voltou a dizer que a estatal "tem de ser preservada" por ser a maior empregadora e contratadora de bens e serviços, e pelo papel ainda maior que terá em virtude do pré-sal. E afirmou que as investigações a serem feitas pela CPI poderiam ser resolvidas no TCU (Tribunal de Contas da União) ou no Ministério Público. Durante a defesa da estatal, a ministra chegou a embargar a voz. Ela disse ter momentos em que fica "emocionada": "Além de eu achar a Petrobras estrategicamente muito importante, importante para o Brasil, um símbolo para nós, da nossa própria capacidade, tanto no que se refere à tecnologia... também é a empresa do meu coração". A ministra fez ainda uma veemente defesa do petista Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção da Petrobras, um dos postos mais cobiçados. "Não há até agora por parte do governo [nenhum sinal de mudança], nem haverá, acredito. Não tem sinal de alguém ter nos pedido isso." Dilma se referiu a Estrella como "um dos melhores diretores da Petrobras". "É um homem íntegro, é um técnico competentíssimo, é um geólogo de primeira, é o responsável por essa determinação e pelo pré-sal e é um homem que a gente tem de honrar pelo tempo de trabalho. Meu apoio ao diretor Estrella é irrestrito. O meu [apoio] pessoal", destacou. Dilma tentou afastar especulações de que o cargo é alvo da barganha do PMDB, em troca do apoio ao governo na CPI da Petrobras. Questionada sobre as frequentes contrapartidas exigidas pelo partido, ela resumiu: "Isso é parte da história".
Investigação - O presidente Lula voltou a manifestar desconfiança em relação às motivações para a abertura da CPI da Petrobras. Em entrevista conjunta com o presidente da Turquia, Abdullah Gül, ele não quis se aprofundar, mas prometeu falar sobre o assunto no Brasil. "Porque eu gostaria de saber qual é o fato determinado da CPI. Ou seja, no fundo, no fundo, no fundo, no fundo, ainda não está bem explicado qual o motivo dessa CPI", disse. O requerimento do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que cria a CPI, pede que sejam investigadas as obras da refinaria Abreu e Lima (PE), a manobra contábil feita pela estatal para pagar menos impostos e os patrocínios fechados com prefeituras em festas juninas.
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