Medicada, as dores persistiram com tanta intensidade que ela resolveu voltar a São Paulo para ser avaliada pela equipe médica que a assiste desde que o linfoma foi detectado, há um mês. Depois de desembarcar em um jato-ambulância, Dilma chegou, por volta das 3h da madrugada, no hospital onde já era aguardada pelo cardiologista Roberto Kalil e pelos oncologistas Paulo Hoff e Yana Novis. O procedimento imediato foi uma ressonância magnética, cujo resultado levou os médicos a concluírem que as dores eram consequência de um efeito adverso dos medicamentos para miopatia, comum em pacientes submetidos a tratamento para vencer o câncer.
Ainda na terça-feira, a prescrição indicada pelos médicos foi à base de analgésicos, mas ela ficou em observação em um apartamento do hospital. No dia 25 de abril, Dilma revelou, em uma entrevista coletiva, que havia se submetido a uma cirurgia para a retirada de um nódulo de 2,5 centímetros da axila esquerda, mas que teria de se submeter a um tratamento preventivo durante quatro meses, com chances de cura de 90%. Manteve o controle, não demonstrando qualquer abalo físico e emocional, tanto que acompanhou o presidente Lula em uma viagem à Amazônia. Parecia tudo muito bem até a segunda-feira passada, quando, cumprindo sua agenda espartana, desembarcou por volta de 9h30 no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde provisoriamente está instalada a Presidência da República em Brasília.
Reuniu-se com o presidente em exercício, José Alencar, e com técnicos dos ministérios do Planejamento e Integração Nacional. Duas horas depois, embarcou em um carro, só retornando às 16h para receber o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Em menos de uma hora, deixava o CCBB novamente, saindo por uma portaria lateral. Na quarta-feira, a ministra teve alta e aproveitou para dar um recado para aqueles que insistem em duvidar que continuará na condição de presidenciável: “Acho de muito mau gosto misturar uma doença; que é hoje curável, com questões políticas. A própria população vai entender que isso não é adequado”. Ela manifestou também o propósito de não alterar a sua rotina de trabalho, embora tenha cancelado a sua agenda para o fim de semana (participaria de um congresso da CUT, um almoço com mulheres políticas, reunião com líderes do movimento social e uma sessão plenária). Isso porque sua imunidade estará baixa até o domingo. Mas a equipe médica que a assiste recomendou-lhe a redução da carga de trabalho, pelo menos no período de quimioterapia, a cada três semanas.
Tranquila e sorridente, ela explicou aos jornalistas que a suspensão da cortisona, cinco dias depois da medicação, causou as dores. Bem-humorada, até revelou que estava usando uma “peruquinha básica”, mas fez uma observação: “Espero que, logo que começar a crescer (o cabelo) e tiver uma altura mais ou menos do tamanho dos masculinos, eu possa tirá-la. Porque é muito chato usar peruca”. Até contou que conversou, por telefone, com o presidente Lula, na terça-feira, para um “despacho básico”. Pediu privacidade aos jornalistas: “Sei que sou uma figura pública, mas, a um pouco de privacidade, tenho direito. Dou declarações a posteriori. Peço a vocês certo resguardo, porque não sei como meu organismo reage. Tem horas que reage muito bem. Tive isso, não era esperado. Prefiro falar com vocês depois que passar”. Dilma está decidida a ir à luta contra o linfoma, e vencer.(Fonte: EM DIA).
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