A notícia abaixo (veja "Para Ibope, doença de Dilma nada...
A notícia abaixo (veja "Para Ibope, doença de Dilma nada altera") deu no blog - um dos melhores - do meu amigo jornalista Ricardo Kotscho. Vou responder ao nosso Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, botafoguense fanático, até ex-presidente do seu time. Vou fazê-lo como um flamenguista, time pelo qual torci na infância ainda em Passa Quatro, nas Minas Gerais. Vou analisar contestando suas previsões, mas aviso-o que prevejo, também, que o Fla derrota o Bota e se sagra mais uma vez campeão. Espero não errar em nenhuma das duas previsões. A primeira do Montenegro é que, para Dilma Rousseff ou qualquer outro candidato petista, será difícil conquistar cada ponto depois que passar do patamar de 15%, teto de transferência do presidente Lula e do PT. Pode ser difícil, mas que temos condições de passar e chegar até os 25% que temos. Só o PT tem para a Câmara dos Deputados 17%. Lula pode ter até 50% dos votos, no mínimo mais de 40%, e nada nos impede de conquistar isso já que Dilma é candidata de Lula, do governo e do partido. Temos atos, ação governamental, realizações e não há dúvidas que o clima no país é para isso. Concordo que dificilmente Heloisa Helena e Cristovam Buarque teriam espaço para crescer e que Ciro Gomes só seria candidato com apoio de Lula. Mas aí os palanques estaduais do PSB para eleger e reeleger governadores, senadores e deputados, além das afinidades políticas e de programa, é que levam o partido a uma aliança com o PT e Lula, apoiando a candidatura de Dilma Rousseff.
Previsão de que Serra ganha no 1º turno não convence
Já a previsão de que José Serra é favorito e pode vencer no 1º turno, não convence. Por que o país iria mudar de rumo, entregar o governo de novo para os tucanos, para um paulista, para Serra? Não vamos esquecer que ser favorito nas pesquisas em abril de 2009 não quer dizer nada. Lula era favorito em 1994 nesse mesmo período, e o plano real e a candidatura FHC, além dos erros do PT, mudaram tudo.
Serra pode ser o favorito, mas ganhar no 1º turno, acho improvável. Diria mesmo inverossímil. Como Montenegro fala, é como se não existisse a crise e a luta política, Lula não fizesse a diferença e o PT, as alianças, os palanques não contassem. É como se não contasse os oito anos tucanos e os oito de Lula. Montenegro diz que é como em 2002 - naquele ano era a vez de Lula, agora é a vez de Serra. Mas Lula podia ter perdido as eleições, não fossem vários fatores e a própria campanha, as alianças, as respostas durante a campanha, a crise etc. Para Montenegro, a crise de 2005, o chamado mensalão, encerrou a “Era PT” e no PSDB resta a Aécio Neves escolher entre ser vice ou senador por Minas.
Como vemos, muita certeza e pouca explicação. Como Lula se reelegeu em 2006 e o PT foi o partido mais votado para a Câmara dos Deputados, sem desconsiderar e subestimar os efeitos daquela crise, é evidente que tanto Lula como o PT tem força agora para levar a eleição para o 2º turno, evidentemente fazendo política bem e levando em conta essa realidade - a força da candidatura Serra e, principalmente, não vacilando em fazer as alianças regionais que levem à construção de palanques fortes nos Estados.
Como vemos, muita certeza e pouca explicação. Como Lula se reelegeu em 2006 e o PT foi o partido mais votado para a Câmara dos Deputados, sem desconsiderar e subestimar os efeitos daquela crise, é evidente que tanto Lula como o PT tem força agora para levar a eleição para o 2º turno, evidentemente fazendo política bem e levando em conta essa realidade - a força da candidatura Serra e, principalmente, não vacilando em fazer as alianças regionais que levem à construção de palanques fortes nos Estados.
Montenegro opina a partir de dados e pesquisas, mas precisa levar em conta o fator político, que ele tão bem conhece e, particularmente, a atuação dos tucanos e demos, suas propostas, alianças. E não pode desconsiderar a força de Lula, que não é FHC. Este, de fato, não fez campanha para Serra. Não porque não queria a sua vitória, mas porque não tinha condições políticas, seu governo era rejeitado. Já Lula, como o próprio Montenegro afirma, sairá festejado do governo, popular, nos braços do povo. Montenegro apenas esqueceu de acrescentar que o presidente fará tudo para eleger sua sucessora, inclusive a campanha como se fosse para ele mesmo. Isso fará a diferença. (Zé Dirceu).
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