Agência Folha, em Congonhinhas, Paraná - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai levar energia elétrica do programa Luz Para Todos para mais 1 milhão de casas de famílias pobres --atendendo pelo menos mais 5 milhões de pessoas-- até 2010. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), favorita de Lula para disputar sua sucessão no ano que vem, estava ao lado dele quando foi feita a declaração. Eles visitaram um assentamento rural ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Congonhinhas (PR), em evento que simbolizou a ligação de número 2 milhões do Luz Para Todos. Dilma também discursou. "Vamos chegar até o fim [de 2010] com quase três milhões de famílias e 15 milhões de pessoas", afirmou a ministra. "Alguns Estados [13 deles] já superaram a meta e já estão na segunda fase. Vamos ver se nós temos perna para cumprir com aquilo que nós nos propusemos", acrescentou Lula. Lula disse também que até o final de 2010 espera concluir um milhão de casas do programa "Minha Casa, Minha Vida". Ainda ao lado de Dilma, o presidente disse à plateia formada por assentados que é importante "acertar" nos políticos em que votar nas próximas eleições. "Se a gente acertar nos políticos que a gente vai votar, a gente tem chance de melhorar as coisas ainda mais e fazer as coisas acontecerem", disse.
Lula e a ministra disseram que o atual governo foi o primeiro a tratar políticas públicas para a população pobre como "investimento", e não como "custo" para o país. O presidente afirmou que o "grande feito" de sua gestão "foi colocar o pobre na mesa de negociação". Como exemplo, citou os programas sociais Bolsa Família e Luz Para Todos. "O pobre custa muito pouco nesse país. Eles não querem nada mais que o essencial", afirmou. Lula disse que as políticas sociais ajudaram o país a ganhar o "respeito de outras nações". Antes, disse o presidente, "o país não era respeitado porque era governado por pessoas que não se respeitavam". Desde o início, o tom do evento era de campanha eleitoral. Além das críticas aos governos antecessores, o apoio a Dilma foi a outra marca da solenidade. Ao ter o nome anunciado, ela foi ovacionada pela plateia, formada por agricultores e familiares, e retribuiu com sorrisos, acenos e beijos. No pronunciamento, a ministra também criticou governos anteriores ao falar sobre a área social do governo Lula. "Tinham criado um mito: que era um absurdo financiar a população pobre", afirmou ela. "O presidente disse, quando quis fazer o programa: vai ter que ter dinheiro, sim, para criar o Luz para Todos", disse. "No Brasil, achava-se que subsidiar era uma coisa contra o mercado", afirmou Dilma. "Por isso hoje [ontem] é um dia especial: depois de um grande esforço, chegamos a 10 milhões de brasileiros atendidos", disse Dilma ao citar o número de atendidos pelo programa. Depois do evento na área rural, Lula partiu para o centro de Congonhinhas, onde ele e sua comitiva participaram de inauguração de um Telecentro, prédio do governo do Paraná que abriga uma biblioteca e rede pública de internet. Cerca de mil pessoas, segundo a PM, esperava o presidente no local. Antes de partir, Lula se dirigiu às grades que limitavam a aproximação do público para bater fotos, abraçar e beijar mulheres e crianças. Para receber o presidente, o prefeito Luciano Merri (PTB) decretou feriado municipal.
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