sexta-feira, 26 de junho de 2009

As lições da crise financeira

José Dirceu:
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Gloria Macapagal-Arroyo e Lula
Em seu pronunciamento no Itamaraty...Em seu pronunciamento no Itamaraty, durante a recepção à presidente das Filipinas, Gloria Macapagal-Arroyo, o presidente Lula afirmou que é "impensável" que o FMI e o Banco Mundial (BIRD) continuem sendo "um condomínio de europeus e norte-americanos". A crise é uma oportunidade para a construção de novas "ordem e governança internacionais", afirmou Lula. E mais, "ela nos mostra que o mundo não pode ser regido por um clube de sete ou oito países ricos sem levar em conta mais da metade da humanidade". O presidente Lula também apontou que as organizações políticas e econômicas multilaterais "não podem mais prescindir do peso e da legitimidade dos países em desenvolvimento". Depois de defender a reforma da ONU e de agradecer o apoio das Filipinas ao pleito brasileiro por um assento permanente no Conselho de Segurança da entidade internacional, o presidente Lula apontou que o momento atual exige dos países em desenvolvimento uma atitude firme e coerente no enfrentamento da crise.
Estado mínimo e privatizações
- O presidente também reafirmou uma crítica que cai como luva para os oito anos do tucanato: "a crise atual resultou de um ciclo de quase três décadas de equívocos cometidos em nome do neoliberalismo. Foram as teses do Estado mínimo, das privatizações desenfreadas de empresas públicas e a crítica à forte presença reguladora do Estado que conduziram a economia global à beira do abismo". Lula lembrou seu recente pronunciamento na OIT e no Conselho de Direitos Humanos, em que condenou a "onda de xenofobia que acompanha a retração das economias dos países ricos". Para exemplificar a necessidade da reforma, não só do sistema de poder e financeiro internacional, mas dos rumos das decisões tomadas, basta comparar os recursos destinados pelos países desenvolvidos para os países pobres nos últimos 49 anos - 2 trilhões de dólares - frente aos 18 trilhões destinados a instituições bancárias e financeiras no último ano, fora os gastos militares e com a corrida armamentista e nuclear. Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr .
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