REUTERS - BRASÍLIA - Apesar da divisão interna entre seis chapas, a eleição que definirá em novembro o próximo presidente do PT mostra que em ao menos uma questão há consenso na legenda: a candidatura à Presidência da República da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Diferentemente do que ocorre no PSDB, onde os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) são pré-candidatos, no PT a escolha da ministra como a candidata do partido é tida como certa. Assim, o processo de eleição direta do PT, a ser concluído em novembro por seus filiados, servirá de palco para que as diversas correntes partidárias disputem o poder interno a fim de participar da direção da sigla e influenciar a elaboração do programa de governo de Dilma. Mais do que ganhar o comando do partido, as diversas correntes internas querem ter voz nos rumos da sigla. "A gente conseguiu construir em um prazo curto um virtual consenso em torno da ministra Dilma Rousseff", afirmou à Reuters o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "É um ambiente muito mais de coesão do que há dois ou quatro anos atrás", acrescentou, referindo-se ao período em que a crise causada pelo escândalo do mensalão provocou uma divisão na legenda. As inscrições das chapas que disputarão a presidência do PT terminaram no sábado. Seis candidatos se apresentaram. O favorito é o atual presidente da BR Distribuidora, o ex-senador José Eduardo Dutra, que representa a ala majoritária do partido (Construindo um Novo Brasil) e é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu grupo. Outros dois concorrentes de maior peso são os deputados José Eduardo Cardozo (SP) e Geraldo Magela (DF), respectivamente aliados do ministro Tarso Genro (Justiça) e do ex-presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP). Concorrem ainda a deputada Iriny Lopes (ES), que tem o suporte do ministro da Pesca, Altemir Gregolin, enquanto que Markus Sokol e Serge Goulart estão ligados a grupos mais à esquerda do partido. Atual secretário-geral do PT, Cardozo faz parte da direção que trabalhou para assegurar a aceitação do nome de Dilma como a candidata da sigla na eleição do ano que vem, depois da escolha feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ela (Dilma) é a nossa candidata. O centro da discussão da nossa chapa será o debate sobre o programa de governo que a ministra Dilma poderá adotar na campanha presidencial de 2010", comentou Iriny. Dilma, que não é fundadora do partido e já foi considerada cristã-nova por alguns setores do PT, tem tentado se aproximar dos líderes das diferentes correntes. "O nosso grande objetivo é ter um terceiro mandato, mas com a Dilma na Presidência", brincou Magela. (Reportagem de Fernando Exman)
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