sexta-feira, 31 de julho de 2009

Luz para Todos leva 500 mil pessoas de volta ao campo

Pesquisa do Ministério das Minas e Energia mostrou que 96 mil famílias beneficiadas pelo programa Luz para Todos voltaram para o campo. São cerca de 480 mil pessoas que retornaram. Ainda de acordo com a pesquisa, o proporcionou um aumento da renda das famílias atendidas e da compra de eletrodomésticos. Em entrevista ao boletim Em Questão, editado pelo governo federal, o secretário de Energia Elétrica do Ministério, Josias Matos, faz um balanço do programa. Leia abaixo:

Pesquisa do MME mostrou que 4,8% das famílias beneficiadas pelo programa voltaram para o campo. Como avalia esse dado para o futuro do País?
O percentual de 4,8 do universo de 2 milhões de domicílios atendidos representa, em números absolutos, 96 mil famílias que passaram a morar no campo após a chegada da energia elétrica. Cerca de 480 mil pessoas que retornaram aos sítios para fazer o que mais gostavam, que é trabalhar na própria terra. Se fizermos uma projeção para o final do programa, e considerando mais 1 milhão de famílias a serem atendidas, o número de retorno ao campo saltará para 144 mil famílias, o que representará 720 mil pessoas saindo das cidades. Além disso, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para cada R$ 1 investido no cidadão no campo será necessário cerca de R$ 10 para mantê-lo na cidade.
Como avalia a mudança no padrão de vida das pessoas que foram beneficiadas pelo programa? Ele ajudou a aumentar a renda das famílias? Sim, essa afirmativa foi confirmada na pesquisa realizada pelo Ministério por todo o Brasil, que identificou diversos benefícios que chegaram nas comunidades atendidas após a instalação da energia elétrica, promovida pelo programa. Entre os principais, citados pelos entrevistados, podemos destacar: de cada 10 pesquisados, 9 afirmaram que a qualidade de vida melhorou; as condições de moradias melhoraram para 88,1%; e a renda familiar para 35,6%; oportunidades de trabalhos para 34,2%; disponibilidade de postos de saúde/pronto socorro médico para 22,1%; e atividades escolares no período noturno para 40,7%, entre outros. Quanto ao aumento da renda familiar, podemos tomar como exemplo a comunidade Nossa Senhora de Fátima, no estado do Amazonas, que cultiva o cupuaçu e vendia a polpa por preços irrisórios e individualmente. Com a chegada da energia elétrica se organizaram e construíram uma agroindústria e hoje vendem 90% da produção local para o mercado de Manaus.
O Nordeste concentra quase metade dos brasileiros atendidos pelo programa. Qual impacto ele teve na região? Para 89,1% das mais de 1 milhão de famílias beneficiadas com a chegada da energia elétrica na região Nordeste a vida melhorou e esta melhoria foi atribuída totalmente ao programa. Isso foi o identificado na pesquisa. Em função da energia elétrica, chegaram bares, mercados, postos de saúde, dentista e escolas aos municípios. E foi possível a instalação de casas de farinha mecanizadas, criação de frangos e gado. O impacto positivo chegou também às moradias, que melhoraram para 83,7% dos entrevistados. As famílias atendidas pelo programa estão comprando mais eletrodomésticos.
Quais as regiões em que esta demanda acontece com mais ênfase? Os eletrodomésticos são os maiores sonhos para as famílias que não tinham energia elétrica, e agora, atendidas pelo programa, comprovadamente realizam. Antes mesmo de melhorar a moradia, os moradores de antigos quilombos, Assentamentos e aldeias indígenas, compram televisão. Tanto é que ela detém o primeiro lugar na pesquisa, obtendo 79,3% das aquisições. Em segundo a geladeira (73,3%) que, com a chegada ao lar, põem fim à carne salgada para conservar e a comida que era jogada fora por não resistir. A região com maior demanda de ligações do programa é a Nordeste. Segundo a pesquisa, 78,7% dos atendidos adquiriram uma televisão (794 mil aparelhos), 60,1% geladeira (606 mil) e 35,2% liquidificador (355 mil), seguida pela região Sudeste. Fonte PT.

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