sábado, 4 de julho de 2009

O priapismo midiático - 3

José Sarney adquiriu em 1999 uma casa que vale R$ 4 milhões. O escândalo consiste em empregar a parentalha, tendo um patrimônio enorme, mas são outros quinhentos.
No que interessa:
1. A casa consta de sua declaração de renda desde 1999.
2. Consta das declarações anuais do Senador ao Tribunal de Contas da União.
3. Consta das declarações anuais do Senador ao Senado.
4. Não constou da relação entregue ao Tribunal Regional Eleitoral do Amapá em 2006. Segundo a nota da assessoria de Sarney, o contador repetiu a mesma lista da última eleição dele no Amapá, em 1998.
Resta óbvio que, se Sarney ocultasse a casa em todas as declarações, tratar-se-ia de uma fraude. Se não ocultou a casa em nenhuma das demais declarações, pergunta-se: o que ganharia ocultando do TRE do Amapá? Nada. Donde a hipótese do descuido seria a mais razoável.
Mas o que faz o neo-Estadão? Pega parte da história e apresenta a um advogado que, em tese, emite seu julgamento.
“O advogado Alberto Rollo, especialista em direito eleitoral, falou em tese sobre o assunto. Segundo ele, a omissão de um bem à Justiça Eleitoral pode ser interpretada como “fraude”. Sem analisar especificamente o caso de Sarney, o diretor executivo do portal Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, também condenou a prática. “Quem omite bens mente ao eleitor.”
Em tese o jornal cometeu uma fraude ao não passar todas as informações para que o advogado pudesse avaliar melhor o episódio.
Melhor faria a mídia se investigasse os depósitos que ele possivelmente possuía no Banco Santos, do Edemar Cid Ferrreira.
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/

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