Petistas pregam necessidade de equilíbrio e transparência na CPI da Petrobras

O senador João Pedro (PT-AM) foi eleito nesta terça-feira (14), por oito votos a três, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar supostas irregularidades na Petrobras e na Agência Nacional do Petróleo (ANP). O vice-presidente é o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). O primeiro ato do presidente foi designar o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), relator da comissão. Também marcou a primeira reunião para 6 de agosto. João Pedro, ao avaliar a importância de iniciar o inquérito, salientou a responsabilidade no trato de assuntos da empresa petrolífera brasileira. "A responsabilidade não pode ser só do governo. Tem que ser dos onze senadores, de tratar desta empresa. Sei da responsabilidade e por isso todos os parlamentares estão tratando deste assunto como estratégia para o Brasil. Esta empresa está presente em 28 países. Tenho a responsabilidade, como todos os outros senadores, de focarmos nas investigações, trabalharmos com um debate profundo com a transparência e verdade".
João Pedro anunciou que na primeira reunião, o relator deverá apresentar seu plano de trabalho. O líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP), reforçou, antes da eleição do senador amazonense, que o trabalho da CPI da Petrobras deve ser pautado pelo equilíbrio e seriedade. "Vamos trabalhar com equilíbrio em função da importância da empresa no cenário mundial e para o País. A elite brasileira nunca apostou na consolidação da empresa", reagiu durante a instalação da CPI. Ao falar da importância estratégica da estatal para a economia brasileira, o líder ressaltou também o papel internacional uma vez que a companhia tem condições para iniciar a exploração do petróleo na camada pré-sal, o que elevará o País à condição de grande produtor mundial. "As reservas de petróleo dobraram e o pré-sal mudou a história do Brasil, impulsionando os investimentos tecnológicos e a capacidade técnica brasileira", ressaltou. "Ademais, ela é o principal instrumento de sustentação de crescimento econômico pelo volume de investimento investe mais que Estado e é a segunda no mundo no setor".
A Petrobrás tem hoje 54 mil funcionários, 3 mil gerentes, atua em 28 países e sua cadeia produtiva emprega 1 milhão de trabalhadores. O faturamento da estatal aumentou nos últimos 6 anos 600% em relação ao governo anterior. Com faturamento de R$ 240 bilhões por ano, investimento de R$ 60 bilhões anuais, a empresa paga R$ 94 bilhões em impostos. Hoje, tem caixa R$ 19 bilhões e sua cadeia produtiva representa 6,5% do PIB brasileiro.Segundo Mercadante, a base governista não compartilha o comando da CPI com a oposição porque houve quebra dos acordos políticos por parte dos oposicionistas. Além de não honrarem acerto para que o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, fizesse uma explanação no Senado sobre o desempenho da empresa e respondesse à supostas denúncias, a oposição não cumpriu acordo relativo à CPI das ONGs ao tirar do Bloco de Apoio ao Governo a relatoria, ocupada pelo senador Inácio Arruda (PCdoBCE). Enviado para o BLOG DA DILMA pela Assessoria de Imprensa da Liderança do PT no Senado.