Reportagem publicada hoje pela Folha de S.Paulo revela que o Brasil decidiu solicitar à Suíça o rastreamento de duas contas atribuídas a brasileiros que teriam recebido propina da Alstom, multinacional franco-suíça. O objetivo do rastreamento é descobrir quem se beneficiou de eventuais pagamentos da multi para que, caso seja provado que o dinheiro está ligado à corrupção, os recursos possam ser repatriados ao país. As contas rastreadas são atribuídas a Robson Marinho, chefe da Casa Civil no governo tucano de Mário Covas e hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado; e a Jorge Fagali Neto (irmão de José Jorge Fagali, presidente do metrô paulistano) que trabalhou entre 2000 e 2003 com Paulo Renato, então ministro da Educação.
Suspeitos integram o tucanato - Paulo Renato, hoje deputado tucano é secretário de Educação do governador-presidenciável de São Paulo, José Serra (PSDB). De acordo com o levantamento do Ministério Público suíço, a conta atribuída a Fagali Neto recebeu até setembro de 2003, R$ 20 milhões em valores corrigidos pelo câmbio atual: US$ 10.558.069 (R$ 19,4 milhões), mais US$ 211 mil (R$ 549,1 milhões). "O dinheiro teria saído de uma conta da Alstom na França e passado por outros bancos antes de chegar à suposta conta de Fagali Neto, aberta no Banque Safdié de Genebra", diz o jornal. A atribuída a Robson Marinho já chegou a ter quase R$ 2 milhões, mas hoje tem um saldo menor - de cerca de R$ 1 milhão.
Para entender os fatos - A decisão da Justiça de São Paulo, de bloquear contas na Suíça atribuídas a tucanos (ver nota acima), envolve várias gestões dos tucanos à frente do governo de São Paulo e uma única empresa, a Alstom, sob investigação na Suíça e no Brasil por suspeitas de ter pago propina para obter negócios com políticos tucanos. Um das contas é atribuída a Jorge Fagali Neto, que foi diretor financeiro do Metrô em 1993 e secretário de Transportes em 1994, no governo de Fleury Filho. Em outubro de 2003, um ano depois de a conta atribuída a Fagali ter recebido recursos da Alstom, o então governador Geraldo Alckmin assinou contrato para a construção da linha 4 do Metrô. A Alstom faz parte do consórcio que constrói a linha. A outra conta é atribuída a Robson Marinho, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e segundo homem na hierarquia do primeiro governo de Mario Covas, entre 1995-1999. Zé Dirceu.
Um comentário:
A Alstom acabou com minha vida profissional, executei em sao paulo a ampliaçao da usina Nova Piratininga, estou na justiça de de 2002 para provar oque fizeram .essa empresa tem sim atos escuros em toda sua hierarquia.mas acredito na justiça e irei vencer, mesmo diante de certos procedimentos que eles adotam em suas questoes.
sds edmilson.n@globomail.com
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