segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Eles fogem do debate e a culpa é do governo

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"Quem controla a comunicação, controla o poder político e econômico", as palavras do especialista em comunicação, o professor Marcos Dantas (leia nota acima) vem a calhar com o editorial publicado hoje em O Estado de S. Paulo, sob o título "A Conferência Nacional de Comunicação".
Apoiado na velha pose de vítima da censura, o jornal tenta "justificar", ou melhor, argumentar que a saída (há duas semanas) dos donos de jornais, rádios e TVs da comissão elaboradora da pauta da CONFECOM retira a legitimidade do encontro. Sem a presença desses representantes, que por vontade própria fugiram ao debate a CONFECOM não terá legitimidade? Como não? Pela primeira vez, o país terá a chance de discutir uma nova comunicação, uma demanda legítima que corresponde aos anseios da sociedade brasileira. Eles saíram porque queriam impor unilateralmente a pauta e mais, tudo indica que entraram na comissão já com a saída programada.
Mídia não quer submeter-se a controle da sociedade - Nesse editorial, o Estadão afirma que "controle social da mídia", como programa discutir a Conferência pode significar "condutas que venham a ferir os princípios da livre iniciativa e da liberdade de expressão, dando margem para que se persigam estações de rádio e de TV com base em ideologias abstrusas e assembleísmos. Daí para o autoritarismo, não é preciso dizer, basta um pequeno passo"
Como vocês podem ver, o problema meus caros não é a censura - em cuja condenação o jornal se escuda - mas o "controle social da mídia"! Algo que as grandes empresas de comunicação não aceitam. Preferem confundir a opinião do leitor escamoteando o que há por trás desse debate: o fim do monopólio das grandes empresas, a democratização da comunicação e o controle dos abusos cometidos diariamente pela mídia. Disso o editorial, evidentemente, não fala, de forma clara, explicitamente. Prefere adotar a ameaça: "o afastamento das entidades empresariais da fase preparatória da conferência deve servir de alerta para que o governo reconduza sua iniciativa aos trilhos adequados." Trilhos adequados? Só pode ser piada. ZÉ DIRCEU.

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