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Muita gente comemora a entrada de Marina Silva na campanha presidencial. Ela seria uma alternativa para "arejar a disputa", dizem uns amigos a quem respeito. Eu mesmo acho uma lástima termos de escolher entre um tucano autoritário e uma candidata do PT que não parece lá muito comprometida com bandeiras históricas da esquerda. A candidatura ideal pra mim seria aquela que reconhecesse os avanços do governo Lula (e são vários), sem abrir mão de fazer a crítica pela esquerda. Marina seria essa alternativa? O perfil dela indica que sim. Acontece que política não se faz com perfil do candidato apenas...
Por Rodrigo Vianna em Escrevinhador*
Um velho barbudo, no século 19 já dizia: as pessoas não são aquilo que dizem ser, mas aquilo que são na prática. A frase não é bem essa, a citação é mambembe, mas a idéia é essa. Não adianta o PT dizer que ainda é socialista. O partido virou uma máquina eleitoral social-democrata - e olhe lá. Não adianta o Serra dizer que ele é social-democrata; porque o partido dele foi responsável por um governo ultraliberal e privatista.
Sobre a candidatura de Marina, é preciso fazer duas perguntinhas simples:
- a quem interessa?
- quem estará com ela?
A resposta para a primeira pergunta é subjetiva. Há quem diga que interessa ao Serra, por tirar votos de Dilma, pela esquerda. Marina seria a Soninha em nível nacional. Mas há quem diga que a candidatura dela interessa ao eleitor que se sente órfão diante de um governo Lula que se abraça ao Sarney e ao Renan para sobreviver.
A resposta para a segunda pergunta é mais simples. Marina, se sair candidata, estará no PV. Ela foi recebida nesta quarta-feira pelo Gabeira. Ele trabalha há alguns anos como linha auxiliar dos tucanos, todo mundo sabe. Mais que isso: Gabeira é uma espécie de UDN verde. Moralista da boca pra fora, berrava contra Severino, de dedo em riste. Ao mesmo tempo, se lambuzava em dinheiro público, como já escrevi aqui - http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/gabeira-a-nova-udn-se-lambuza-em-dinheiro-publico.
Pois bem. Se alguém tinha alguma dúvida sobre as intenções do PV em relação a Marina Silva, isso se dissipou depois do encontro com Gabeira.
Leiam o que Gabeira disse ao site G1, que é uma espécie de porta-voz da UDN do Leblon.
G1: "Gabeira afirmou ainda que o “fator Marina” pode interferir no seu planejamento eleitoral. Ele é pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro e diz contar com o apoio de PSDB, DEM e PPS para a empreitada. O problema é que toda a negociação da aliança foi feita em cima da possibilidade de o deputado fazer campanha para o candidato à Presidência do PSDB, José Serra (SP) ou Aécio Neves (MG), apontados como potenciais nomes para encabeçar a chapa tucana.
Na visão de Gabeira, sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro só seria possível com um acordo entre os partidos para que ele defenda dois candidatos à Presidência, o do PV e o do PSDB.
Ele descartou ser candidato apenas pelo PV, sem alianças. “Não vou disputar só com um minuto na televisão.”
Volto eu. Gabeira, como se vê, terá dois candidatos a presidente: Serra e Marina. Nessa ordem. Ou seja: a senadora do Acre, para o PV, é sublegenda dos tucanos.
O povo não é besta. Vai perceber isso.
Espero que Marina também perceba. Antes que jogue sua biografia no lixo...
A boa notícia é que a candidatura Marina pode acabar com essa polarização Dilma x Serra. Se há espaço para uma sub-leganda dos tucanos, por que não apostar numa outra candidatura lulista?
O Ciro já avisou que está no jogo.
E disse, ao Estadão, qual seria o mote de sua campanha: "manter e institucionalizar tudo de bom do Lula. E consertar o que de contradição existe".
Ciro seria um pós-Lula. Um candidato que reconheceria os avanços de Lula, sem preconceito anti-nordestino, sem elitismo, e principalmente sem tucanos à sua volta.
Sou mais o Ciro do que a Marina capturada pelo PV serrista.
Por Rodrigo Vianna em Escrevinhador*
Um velho barbudo, no século 19 já dizia: as pessoas não são aquilo que dizem ser, mas aquilo que são na prática. A frase não é bem essa, a citação é mambembe, mas a idéia é essa. Não adianta o PT dizer que ainda é socialista. O partido virou uma máquina eleitoral social-democrata - e olhe lá. Não adianta o Serra dizer que ele é social-democrata; porque o partido dele foi responsável por um governo ultraliberal e privatista.
Sobre a candidatura de Marina, é preciso fazer duas perguntinhas simples:
- a quem interessa?
- quem estará com ela?
A resposta para a primeira pergunta é subjetiva. Há quem diga que interessa ao Serra, por tirar votos de Dilma, pela esquerda. Marina seria a Soninha em nível nacional. Mas há quem diga que a candidatura dela interessa ao eleitor que se sente órfão diante de um governo Lula que se abraça ao Sarney e ao Renan para sobreviver.
A resposta para a segunda pergunta é mais simples. Marina, se sair candidata, estará no PV. Ela foi recebida nesta quarta-feira pelo Gabeira. Ele trabalha há alguns anos como linha auxiliar dos tucanos, todo mundo sabe. Mais que isso: Gabeira é uma espécie de UDN verde. Moralista da boca pra fora, berrava contra Severino, de dedo em riste. Ao mesmo tempo, se lambuzava em dinheiro público, como já escrevi aqui - http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/gabeira-a-nova-udn-se-lambuza-em-dinheiro-publico.
Pois bem. Se alguém tinha alguma dúvida sobre as intenções do PV em relação a Marina Silva, isso se dissipou depois do encontro com Gabeira.
Leiam o que Gabeira disse ao site G1, que é uma espécie de porta-voz da UDN do Leblon.
G1: "Gabeira afirmou ainda que o “fator Marina” pode interferir no seu planejamento eleitoral. Ele é pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro e diz contar com o apoio de PSDB, DEM e PPS para a empreitada. O problema é que toda a negociação da aliança foi feita em cima da possibilidade de o deputado fazer campanha para o candidato à Presidência do PSDB, José Serra (SP) ou Aécio Neves (MG), apontados como potenciais nomes para encabeçar a chapa tucana.
Na visão de Gabeira, sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro só seria possível com um acordo entre os partidos para que ele defenda dois candidatos à Presidência, o do PV e o do PSDB.
Ele descartou ser candidato apenas pelo PV, sem alianças. “Não vou disputar só com um minuto na televisão.”
Volto eu. Gabeira, como se vê, terá dois candidatos a presidente: Serra e Marina. Nessa ordem. Ou seja: a senadora do Acre, para o PV, é sublegenda dos tucanos.
O povo não é besta. Vai perceber isso.
Espero que Marina também perceba. Antes que jogue sua biografia no lixo...
A boa notícia é que a candidatura Marina pode acabar com essa polarização Dilma x Serra. Se há espaço para uma sub-leganda dos tucanos, por que não apostar numa outra candidatura lulista?
O Ciro já avisou que está no jogo.
E disse, ao Estadão, qual seria o mote de sua campanha: "manter e institucionalizar tudo de bom do Lula. E consertar o que de contradição existe".
Ciro seria um pós-Lula. Um candidato que reconheceria os avanços de Lula, sem preconceito anti-nordestino, sem elitismo, e principalmente sem tucanos à sua volta.
Sou mais o Ciro do que a Marina capturada pelo PV serrista.
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