Presidente assume negociações para composição em seis Estados onde acerto do PT com aliados é difícil
Julia Duailibi- Estadão - Com o objetivo de criar palanques fortes para a candidatura petista no ano que vem e ampliar a tropa governista no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu entrar em campo e articular pessoalmente as alianças nos Estados para a eleição de 2010. No último mês, deixou de lado a liturgia presidencial e foi à "planície" se encontrar com lideranças partidárias, prefeitos e governadores a fim de tratar da composição de forças regionais em torno da continuidade do seu projeto governamental.
O presidente mergulhou nas negociações para a formação de alianças em seis Estados onde a situação do PT com aliados, como o PMDB, é no mínimo delicada. São eles Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais e Pará. Lula busca acertar o xadrez para formar um palanque único para a campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Planalto. Na movimentação das peças, coloca em jogo as duas vagas do Senado que cada Estado renovará no ano que vem. Quer fortalecer a presença governista na Casa que foi palco de crises políticas do segundo mandato.
"O presidente pondera, em primeiro lugar, a continuidade do projeto. Depois, a governabilidade. E, em terceiro, questões estaduais", afirmou a líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC). "Ele deixa claro que quer uma disputa plebiscitária com Dilma candidata. Reconhece que há problemas regionais e vai ajudar a resolver. O presidente acha que questões nos Estados não podem atrapalhar a candidatura nacional", disse o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP).
A atuação de Lula "no varejo" pretende compensar uma lacuna da personalidade de Dilma, que não é uma articuladora política inata. O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), e o chefe de gabinete Gilberto Carvalho têm recebido missões pontuais, muitas vezes repassadas ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, que se encontra com governadores e lideranças nas viagens que faz pelo País. As próximas são para o Amapá e o Pará, onde a situação PT-PMDB está indefinida.
No menu presidencial também estão PP, PR, PC do B e PSB, que Lula sondou há 15 dias para tentar dissuadir sobre o lançamento do deputado Ciro Gomes à Presidência. "Lula é um grande articulador. Ainda trabalha no aspecto mais macro, mas começa a se mexer para dirimir conflitos estaduais", disse o líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg. "Ele acha que é Deus, que pode passar por cima do acordo federativo. Não pode", critica o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ). Recentemente, o presidente se reuniu com os governadores do Paraná, Roberto Requião, e de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, e o prefeito de Goiânia, Íris Rezende, todos do PMDB. Pediu a garantia de palanque a Dilma. Também atuou para dificultar a ação tucana em Estados como Amazonas, Espírito Santo e Mato Grosso, ao angariar o apoio dos governadores. A Blairo Maggi (PR-MT) pediu ajuda para aproximar Dilma do setor agrícola.
COMENSAIS - Na semana passada, Lula se encontrou com lideranças do PMDB. Almoçou com o presidente da Câmara, Michel Temer, peemedebista cada vez mais próximo e cotado para vice de Dilma. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), abriu mapa para mostrar a situação da legenda na convenção que pode oficializar o apoio a Dilma. Lula não só escutou como deu sua avaliação em cada um dos casos. Para tentar unificar o palanque na Bahia, pediu ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que apoiasse a reeleição de Jaques Wagner, candidatando-se ao Senado. Em vão. Geddel rompeu com o PT baiano, para a contrariedade de Lula, que reclamou do ministro, candidato a governador.
Lula também ajuda no Pará, onde PT e PMDB, do deputado Jader Barbalho, não se entendem. Segundo aliados, ele pretende chamar Jader para conversar. Em Mato Grosso do Sul, trabalha para que as duas vagas do Senado fiquem com o PT, em palanque único com Puccinelli, candidato à reeleição. Mal começou a costurar, Lula já coleciona escorregões. Neste mês, lançou Henrique Meirelles (Banco Central) ao governo de Goiás. Esqueceu o PMDB. Teve de chamar às pressas o pré-candidato Íris Rezende para dizer que o mal entendido era intriga da oposição.
Julia Duailibi- Estadão - Com o objetivo de criar palanques fortes para a candidatura petista no ano que vem e ampliar a tropa governista no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu entrar em campo e articular pessoalmente as alianças nos Estados para a eleição de 2010. No último mês, deixou de lado a liturgia presidencial e foi à "planície" se encontrar com lideranças partidárias, prefeitos e governadores a fim de tratar da composição de forças regionais em torno da continuidade do seu projeto governamental.
O presidente mergulhou nas negociações para a formação de alianças em seis Estados onde a situação do PT com aliados, como o PMDB, é no mínimo delicada. São eles Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais e Pará. Lula busca acertar o xadrez para formar um palanque único para a campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Planalto. Na movimentação das peças, coloca em jogo as duas vagas do Senado que cada Estado renovará no ano que vem. Quer fortalecer a presença governista na Casa que foi palco de crises políticas do segundo mandato.
"O presidente pondera, em primeiro lugar, a continuidade do projeto. Depois, a governabilidade. E, em terceiro, questões estaduais", afirmou a líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC). "Ele deixa claro que quer uma disputa plebiscitária com Dilma candidata. Reconhece que há problemas regionais e vai ajudar a resolver. O presidente acha que questões nos Estados não podem atrapalhar a candidatura nacional", disse o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP).
A atuação de Lula "no varejo" pretende compensar uma lacuna da personalidade de Dilma, que não é uma articuladora política inata. O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), e o chefe de gabinete Gilberto Carvalho têm recebido missões pontuais, muitas vezes repassadas ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, que se encontra com governadores e lideranças nas viagens que faz pelo País. As próximas são para o Amapá e o Pará, onde a situação PT-PMDB está indefinida.
No menu presidencial também estão PP, PR, PC do B e PSB, que Lula sondou há 15 dias para tentar dissuadir sobre o lançamento do deputado Ciro Gomes à Presidência. "Lula é um grande articulador. Ainda trabalha no aspecto mais macro, mas começa a se mexer para dirimir conflitos estaduais", disse o líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg. "Ele acha que é Deus, que pode passar por cima do acordo federativo. Não pode", critica o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ). Recentemente, o presidente se reuniu com os governadores do Paraná, Roberto Requião, e de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, e o prefeito de Goiânia, Íris Rezende, todos do PMDB. Pediu a garantia de palanque a Dilma. Também atuou para dificultar a ação tucana em Estados como Amazonas, Espírito Santo e Mato Grosso, ao angariar o apoio dos governadores. A Blairo Maggi (PR-MT) pediu ajuda para aproximar Dilma do setor agrícola.
COMENSAIS - Na semana passada, Lula se encontrou com lideranças do PMDB. Almoçou com o presidente da Câmara, Michel Temer, peemedebista cada vez mais próximo e cotado para vice de Dilma. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), abriu mapa para mostrar a situação da legenda na convenção que pode oficializar o apoio a Dilma. Lula não só escutou como deu sua avaliação em cada um dos casos. Para tentar unificar o palanque na Bahia, pediu ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que apoiasse a reeleição de Jaques Wagner, candidatando-se ao Senado. Em vão. Geddel rompeu com o PT baiano, para a contrariedade de Lula, que reclamou do ministro, candidato a governador.
Lula também ajuda no Pará, onde PT e PMDB, do deputado Jader Barbalho, não se entendem. Segundo aliados, ele pretende chamar Jader para conversar. Em Mato Grosso do Sul, trabalha para que as duas vagas do Senado fiquem com o PT, em palanque único com Puccinelli, candidato à reeleição. Mal começou a costurar, Lula já coleciona escorregões. Neste mês, lançou Henrique Meirelles (Banco Central) ao governo de Goiás. Esqueceu o PMDB. Teve de chamar às pressas o pré-candidato Íris Rezende para dizer que o mal entendido era intriga da oposição.
Um comentário:
O LULA é um grande estadista e um grande político, muito bom articulador e por isso tem condições de reunir em torno da candidatura da Dilma vários partidos e grandes líderes, para fazer uma campanha forte e bater o Psdb no primeiro turno.
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