Ministra Dilma diz que não é nem pré-candidata ainda, e que, se for escolhida outra pessoa, vai trabalhar pelo projeto do presidente Lula: “por acreditar nele, vou fazê-lo com paixão”.
R7 – A senhora vai buscar mais aproximação com os políticos do PMDB?
Dilma Rousseff - Acredito que tenho uma aproximação razoável com os políticos do PMDB. Eu não sou uma pessoa da articulação política, mas eu convivo muito porque há por parte dos deputados e senadores uma preocupação com os principais problemas do governo. Vira e mexe, eles pedem explicação, querem saber. Eu dou, perfeitamente. Acho importante. Eles são da base do governo e quanto mais consciente a base for do que está ocorrendo, melhor, nos ajuda.
Essa relação é muito importante, porque [os projetos e obras] são lá na região dele [parlamentar], no Estado dele. Ele é que sabe porque está atrasado. E não é só gente da base [de apoio ao governo], não. É de todo o Brasil, incluindo a oposição. Tem muitos Estados que quando chega um [parlamentar], chegam todos. O que é normal. A mesma coisa acontece na forma como nós estruturamos no PAC Saneamento e Habitação. No passado, a gente sabe que era assim: o prefeito ou governador ganhava mais obras quanto mais próximo do governo ele estivesse, do ponto de vista do apoio político.
Se tem uma coisa ultrapassada, clientelista e velha, é isso! Eu acho que um grande mérito do presidente Lula foi acabar com esta prática. Nós não olhamos a origem nem do deputado, nem do senador. Da mesma forma no caso do prefeito e do governador. Pode olhar a distribuição! Muitas vezes aparece nos jornais: estão dando mais dinheiro para prefeitos do PT. Não é verdade! Se fosse, nós não teríamos o reconhecimento dos prefeitos que nós temos. Acho que isso é uma modernizada boa no Brasil.
R7 – Como a senhora vai administrar a pressão por se declarar candidata, que vai aumentar daqui para frente, principalmente com a divulgação de pesquisas de intenção de voto? Dilma - A pesquisa é o retrato do momento para o bem e para o mal, tanto quando você que está lá em cima, quanto para quem está lá em baixo. Nenhum candidato desconhece isso. No meu caso específico, como não sou ainda nem pré-candidata – sei que sou eu quem o presidente considera uma possível candidata -, mas sequer fui aprovada ainda em instância política partidária. Não estou falando em convenção. Mas num congresso ou outra reunião. Quando isso acontecer, e se acontecer, e se for eu, vou tomar minhas medidas.
Se for outra pessoa, vou trabalhar intensamente, porque acho que o projeto do presidente Lula é um legado para este país. Então, por acreditar nele, vou fazê-lo com paixão. E por acreditar que, só se consegue ver quanta coisa há por fazer, porque fizemos muito. Temos um convívio muito grande com o que ainda resta fazer. Nosso presidente tem perfeita consciência do que é o futuro. Não quer fazer o sucessor por capricho. É pelo fato de saber que com um terceiro mandato – que ele não pode exercer porque é um democrata – o Brasil vai ter uma revolução ainda maior, que nós iniciamos.
Tenho certeza que, com o passar do tempo, o presidente vai ser visto como um dos maiores do país. Não só do ponto de vista internacional, que hoje pouca gente é capaz de negar. Antes negavam o dia inteiro, né? Achavam que a gente era um horror em política externa. Uma porção de bem-pensantes dizia assim: “Olha lá, estão eles indo para a África e para a América Latina, fazendo esta política terceiro mundista. Aí depois falaram: “O que eles estão fazendo no Oriente Médio?” E torceram um pouco o nariz para a China. Quando nós chegamos nos Estados Unidos e o presidente virou “o cara”, aí a coisa mudou. Mas não foi só com o Obama, foi um boa relação também com o governo Bush. E tivemos relação qualificada com a União Européia, com o Japão.
Do ponto de vista internacional, nós fizemos muita coisa. Eu acho fundamental ter provado que é possível desenvolver este país com inclusão social: 190 milhões de brasileiros e brasileiros são a nossa riqueza. O mercado interno, num país continental, com esta quantidade de recursos naturais, é como se fosse a nossa âncora, o nosso centro, aquilo que nos fortalece e nos dá energia, nos permite sair para o mundo e batalhar. E ter o que oferecer: 190 milhões de brasileiros consumindo, com casa própria, com educação de qualidade, com oportunidades.
“O contato com o povo é transformador. As pessoas são fatores de transformação nas suas comunidades. Ao contrário do que se pensa, são bem informadas.”
R7 – A senhora vai buscar mais aproximação com os políticos do PMDB?
Dilma Rousseff - Acredito que tenho uma aproximação razoável com os políticos do PMDB. Eu não sou uma pessoa da articulação política, mas eu convivo muito porque há por parte dos deputados e senadores uma preocupação com os principais problemas do governo. Vira e mexe, eles pedem explicação, querem saber. Eu dou, perfeitamente. Acho importante. Eles são da base do governo e quanto mais consciente a base for do que está ocorrendo, melhor, nos ajuda.
Essa relação é muito importante, porque [os projetos e obras] são lá na região dele [parlamentar], no Estado dele. Ele é que sabe porque está atrasado. E não é só gente da base [de apoio ao governo], não. É de todo o Brasil, incluindo a oposição. Tem muitos Estados que quando chega um [parlamentar], chegam todos. O que é normal. A mesma coisa acontece na forma como nós estruturamos no PAC Saneamento e Habitação. No passado, a gente sabe que era assim: o prefeito ou governador ganhava mais obras quanto mais próximo do governo ele estivesse, do ponto de vista do apoio político.
Se tem uma coisa ultrapassada, clientelista e velha, é isso! Eu acho que um grande mérito do presidente Lula foi acabar com esta prática. Nós não olhamos a origem nem do deputado, nem do senador. Da mesma forma no caso do prefeito e do governador. Pode olhar a distribuição! Muitas vezes aparece nos jornais: estão dando mais dinheiro para prefeitos do PT. Não é verdade! Se fosse, nós não teríamos o reconhecimento dos prefeitos que nós temos. Acho que isso é uma modernizada boa no Brasil.
R7 – Como a senhora vai administrar a pressão por se declarar candidata, que vai aumentar daqui para frente, principalmente com a divulgação de pesquisas de intenção de voto? Dilma - A pesquisa é o retrato do momento para o bem e para o mal, tanto quando você que está lá em cima, quanto para quem está lá em baixo. Nenhum candidato desconhece isso. No meu caso específico, como não sou ainda nem pré-candidata – sei que sou eu quem o presidente considera uma possível candidata -, mas sequer fui aprovada ainda em instância política partidária. Não estou falando em convenção. Mas num congresso ou outra reunião. Quando isso acontecer, e se acontecer, e se for eu, vou tomar minhas medidas.
Se for outra pessoa, vou trabalhar intensamente, porque acho que o projeto do presidente Lula é um legado para este país. Então, por acreditar nele, vou fazê-lo com paixão. E por acreditar que, só se consegue ver quanta coisa há por fazer, porque fizemos muito. Temos um convívio muito grande com o que ainda resta fazer. Nosso presidente tem perfeita consciência do que é o futuro. Não quer fazer o sucessor por capricho. É pelo fato de saber que com um terceiro mandato – que ele não pode exercer porque é um democrata – o Brasil vai ter uma revolução ainda maior, que nós iniciamos.
Tenho certeza que, com o passar do tempo, o presidente vai ser visto como um dos maiores do país. Não só do ponto de vista internacional, que hoje pouca gente é capaz de negar. Antes negavam o dia inteiro, né? Achavam que a gente era um horror em política externa. Uma porção de bem-pensantes dizia assim: “Olha lá, estão eles indo para a África e para a América Latina, fazendo esta política terceiro mundista. Aí depois falaram: “O que eles estão fazendo no Oriente Médio?” E torceram um pouco o nariz para a China. Quando nós chegamos nos Estados Unidos e o presidente virou “o cara”, aí a coisa mudou. Mas não foi só com o Obama, foi um boa relação também com o governo Bush. E tivemos relação qualificada com a União Européia, com o Japão.
Do ponto de vista internacional, nós fizemos muita coisa. Eu acho fundamental ter provado que é possível desenvolver este país com inclusão social: 190 milhões de brasileiros e brasileiros são a nossa riqueza. O mercado interno, num país continental, com esta quantidade de recursos naturais, é como se fosse a nossa âncora, o nosso centro, aquilo que nos fortalece e nos dá energia, nos permite sair para o mundo e batalhar. E ter o que oferecer: 190 milhões de brasileiros consumindo, com casa própria, com educação de qualidade, com oportunidades.
“O contato com o povo é transformador. As pessoas são fatores de transformação nas suas comunidades. Ao contrário do que se pensa, são bem informadas.”
R7 – Como a senhora avalia hoje seu contato com o povo? Dilma - É transformador! Quando você começa a ter contato com a população de forma mais intensa você descobre a imensa importância que é prestar contas à população. As pessoas são fatores de transformação nas suas comunidades, no seu Estado. E elas, ao contrário do que muita gente pensa, são bem informadas. Mesmo num ato público, você percebe as respostas, seja pelo aplauso, pelo jeito de olhar… Depois destes atos, o presidente vai junto ao alambrado falar com o pessoal. O que o povo diz é muito interessante. As pessoas não só fazem perguntas como apresentam sugestões, têm reivindicações, apontam o que está errado. É uma relação muito rica.
Tenho me esforçado muito para conseguir me comunicar cada vez melhor. Dentro do gabinete a gente fica tendo uma fala muito técnica, até sem cor, que não cria um vínculo de compreensão e de emoção entre as pessoas. E todo mundo é muito movido à emoção. E tem uma coisa muito interessante… É muito generoso o nosso povo. Atualmente ficam me olhando para ver se eu estou bem. E depois dizem: “Você está bem, você melhorou! Agora o pior passou, você vai ver!” É uma maneira muito direta. É uma experiência, viu?!
R7 – Carisma é uma coisa importante? Dilma – Sem dúvida nenhuma, é muito relevante. Se se conquista, não tenho a menor idéia. Espero que sim! (risos)
R7 – Os resultados desta última pesquisa de opinião, que indicam rejeição de 40%, vão fazer a senhora mudar de comportamento de alguma maneira? Dilma – Olha, eu era uma pessoa anônima, do ponto-de-vista do conhecimento popular. Comecei com 3%. As pesquisas foram me elevando. Então, as pessoas me perguntavam o que eu acho disso. Eu digo: “Acho que é espuma, é um retrato do momento”. Continuo achando. Acho que ainda sou muito desconhecida, acho que outras pessoas também são muito desconhecidas da população.
A campanha eleitoral não chegou ainda. O que eu defino como campanha eleitoral? É quando as pessoas têm igualdade de condições. Ou não está pesando o recall ou todo mundo tem acesso às mesmas mídias. As idéias estão sendo contrastadas. Caso eu venha a ser candidata, isso é outro momento, não é agora! Agora eu tenho ainda de dar conta de muita coisa dentro da Casa Civil e seguir trabalhando. Está aí meu presidente que não me deixa descansar. Mas também me protege. Não posso me queixar. Portal R7
Tenho me esforçado muito para conseguir me comunicar cada vez melhor. Dentro do gabinete a gente fica tendo uma fala muito técnica, até sem cor, que não cria um vínculo de compreensão e de emoção entre as pessoas. E todo mundo é muito movido à emoção. E tem uma coisa muito interessante… É muito generoso o nosso povo. Atualmente ficam me olhando para ver se eu estou bem. E depois dizem: “Você está bem, você melhorou! Agora o pior passou, você vai ver!” É uma maneira muito direta. É uma experiência, viu?!
R7 – Carisma é uma coisa importante? Dilma – Sem dúvida nenhuma, é muito relevante. Se se conquista, não tenho a menor idéia. Espero que sim! (risos)
R7 – Os resultados desta última pesquisa de opinião, que indicam rejeição de 40%, vão fazer a senhora mudar de comportamento de alguma maneira? Dilma – Olha, eu era uma pessoa anônima, do ponto-de-vista do conhecimento popular. Comecei com 3%. As pesquisas foram me elevando. Então, as pessoas me perguntavam o que eu acho disso. Eu digo: “Acho que é espuma, é um retrato do momento”. Continuo achando. Acho que ainda sou muito desconhecida, acho que outras pessoas também são muito desconhecidas da população.
A campanha eleitoral não chegou ainda. O que eu defino como campanha eleitoral? É quando as pessoas têm igualdade de condições. Ou não está pesando o recall ou todo mundo tem acesso às mesmas mídias. As idéias estão sendo contrastadas. Caso eu venha a ser candidata, isso é outro momento, não é agora! Agora eu tenho ainda de dar conta de muita coisa dentro da Casa Civil e seguir trabalhando. Está aí meu presidente que não me deixa descansar. Mas também me protege. Não posso me queixar. Portal R7
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