Valor Econômico - De compromisso agendado para a eleição presidencial de 2010, PT e PMDB são também os partidos com o maior número de parlamentares na "Elite do Congresso", ranking anual do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) com os dez congressistas mais influentes. Na lista encabeçada pelo presidente da Câmara, Michel Temer, sete dos dez eleitos são petistas ou pemedebistas, dois integram as fileiras da oposição e um é pré-candidato a presidente da República, o deputado Ciro Gomes, do PSB do Ceará. O Diap faz a eleição dos dez parlamentares mais influentes há 13 anos. Do colégio eleitoral participam os 100 "Cabeças do Congresso", selecionados pela entidade a partir de critérios como a reputação do congressista e seu poder de articulação para a aprovação de projetos importantes. Neste ano, 75 dos 100 votaram - 56 deputados e 19 senadores. Havia expectativa de que o senador José Sarney (PMDB-AP) ficasse de fora da lista dos dez. Ledo engano. Sarney ficou com a quinta colocação, duas posições abaixo em relação à lista de 2008. Mas o Senado acusou a crise pela qual passou no início do ano: caiu de cinco para quatro os nomes dos senadores bem votados: além de Sarney, Romero Jucá (PMDB-RR), Aloizio Mercadante (PT-SP) e Arthur Virgílio (PSDB-AM). O senador Renan Calheiros (AL), líder da bancada pemedebista no Senado, aparece num modesto 11º lugar. "A pesquisa para a eleição dos dez, além de revelar os mais influentes a partir da opinião dos próprios parlamentares, serve para aferir a qualidade dos critérios utilizados pelo Diap na indicação dos 100", diz Antônio Augusto Queiroz, diretor de Documentação do Diap. "Os congressistas podem votar inclusive em parlamentares que não estejam entre os "Cabeças"", afirma. O resultado da eleição mostra que o aspecto institucional tem peso decisivo na percepção dos parlamentares - apenas um dos eleitos, Ciro Gomes, não ocupa uma função no Congresso. Além de Temer e Sarney, que presidem, respectivamente, a Câmara e o Senado, os demais são líderes, como os deputados Henrique Fontana (PT-RS), segundo colocado, Cândido Vaccarezza (PT-SP), em terceiro, Ronaldo Caiado (DEM-GO), em quarto, e Henrique Eduardo Alves, na sexta posição. Além de Sarney, a relação dos senadores tem Jucá (PMDB-RR) em sétimo lugar, Mercadante em oitavo e Virgílio em décimo. Toninho, como é mais conhecido o diretor do Diap, chama a atenção para os aspectos que considera relevantes na pesquisa. Um deles é que "os parlamentares que compõem a base de apoio ao governo estão numericamente mais bem representados na elite, com oito congressistas". São os quatro do PMDB, os três do PT e Ciro Gomes (nono). Entre os pemedebistas, todos participaram efetivamente para a aliança entre PT e PMDB: Temer, Sarney, Henrique Alves e Jucá. Sarney e Jucá integram a base governista desde o primeiro mandato de Lula; Temer e Henrique Alves foram decisivos nas negociações para integrar os deputados à aliança governista, que resultou na eleição de um petista para a presidência da Câmara, em 2007, e mais ministérios e cargos no governo para o PMDB. Do lato petista, destaque para o deputado Cândido Vaccarezza, líder na Câmara, que não só esteve no centro das negociações entre os dois partidos, como conseguiu um lugar entre os dez mais já no primeiro mandato como deputado federal. Outro aspecto ressaltado por Toninho é a "heterogeneidade do ponto de vista profissional entre os dez mais influentes". São três empresários, dois médicos, dois advogados, dois economistas e um diplomata. "A região Norte, mais pobre, empatou com a mais rica, a Sudeste, com três parlamentares cada na elite", destaca o diretor do Diap. Todos os eleitos do Sudeste são do Estado de São Paulo; do Norte, são todos senadores e cada um é de um Estado distinto (AP, RR e AM). A região Nordeste elegeu dois parlamentares - um do Ceará (Ciro) e outro do Rio Grande do Norte (Henrique Alves). "As regiões Sul e Centro-Oeste elegeram um cada, representando os Estados de Goiás e Rio Grande do Sul". "Do ponto de vista partidário, os melhores desempenhos ficaram com o PMDB e o PT", escreveu Toninho na apresentação do ranking a ser divulgado neste fim de semana pelo Diap. "Empatados, com um parlamentar na elite, estão o DEM, o PSDB e o PSB", registrou. Em seguida aos dez mais influentes, o Diap relaciona um "grupo da elite parlamentar, com votação expressiva, de deputados e senadores com elevado grau de influência". Neste caso estão Renan Calheiros (PMDB-AL), líder da Maioria no Senado e figuras carimbadas de outras extrações do Diap, como os deputados José Carlos Aleluia (DEM-BA), vice-líder do DEM na Câmara, e Flávio Dino (PCdoB-MA), vice-líder do bloco parlamentar PSB, PCdoB, PMN e PRB, e os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e José Agripino (RN), que é o líder do DEM.
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