Em reportagem publicada nesta quarta-feira, o jornal britânico Financial Times afirma que o Brasil é "vítima do seu próprio sucesso econômico" — razão pela qual anunciou a taxação de 2% sobre o capital estrangeiro. Outros jornais também comentaram a medida brasileira. Em quatro artigos dedicados ao tema em quatro seções diferentes, o jornal aposta ainda, como outros, que a iniciativa deve ser pouco eficiente no objetivo de conter a apreciação do real frente ao dólar. "O principal objetivo do governo é combater a volatilidade", diz.
O artigo mais noticioso, que ganha espaço na primeira página, afirma que, "se o governo está tentando conter o avanço estável do real em relação a outras moedas com a taxa de 2%, muitos estão céticos quanto à hipótese de dar certo". É que, diante das boas perspectivas para o país, a atração de capital externo tem crescido a passos largos. "O Brasil se tornou vítima de sua própria resistência à crise", diz o correspondente do jornal em São Paulo. No momento em que grande parte do mundo ainda sofre com os efeitos crônicos da recessão, o país "deu os ombros" para a crise e está "voltando rapidamente para um forte crescimento", afirma.
Como explicou um analista, citado em uma segunda matéria, com a taxa o governo brasileiro "está lutando contra todo o mercado". "Todo mundo quer estar no Brasil neste momento", disse, ao jornal. Em dois outros artigos, mais analíticos, o Financial Times avalia outras razões para a apreciação do real. O jornal diz que, se tiver sido unicamente por causa da riqueza gerada - rapidamente - pela alta das commodities, há razões para impor a taxa e tentar evitar a especulação financeira.
Sistema bancário - "Por outro lado, se a força do real se dever à permanente mudança nos termos de comércio do Brasil, há pouco que o governo possa fazer. Uma taxa de câmbio sobrevalorizada pode reduzir a competitividade, mas a resposta a isso é mais produtividade. Pelo menos o real forte faz os brasileiros se sentirem mais ricos, um bônus político antes das eleições do ano que vem", diz o Financial Times. Além disso, diz o jornal, a taxa que torna menos atrativo o capital de curto prazo também torna menor a saída de recursos à medida que a recuperação econômica melhorar a atratividade de outras partes do mundo. Para o jornal, "esta ação preventiva é um sinal promissor do amadurecimento financeiro do Brasil".
Em outros jornais estrangeiros, a taxação de capital estrangeiro também ganhou destaque. Para o americano Wall Street Journal, a medida "sublinha a enorme demanda dos investidores por ativos brasileiros, no despertar da crise financeira global. O forte sistema bancário e a classe consumidora ajudaram a anular o efeito da desaceleração econômica, tornando a nação sul-americana um dos poucos lugares bem-sucedidos no mundo".
Bola da vez - Nas palavras do Cinco Días, o maior diário financeiro da Espanha, "o escolhido para os Jogos Olímpicos de 2016 está em moda, mas se recusa a se converter na próxima bolha especulativa". Para o jornal, a "disparada" do Brasil é indiscutível, mas "a entrada de divisas também tem seu lado negativo, algo que, nos últimos anos, a Islândia pôde comprovar". O também espanhol El País observa que "a primeira grande crise da globalização deixa, até o momento, dois grandes ganhadores: os emergentes asiáticos e o Brasil". "Em ambos os casos o sucesso tem seus perigos", diz o jornal. "A bolsa brasileira subiu mais de 70% e o real se valorizou mais de 30% no ano: dois sinais de fortaleza, mas também de um perigoso reaquecimento." Nas palavras do argentino Clarín, a iniciativa do governo tem por objetivo "evitar que os investidores estrangeiros convertam o Brasil no que se define, em português, como a bola da vez, ou seja, o país do momento para os grandes ganhos oportunistas". BBC
O artigo mais noticioso, que ganha espaço na primeira página, afirma que, "se o governo está tentando conter o avanço estável do real em relação a outras moedas com a taxa de 2%, muitos estão céticos quanto à hipótese de dar certo". É que, diante das boas perspectivas para o país, a atração de capital externo tem crescido a passos largos. "O Brasil se tornou vítima de sua própria resistência à crise", diz o correspondente do jornal em São Paulo. No momento em que grande parte do mundo ainda sofre com os efeitos crônicos da recessão, o país "deu os ombros" para a crise e está "voltando rapidamente para um forte crescimento", afirma.
Como explicou um analista, citado em uma segunda matéria, com a taxa o governo brasileiro "está lutando contra todo o mercado". "Todo mundo quer estar no Brasil neste momento", disse, ao jornal. Em dois outros artigos, mais analíticos, o Financial Times avalia outras razões para a apreciação do real. O jornal diz que, se tiver sido unicamente por causa da riqueza gerada - rapidamente - pela alta das commodities, há razões para impor a taxa e tentar evitar a especulação financeira.
Sistema bancário - "Por outro lado, se a força do real se dever à permanente mudança nos termos de comércio do Brasil, há pouco que o governo possa fazer. Uma taxa de câmbio sobrevalorizada pode reduzir a competitividade, mas a resposta a isso é mais produtividade. Pelo menos o real forte faz os brasileiros se sentirem mais ricos, um bônus político antes das eleições do ano que vem", diz o Financial Times. Além disso, diz o jornal, a taxa que torna menos atrativo o capital de curto prazo também torna menor a saída de recursos à medida que a recuperação econômica melhorar a atratividade de outras partes do mundo. Para o jornal, "esta ação preventiva é um sinal promissor do amadurecimento financeiro do Brasil".
Em outros jornais estrangeiros, a taxação de capital estrangeiro também ganhou destaque. Para o americano Wall Street Journal, a medida "sublinha a enorme demanda dos investidores por ativos brasileiros, no despertar da crise financeira global. O forte sistema bancário e a classe consumidora ajudaram a anular o efeito da desaceleração econômica, tornando a nação sul-americana um dos poucos lugares bem-sucedidos no mundo".
Bola da vez - Nas palavras do Cinco Días, o maior diário financeiro da Espanha, "o escolhido para os Jogos Olímpicos de 2016 está em moda, mas se recusa a se converter na próxima bolha especulativa". Para o jornal, a "disparada" do Brasil é indiscutível, mas "a entrada de divisas também tem seu lado negativo, algo que, nos últimos anos, a Islândia pôde comprovar". O também espanhol El País observa que "a primeira grande crise da globalização deixa, até o momento, dois grandes ganhadores: os emergentes asiáticos e o Brasil". "Em ambos os casos o sucesso tem seus perigos", diz o jornal. "A bolsa brasileira subiu mais de 70% e o real se valorizou mais de 30% no ano: dois sinais de fortaleza, mas também de um perigoso reaquecimento." Nas palavras do argentino Clarín, a iniciativa do governo tem por objetivo "evitar que os investidores estrangeiros convertam o Brasil no que se define, em português, como a bola da vez, ou seja, o país do momento para os grandes ganhos oportunistas". BBC
2 comentários:
como é bom ter um país forte, onde a economia internacional acredita que pode investir com segurança e, nós temos que agradecer ao LULA por esta credibilidade internacional.
Vamos demonstrar o quanto estamos satisfeitos com o nosso presidente apiando e votando na sua candidata a Dilma em 2010.
Acho coerente querer aplicar IOF, sobretudo para conter a volatilidade do capital especulativo que certamente é contrária a lógica liberal. Pelo que se vê, o mercado não deu muita atenção para os 2%, uma vez que a bolsa hoje (21/10) deve fechar em alta. Quem não gostou foram os megaespeculadores que circulam o seu capital pelo mundo em questão de minutos.
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