domingo, 1 de novembro de 2009

Guilherme Fiúza: aquém da ironia, além do deboche

Guilherme Fiúza (Autor de "Meu nome não é Johnny")

Por DiAfonso


Em que pese o trabalho já registrado quer como jornalista, quer como escritor (é autor de
"Meu nome não é Johnny", que deu origem ao filme homônimo), Guilherme Fiúza parece-me ter se perdido de vez na sua tessitura verbal. "Aliásrimente" (como costuma dizer o filósofo Praxum, lá de Tiúma-PE), não sei se o que foi escrito por ele na Época (ver texto abaixo e as considerações da editoria do Terra Brasilis) está circunscrito aos limites da ironia como instrumento da expressão do pensamento ou se invade o espaço a partir do qual o deboche refinado é a forma mais mesquinha de se abater o oponente. Embora seja um leitor meio disperso para apanhar os cacos grandes de um escrito - peço-lhe que me perdoe por isso, caro Guilherme Fiúza -, não posso deixar de tecer as considerações que minha leitura gerou.


LULA FOR EVER*


Hugo Chávez tem razão: Lula e Jesus Cristo se parecem muito. Só não são a mesma pessoa porque o primeiro não foi para a cruz. Espera-se que nunca vá.
(Agarremo-nos ao simbolismo das coisas e dos fatos e veremos, diante de nós, um tênue liame entre a simbologia e a carga de realidade que ela destila. Caro Guilherme Fiúza, LULA já foi crucificado quando nasceu em uma região onde as oligarquias eram veneradas como deuses da vida e da morte e lá passou fome com sua família. Quantos LULAS ainda não existem por lá?!?!)

Entre vivas à democracia, o presidente venezuelano defendeu o terceiro mandato do governante brasileiro. “Se tem 80% de aprovação, por que sair?”
(A mídia corporativa da qual o senhor faz parte, caro Guilherme, tem insistido na publicização do desejo do Presidente da Colômbia em efetivar um terceiro mandato?!? Até onde vão as minhas leituras, não! Não se fala em Uribe, só em LULA.) O Palácio do Planalto ainda acaba nas mãos de uma junta reunindo Corinthians, Flamengo, Tony Ramos, Juliana Paes e o mais tocado grupo de pagode do momento. (As ilações, aqui, travestidas de referências conotativas foram de um mau gosto que não merecem considerações)

Talvez Chávez tenha razão. Brasileiros de todas as correntes precisam admitir, de uma vez por todas, que Lula está acima do bem e do mal.
(Se o povo sente que a agenda política, econômica e social executada até antes de LULA foi mudada para o bem do próprio povo, quem gerenciou esta mudança está acima do bem e do mal, sim, senhor!)

Chirac, Mitterrand, Helmut Kohl e outras lendas da democracia ocidental se enrolaram com problemas de contabilidade partidária. O publicitário que fez a campanha presidencial de Lula confessou, ao vivo, para todo o Brasil, que recebeu por fora, num paraíso fiscal. A vida seguiu como se nada tivesse acontecido. Um político que sai de uma dessas sem um arranhão é, no mínimo, um ser divino.
(Não, não é um ser divino, caro Guilherme Fiúza, é um ser entre os seres que foram ungidos para auxiliar na execução de uma programa de governo no qual o povo esteja representado e não a elite mesquinha tupiniquim. Se alguns desses seres cometeram o deslize de subverter o que se determinara é outra coisa. Aliás... A mídia corporativa da qual o senhor participa como profissional - deve estar agradando ao chefe, não é?!?! - não informa a seus leitores - é público e notório que esses leitores estão virando as costas para a Veja, IstoÉ, Época, Folha de S. Paulo, Estadão etc., pois a credibilidade dessa grande corporação midiática emana o cheiro das cloacas - que a contabilidade partidária do PSDB e do DEM por exemplo apresenta problemas. Dizem que o mensalão é obra do PSDB mineiro... Com a palavra o Senador Eduardo Azeredo)

E divindades não aparecem assim a toda hora. É preciso preservá-las, cultuá-las.
(O povo não cultua divindades, mas aquele governante que lhe faz o bem. Não seja ingênuo, caro Guilherme Fiúza!) Por isso Hugo Chávez está correto.

O mais sensato hoje seria dar logo o terceiro mandato a Lula. Sem eleição. Uma divindade não pode se rebaixar a um escrutínio. O Brasil aclamaria Luiz Inácio Lula da Silva não por mais quatro anos, mas para sempre. Presidente vitalício.
(Cômicas e pouco substanciais suas palavras. Mas ainda assim merecem uma consideraçãozinha: a vitaliciedade de LULA está no coração do povo e das gerações que virão... O mesmo não se poderá dizer dos governos militares e do governo do ex-príncipe da sociologia tupiniquim FHC.) O país passaria a ter um subpresidente, este sim sujeito a eleições. Enquanto Lula For Ever fosse venerado no rio São Francisco, e rodasse o território nacional para lançar seu filme, o subpresidente cuidaria da parte chata: governar. Todos ficariam contentes. E as eleições aconteceriam entre candidatos de verdade, não entre a marionete de Lula e os adversários da marionete de Lula.

Está na hora de o Brasil acordar: no Planalto está um homem que caminha sobre as águas, sobre os dossiês, sobre as mesadas e as cuecas. Isso não é política, é religião.
Os mortais precisam deixá-lo nas alturas, com a devida veneração, e retornar logo à vida real. Antes que seja tarde. (Aqui, caro Guilherme, concordo plenamente com você: voltemos à vida real e vejamos o quanto um país cresceu, distribuiu renda, focou a agenda no social e tornou-se um país respeitado lá fora. Esse país renasceu com o "apedeuta" Luiz Inácio Lula da Silva, um presidente que é divino, sim, pois olha para sua gente sofrida!)

* O vernáculo possui expressão que representa esta subserviência linguística, Caro

Guilherme Fiúza.
Do Blog Terra Brasilis


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