É visível a falta de bandeiras da oposição de direita, como demonstra a reentrada em cena do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, que acusou Lula de “autoritarismo e neoperonismo”.
É bem típico da elite latino-americana pegar mecanicamente exemplos de personagens históricos controvertidos, como foi Juan Domingos Perón, derrubado em 1955 por um golpe militar sangrento que contou com o apoio do Departamento de Estado. Perón caiu não por um pretenso autoritarismo, como dizia a direita, mas por tudo que fez para os descamisados e os projetos visando inclusive a integração sul-americana. Muito mais autoritário do que Perón foram os sucessivos governos militares argentinos, inclusive os dos anos a partir da derrubada de Isabelita Perón, em março de 1976.
FHC tem como meta política acabar com a Era Vargas, ou seja, revogar algumas conquistas históricas que o Brasil conseguiu no período do também controvertido presidente, como, por exemplo, alguns pequenos ensaios de tentativas de criação de um Estado de bem estar social. A direita nunca se conformou com isso, da mesma forma que com o fortalecimento de empresas estatais. Na Argentina foi mais ou menos igual. Lá apareceu um peronista de direita que pregava relações carnais com os Estados Unidos, Carlos Menem, enquanto aqui o serviço foi entregue ao sociólogo Cardoso com um ministro do Exterior que tirava os sapatos para ser revistado na alfândega dos Estados Unidos e não dizia nada (Celso Lafer).
A mais recente demonstração de falta de bandeiras está sendo dada por políticos da oposição de direita que sem entenderem absolutamente nada de questões técnicas de energia elétrica falam qualquer coisa com o objetivo de acuar o governo. A TV Globo aproveitou o gancho para investir contra Lula, demonstrando na prática que seu jornalismo não passa de linha auxiliar da oposição de direita.
FHC está aparecendo muito e na maior cara de pau tentando balizar a oposição. Há quem diga que ele poderá surgir como o terceiro nome do PSDB. Independente de que o candidato seja Cardoso, Serra ou Neves, na verdade, a eleição presidencial de outubro de 2010 colocará em confronto dois modelos: o atual, que mesmo com altos e baixos, está voltado para o fortalecimento do mercado interno com o Estado presente, com concessões à iniciativa privada, e o da direita, que se guia pelo mercado e tem como meta privatizar o que ainda resta de empresas estatais.
Algo muito semelhante acontece no vizinho pequeno Uruguai, onde no último domingo de novembro (29) os pouco mais de dois milhões e meio de eleitores decidirão entre o candidato da aliança de esquerda, Pepe Mujica, e o direitista ex-Presidente Luis Alberto Lacalle, do Partido Nacional. Como prova de desespero da direita, velhos representantes da oligarquia uruguaia, entre os quais o ex-Presidente Jorge Battle tentaram associar a descoberta de um arsenal de armamentos do crime organizado com ex-guerrilheiros tupamaros. O objetivo foi enfraquecer a candidatura de Pepe Mujica, que as pesquisas indicam estar na frente por uma diferença variada entre sete e oito pontos percentuais. Não colou.
O episódio em questão é no mínimo estranho. Um local pegou fogo, não se sabendo exatamente as causas, aí os soldados do Corpo de Bombeiros encontraram pesados armamentos. O responsável, uma figura manjada por estar associado ao crime organizado, inclusive brasileiro, reagiu e acabou morto no confronto com a polícia. Battle entrou em cena acompanhado do candidato Lacalle e até mesmo de um outro ex-Presidente, o colorado Juan Maria Sanguinetti, para investir contra o favorito Pepe Mujica.
É bom estar alerta neste 2010 porque por aqui poderão acontecer fatos do gênero direita uruguaia na estratégia de levar o candidato da direita – Cardoso, Serra ou Neves – ao Palácio do Planalto. Ah, sim: o Brasil está mesmo na crista da onda. Depois do presidente Shimon Peres, de Israel, vem aí o iraniano Mahmoud Ahmadinejad, numa demonstração concreta de que o governo Lula dialoga com todos os segmentos políticos e está na linha de frente do cenário internacional. Mas não se pode deixar passar em brancas nuvens que enquanto discursava falando de paz, Peres trazia em sua comitiva um representante da empresa israelense Elbit, especializada em armamentos, que foram utilizados em Gaza no mês de dezembro último contra palestinos. Paz e armamentos são água e azeite. A paz fica então na retórica.
Em tempo: Deu no Correio da Bahia: Rodrigo Veloso, irmão de Caetano Veloso (foto) e Secretário Municipal de Cultura de Santo Amaro fez questão de esclarecer, através de um pedido de desculpas, que a família Velloso não tem nada a ver com a declaração do mano famoso. Eis o teor do documento:
"Venho a público esclarecer que a recente declaração, feita pelo cantor e compositor Caetano Veloso sobre o Presidente Lula, não expressa, em nenhuma hipótese, a opinião da família Velloso. Sua matriarca, Dona Canô, por meu intermédio, deseja se dirigir ao Governador Jaques Wagner, a todos os brasileiros e, principalmente, ao Presidente da República, com um sincero pedido de desculpas".
Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação
FHC tem como meta política acabar com a Era Vargas, ou seja, revogar algumas conquistas históricas que o Brasil conseguiu no período do também controvertido presidente, como, por exemplo, alguns pequenos ensaios de tentativas de criação de um Estado de bem estar social. A direita nunca se conformou com isso, da mesma forma que com o fortalecimento de empresas estatais. Na Argentina foi mais ou menos igual. Lá apareceu um peronista de direita que pregava relações carnais com os Estados Unidos, Carlos Menem, enquanto aqui o serviço foi entregue ao sociólogo Cardoso com um ministro do Exterior que tirava os sapatos para ser revistado na alfândega dos Estados Unidos e não dizia nada (Celso Lafer).
A mais recente demonstração de falta de bandeiras está sendo dada por políticos da oposição de direita que sem entenderem absolutamente nada de questões técnicas de energia elétrica falam qualquer coisa com o objetivo de acuar o governo. A TV Globo aproveitou o gancho para investir contra Lula, demonstrando na prática que seu jornalismo não passa de linha auxiliar da oposição de direita.
FHC está aparecendo muito e na maior cara de pau tentando balizar a oposição. Há quem diga que ele poderá surgir como o terceiro nome do PSDB. Independente de que o candidato seja Cardoso, Serra ou Neves, na verdade, a eleição presidencial de outubro de 2010 colocará em confronto dois modelos: o atual, que mesmo com altos e baixos, está voltado para o fortalecimento do mercado interno com o Estado presente, com concessões à iniciativa privada, e o da direita, que se guia pelo mercado e tem como meta privatizar o que ainda resta de empresas estatais.
Algo muito semelhante acontece no vizinho pequeno Uruguai, onde no último domingo de novembro (29) os pouco mais de dois milhões e meio de eleitores decidirão entre o candidato da aliança de esquerda, Pepe Mujica, e o direitista ex-Presidente Luis Alberto Lacalle, do Partido Nacional. Como prova de desespero da direita, velhos representantes da oligarquia uruguaia, entre os quais o ex-Presidente Jorge Battle tentaram associar a descoberta de um arsenal de armamentos do crime organizado com ex-guerrilheiros tupamaros. O objetivo foi enfraquecer a candidatura de Pepe Mujica, que as pesquisas indicam estar na frente por uma diferença variada entre sete e oito pontos percentuais. Não colou.
O episódio em questão é no mínimo estranho. Um local pegou fogo, não se sabendo exatamente as causas, aí os soldados do Corpo de Bombeiros encontraram pesados armamentos. O responsável, uma figura manjada por estar associado ao crime organizado, inclusive brasileiro, reagiu e acabou morto no confronto com a polícia. Battle entrou em cena acompanhado do candidato Lacalle e até mesmo de um outro ex-Presidente, o colorado Juan Maria Sanguinetti, para investir contra o favorito Pepe Mujica.
É bom estar alerta neste 2010 porque por aqui poderão acontecer fatos do gênero direita uruguaia na estratégia de levar o candidato da direita – Cardoso, Serra ou Neves – ao Palácio do Planalto. Ah, sim: o Brasil está mesmo na crista da onda. Depois do presidente Shimon Peres, de Israel, vem aí o iraniano Mahmoud Ahmadinejad, numa demonstração concreta de que o governo Lula dialoga com todos os segmentos políticos e está na linha de frente do cenário internacional. Mas não se pode deixar passar em brancas nuvens que enquanto discursava falando de paz, Peres trazia em sua comitiva um representante da empresa israelense Elbit, especializada em armamentos, que foram utilizados em Gaza no mês de dezembro último contra palestinos. Paz e armamentos são água e azeite. A paz fica então na retórica.
Em tempo: Deu no Correio da Bahia: Rodrigo Veloso, irmão de Caetano Veloso (foto) e Secretário Municipal de Cultura de Santo Amaro fez questão de esclarecer, através de um pedido de desculpas, que a família Velloso não tem nada a ver com a declaração do mano famoso. Eis o teor do documento:
"Venho a público esclarecer que a recente declaração, feita pelo cantor e compositor Caetano Veloso sobre o Presidente Lula, não expressa, em nenhuma hipótese, a opinião da família Velloso. Sua matriarca, Dona Canô, por meu intermédio, deseja se dirigir ao Governador Jaques Wagner, a todos os brasileiros e, principalmente, ao Presidente da República, com um sincero pedido de desculpas".
Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação
Nenhum comentário:
Postar um comentário