quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Paulo Bernardo:Oposição deve procurar seu personagem de filme

As críticas feitas pela oposição de que o filme "Lula, o Filho do Brasil" é uma forma de manipulação política foram rebatidas nesta terça-feira com bom humor pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Ao chegar ao Teatro Nacional, onde o filme foi exibido na abertura do Festival de Cinema de Brasília, o ministro disse que a oposição deveria procurar, entre seus expoentes, alguém que também pudesse ter a vida retratada nas telas. Bernardo, no entanto, afirmou que não tinha sugestões de nomes a fazer. "Se procurarem bem, eles acham", disparou.
O longa tem sido criticado pela oposição, que teme o uso político da imagem do presidente com a divulgação da obra. Lula não disputará eleições no próximo ano, mas apoiará a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República. Paulo Bernardo obteve o apoio do presidente do PT, Ricardo Berzoini, que foi além e sugeriu um filme contando a vida do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Eles deveriam fazer um filme da vida de FHC. Acho que seria bem interessante".A exibição contou com a presença de várias autoridades do governo. O ministro do Esporte, Orlando Silva, também rebateu as críticas: "Gente, isso não é discurso, é cinema. O que me parece é que há uma certa dose de ansiedade no ar por parte daqueles que criticam. O Barretão - Fábio Barreto - , diretor do filme, me disse para ver a obra, que eu iria gostar e foi por isso que eu vim", disse Orlando Silva. Já o ministro das Cidades, Márcio Fortes, considerou que a oposição está fazendo o papel que cabe a ela fazer. No entanto, avaliou que não se trata de um filme sobre o presidente da República e sim sobre um cidadão brasileiro. "A oposição que marcar presença, está no papel dela, mas precisa ser elegante", disse o ministro.
O filme é baseado no livro homônimo de Denise Paraná e teve cenas filmadas em Pernambuco e em São Paulo de 20 de março deste ano. Para o cineasta Fábio Barrreto, as acusações de cunho político são injustas. Ele alega que queria lançar o filme há dois anos, no entanto, o impacto da crise financeira mundial sobre a economia influenciou no financiamento do longa metragem, que só será exibido para o público a partir de janeiro de 2010.
Barreto ressalta que o filme apresenta uma mensagem de otimismo e de crença na própria capacidade. "Se as pessoas acreditarem em si mesmas e na possibilidade de alterarem o seu destino, não se acomodarem ou ficarem reclamando, se elas teimarem, vão conseguir realizar os seus sonhos", destacou. "Essa é a mensagem do filme, não tem nada político. É um filme de emoção. É um melodrama épico. Eu sou um artista, não tenho ideologia e não estou vendendo nenhuma ideologia com esse filme. O filme é uma obra de arte, não tem nenhuma intenção política. Eu sou um artista, a minha obrigação é expor. Estou expondo,julguem como quiser", declarou Fábio Barreto, que não acredita que o longa poderá influenciar no processo eleitoral no próximo ano. "O filme não elege ninguém. Nem derruba", destacou.Barreto elogiou as iniciativas do governo como forma de popularizar o acesso à cultura. "Eu espero que esse filme ajude a indústria de audiovisual no Brasil a se consolidar . Algumas medidas, como o vale-cultura, vão dar oportunidade a muita gente. Tudo está crescendo no Brasil, menos o consumo de cultura. Acho que agora, com o vale-cultura, isso vai melhorar. Há também o programa de construção de salas populares nas periferias para que o povo possa consumir cultura, porque cultura não pode ser consumida apenas pela elite que tem dinheiro", considerou.
"Lula, o Filho do Brasil" tem duração de 128 min e foi produzido em parceria com a Globo Filmes. O filme não recebeu recursos de leis de incentivo municipal, estadual ou federal. O elenco conta com 130 atores, entre eles Rui Ricardo Diaz, que faz o papel de Lula dos 18 aos 35 anos. A atriz Cleo Pires interpreta Lurdes, primeira mulher de Lula, e Juliana Baroni faz o papel de Marisa Letícia. O filme também retrata o pai de Lula, Aristides, como um homem violento, vivido pelo ator Milhem Cortaz. Participaram ainda das filmagens 3 mil figurantes.O filme tem fotografia de Gustavo Hadba, direção de arte de Clóvis Bueno, figurinos de Cristina Camargo, roteiro de Daniel Tendler, Denise Paraná e Fernando Bonassi e música de Antônio Pinto e Jaques Morelenbaum. Agência Brasil.

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