Enviado deObama elogia política externa brasileira, inclusive na manutenção do diálogo com o Irã.
(Fatos Novos)Confesso meu espanto. É preciso alguma coragem e uma inabalável cara de pau, para dizer hoje exatamente o oposto do que você dizia ontem. É o que o Globo está fazendo: em sua conversinha diária com o aturdido Sadenberg, na CBN, Merval Pereira, o intérprete oficial da Maison Marinho, fez com que seus leitores e ouvintes ficassem finalmente sabendo que o Brasil alçou a condição de protagonista da cena mundial e, principalmente, divide com os EUA, a liderança no espaço latino-americano, com indiscutível preponderância brasileira do Canal do Panamá para o Sul. Exceto para assinantes do Globo e outros jornalões do mesmo jaez, nada disso é novidade e – como meus queridos e fiéis leitores são testemunhas – é exatamente isto o estamos dizendo neste blog, há alguns meses.
Mas não deixa de surpreender a guinada brusca efetuada por Merval. Um repentino acesso de honestidade profissional? É pouco provável. Há uma corrente que defende a idéia de que os Marinhos receberam uma espécie de pito do Departamento de Estado Norteamericano. “Menos, menos”, teria dito alguém com sotaque carregado, “se continuar assim vocês vão acabar criando um atrito sério entre nossa diplomacia e a brasileira. E se nosso dialogo com o Brasil deteriorar será um Deus nos acuda. Quem serão nossos interlocutor com a América do Sul? O colombiano Uribe, e o peruano Alan Garcia? Um desastre! Um desastre!”.
E, oficialmente, foi isto que Arturo Valenzuela, subsecretário de Estado para as Américas, um posto logo abaixo ao de Hillary Clinton (a Secretária de Estado), veio dizer em Brasília a Marco Aurélio Garcia, assessor de Lula para assuntos internacionais. Para o público, não disse coisa muito diferente: os EUA confiam no bom senso da política externa brasileira. Até mesmo em relação ao Irã “com quem é sempre bom manter uma porta aberta ao diálogo”.
E foi isto, com palavras muito parecidas, o que Merval disse na conversa com o atônito Sandeberg que até a véspera supunha que era de bom tom dizer que a política externa brasileira era uma sucessão de trapalhadas. Para dar força a argumentação, Merval concluiu destacando que ao fazer (na véspera) a dura advertência aos países que se aproximam do Irã, a Secretária de Estado dos EUA referia-se apenas aos países que obedecem à linha de Chávez. “Veja – disse ele – que Hillary Clinton não mencionou o Brasil”.
A explicação para tanto malabarismo pode ser encontrada na notícia que o próprio Globo publicou, meio envergonhado, escondida na página 30 da edição de segunda-feira: “Enviado de Obama (Valenzuela) elogia política de diálogo de Lula com o Irã”.
Os leitores do Globo um dia ainda terão plena percepção do quão calhordamente são ludibriados diariamente pelo jornal que deveria, como obrigação elementar, fornecer-lhes notícias fidedignas. Mas, e as demais estrelas do jornalismo global? O que dirão a seus incautos leitores, Noblat, o ingênuo irreverente ou Jabor, o bobo da emergente corte burguesa que se estende da Barra da Tijuca e dos Jardins paulistanos, até algum shopping de Miami? E o que dirá a seus espectadores, William Waack com aquele seu jeitinho de congregado mariano que peca atrás do altar?
(Fatos Novos)Confesso meu espanto. É preciso alguma coragem e uma inabalável cara de pau, para dizer hoje exatamente o oposto do que você dizia ontem. É o que o Globo está fazendo: em sua conversinha diária com o aturdido Sadenberg, na CBN, Merval Pereira, o intérprete oficial da Maison Marinho, fez com que seus leitores e ouvintes ficassem finalmente sabendo que o Brasil alçou a condição de protagonista da cena mundial e, principalmente, divide com os EUA, a liderança no espaço latino-americano, com indiscutível preponderância brasileira do Canal do Panamá para o Sul. Exceto para assinantes do Globo e outros jornalões do mesmo jaez, nada disso é novidade e – como meus queridos e fiéis leitores são testemunhas – é exatamente isto o estamos dizendo neste blog, há alguns meses.
Mas não deixa de surpreender a guinada brusca efetuada por Merval. Um repentino acesso de honestidade profissional? É pouco provável. Há uma corrente que defende a idéia de que os Marinhos receberam uma espécie de pito do Departamento de Estado Norteamericano. “Menos, menos”, teria dito alguém com sotaque carregado, “se continuar assim vocês vão acabar criando um atrito sério entre nossa diplomacia e a brasileira. E se nosso dialogo com o Brasil deteriorar será um Deus nos acuda. Quem serão nossos interlocutor com a América do Sul? O colombiano Uribe, e o peruano Alan Garcia? Um desastre! Um desastre!”.
E, oficialmente, foi isto que Arturo Valenzuela, subsecretário de Estado para as Américas, um posto logo abaixo ao de Hillary Clinton (a Secretária de Estado), veio dizer em Brasília a Marco Aurélio Garcia, assessor de Lula para assuntos internacionais. Para o público, não disse coisa muito diferente: os EUA confiam no bom senso da política externa brasileira. Até mesmo em relação ao Irã “com quem é sempre bom manter uma porta aberta ao diálogo”.
E foi isto, com palavras muito parecidas, o que Merval disse na conversa com o atônito Sandeberg que até a véspera supunha que era de bom tom dizer que a política externa brasileira era uma sucessão de trapalhadas. Para dar força a argumentação, Merval concluiu destacando que ao fazer (na véspera) a dura advertência aos países que se aproximam do Irã, a Secretária de Estado dos EUA referia-se apenas aos países que obedecem à linha de Chávez. “Veja – disse ele – que Hillary Clinton não mencionou o Brasil”.
A explicação para tanto malabarismo pode ser encontrada na notícia que o próprio Globo publicou, meio envergonhado, escondida na página 30 da edição de segunda-feira: “Enviado de Obama (Valenzuela) elogia política de diálogo de Lula com o Irã”.
Os leitores do Globo um dia ainda terão plena percepção do quão calhordamente são ludibriados diariamente pelo jornal que deveria, como obrigação elementar, fornecer-lhes notícias fidedignas. Mas, e as demais estrelas do jornalismo global? O que dirão a seus incautos leitores, Noblat, o ingênuo irreverente ou Jabor, o bobo da emergente corte burguesa que se estende da Barra da Tijuca e dos Jardins paulistanos, até algum shopping de Miami? E o que dirá a seus espectadores, William Waack com aquele seu jeitinho de congregado mariano que peca atrás do altar?
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