sábado, 12 de dezembro de 2009

O presidente e o palavrão que incomoda

Se tratar da língua é tratar de um tema político, a fala sem rodeios do presidente Lula, durante cerimônia de assinatura dos contratos do programa Minha Casa, Minha Vida, no Maranhão, vai encher a seção de cartas de jornais e revistas, além de dar o tom do moralismo seletivo dos grandes articulistas.
Por Gilson Caroni Filho, na Carta Maior

Fingirão não saber que palavras tidas como chulas são formas lingüísticas ímpares para expressar emoções que permeiam o corpo e os amplos campos das relações sociais. Não está em questão se o emprego se deu em contexto adequado, mas o que move o coro dos “indignados”.
Ao afirmar que "eu não quero saber se o João Castelo é do PSDB. Se o outro é do PFL. Eu não quero saber se é do PT. Eu quero é saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra; esse é o dado concreto", Lula tem consciência de que os opositores dirão que desrespeitou a postura pública que deveria manter em face de majestade do cargo que ocupa. Tanto que se antecipa à crítica anunciada: “Amanhã os comentaristas dos grandes jornais vão dizer que o Lula falou um palavrão, mas eu tenho consciência que eles falam mais palavrão do que eu todo dia e tenho consciência de como vive o povo pobre desse país".
Como tem sido colonizada para ter vergonha de ser o que é, uma boa parcela da classe média urbana se apresenta como defensora intransigente da propriedade, da família e do Estado Patrimonial. Confunde governo e salvação, ignora a representação, desconhece direitos sociais e políticos, menosprezando a exploração econômica, embora seja “mobilizável” por campanhas de caridades que reforcem a sua imagem de privilegiadas. Em busca de ilusões perdidas, está disponível para aventuras que realçam a ferocidade dos seus recalques. E qualquer enunciado que apresente um padrão variante é o suficiente para açular o seu ódio de classe.
PALAVRA DO INTERNAUTA:
Aylton Fernandes:
Olá Dilma,no dia 5 de Janeiro em processo Licitatório O Desgovernador Serra e Kassab, vão Privatizar o sistema que arrecada R$ 4,6 Bilhôes por ano a Companhia Metroplitana Paulista (Metrô) e a companhia Paulista de Trêns (SPTRANS) inclusive à Empresa Municipal de Transporte Urbano (EMTU) Se por ventura o Serra asumuir à Presidência da República estaremos ferrados, ele vai privatizar à Petrobras na calada da noite. Deus nos livre dessa maldição do DEMO-PSDB. Aylton


ENQUANTO serra acusa “pt press”, NÓS AINDA NÃO DENUNCIAMOS O “PRIMEIRO COMANDO” DA PIG.

Articulista Fernando Carvalho, de Madrid

José Serra está furioso com os jornalistas que assinaram as matérias que revelaram que ele cortou 61% dos investimentos do Estado em obras na Bacia do Alto Tietê, causando as enchentes que ocasionaram 23 mortes nos últimos dias.

Disse ele: "É mentira. Mentira e pura manipulação, quando não é o PT press. Porque o PT press é muito ativo”, falando em uma entrevista acusando um grupo de jornalistas que favoreceriam o PT, de distorcer informações.
É incrível como a psicologia e a psiquiatria se aplicam à política e como Althusser tinha razão ao ligar os escritos de Marx aos de Freud.Em especial me refiro ao mecanismo da “projeção”, através do qual uma mente acometida de sintomas patológicos atribui a outros seus próprios delírios.
É evidente que Serra sofre desse mal, pois participa do "Comando Central" que controla a imprensa escrita, falada, televisada e de internet mas acusa disso extamente ao PT, principal alvo da mídia reacionária e golpista.
Semana passada, no blog Desabafo Brasil, tratei desse tema, reclamando da relativa “moleza” que nós, da mídia de esquerda, ainda estamos damos ao Serra e à PIG. http://desabafopais.blogspot.com/2009/12/como-funciona-o-comando-central-do-pig.html
Disse eu, e repito mais uma vez, posto que não vi nenhuma resposta aos meus questionamentos:

1. Porque não denunciamos mais fortemente na mídia, em toda ela, a existência não só da “PIG”, que é uma entidade genérica e etérea, mas do “Comando Central da PIG”, dando nomes e sobrenomes dos chefes de redação que mandam jornalistas mentirem, censuram e cortam matérias? Porque não damos os nomes dos chefes de redação que demitiram jornalistas como Azenha, PHA, Rodrigo Vianna e tantos outros, por suas opiniões?

2. Porque não mostramos aos novos cidadãos que acessam ao mundo da informação política que, no passado, através do “IBAD”, “IPES” e da “OBAN”, a mesma mídia golpista de hoje, já tinha e já se organizou em um “Comando Central”, para manipular a opinião pública e ajudou a produzir um golpe de estado que destruiu as instituições democráticas em nosso país?

3. Porque não produzimos um site só com links para os melhores artigos e trabalhos sobre o IBAD, “instituto brasileiro de ação democrática”?

4. Porque não dizemos, num quadro, sobre cada um de nossos blogs, o nome e o sobrenome dos prováveis controladores da imprensa, dos chefes de jornalismo, chefes de redação da PIG, que devem compor o “Primeiro Comando da PIG”?

5. Porque não dirigimos a Ali Kamel, por exemplo e a outros “big bosses” da mídia corporativa a seguinte pergunta, em uma Carta Aberta, individual, em forma de Notificação Extra-Judicial, cuja resposta cobraríamos diariamente e guardaríamos para confrontar com a que ele daria em um possível processo por conluio para fraudar a prestação de um serviço publico concedido pelo Estado:

“Prezado Senhor:

Participa VS atualmente, ou já participou, de reunião, associação, articulação ou coordenação entre veículos de informação, pertencente a diferentes grupos econômicos, destinada a uniformizar, articular, censurar ou de alguma forma “combinar” a pauta ou o conteúdo de informações ou opiniões emitidas por estes veículos?”

A melhor defesa é o ataque.

Serra sabe disso.

E se aproveita de nossa ingenuidade, ao ficarmos denunciando genérica e diariamente à “PIG”, sigla em inglês que Paulo Henrique Amorim criou para denominar, genericamente, aos grupos econômicos que manipulam a opinião pública.

É preciso ser mais precisos.

É preciso ser menos genéricos.

É preciso acusar a clara existência de uma articulação através da qual até as manchetes dos jornais são uniformizadas, padronizadas.

É preciso acusar a “coincidência dos silêncios”, quando toda a mídia parece “esquecer” determinado tema, ao mesmo tempo.

É preciso buscar e reunir as evidências, vestígios, indícios e testemunhos da muito provável existência de uma intencional forma de articulação entre as redações e as direções dos principais grupos de Comunicação do Brasil, para censurar e manipular as informações que chegam ao publico brasileiro.

Uma forma de “comando” que parece ser em quase tudo igual ao antigo IBAD, só que agora feita não de forma aberta, mas clandestina e encoberta, funcionando “on-line”, vinte e quatro horas, para escolher aquilo que o povo brasileiro deve saber e pode pensar.

Chega de dar “moleza” à PIG, chamando-a de seu nome genérico e acusando-a de ser de oposição! Ser de oposição não é crime!

É direito deles, ser de oposição!

Mas não é direito deles articularem-se, propositalmente, para mentir, para bloquear ou censurar informações, manipular conteúdos, demitir jornalistas que não aceitam ser censurados, pois censura é crime, previsto na Constituição Federal, artigo 220.

E é essa articulação que precisa agora ser agora mostrada, denunciada e provada, pois se constitui em crime contra os direitos à informação, ao livre trânsito de idéias e opiniões e contra a democracia.

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