PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), tentou adiar a decisão do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), na conversa que tiveram, por telefone. Serra queria empurrar a decisão para fevereiro, apurou a Folha com aliados do governador mineiro.
Com a saída de Aécio do cenário nacional, Serra agora está mais exposto. É isso o que ele quis evitar ao tentar manter o mineiro pré-candidato a presidente ao menos mais dois meses. O paulista vinha insistindo que só a partir de março trataria dessa questão eleitoral.
A decisão de Aécio, porém, já estava tomada e ele agora passa a ser candidato ao Senado. Nem mesmo as pressões para que o mineiro seja vice de Serra estão sendo consideradas. Ninguém no PSDB de Minas trabalha com a possibilidade de haver a chapa "puro sangue", como vem sendo tratada.
Questionado sobre essa possibilidade, o presidente do PSDB-MG, deputado federal Narcio Rodrigues, disse à reportagem: "O lugar que permite ao Aécio exercitar a sua liderança nacional é o Senado".
Em outras palavras, se aceitasse ser vice de Serra, Aécio ficaria amarrado politicamente, no entendimento do seu grupo. Narcio disse que a própria decisão de Aécio de anunciar a sua saída do processo interno de escolha do PSDB mostra essa independência.
"Foi uma visão estratégica. Se o Aécio tivesse que ser candidato, teria que ter tempo para construir aliança. Tentamos mostrar que ele é o perfil que mais aglutina, mas isso não sensibilizou o partido. Ele não vai ficar a reboque de uma indecisão partidária, de uma postura do Serra", afirmou.
Narcio disse que os tucanos mineiros consideram correta a posição de Serra --que, por ter "alta visibilidade" no cenário nacional, não precisa decidir nada agora, ao contrário.
Secretário-geral do partido, o deputado estadual Lafayete Andrada disse que a decisão precisava
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), tentou adiar a decisão do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), na conversa que tiveram, por telefone. Serra queria empurrar a decisão para fevereiro, apurou a Folha com aliados do governador mineiro.
Com a saída de Aécio do cenário nacional, Serra agora está mais exposto. É isso o que ele quis evitar ao tentar manter o mineiro pré-candidato a presidente ao menos mais dois meses. O paulista vinha insistindo que só a partir de março trataria dessa questão eleitoral.
A decisão de Aécio, porém, já estava tomada e ele agora passa a ser candidato ao Senado. Nem mesmo as pressões para que o mineiro seja vice de Serra estão sendo consideradas. Ninguém no PSDB de Minas trabalha com a possibilidade de haver a chapa "puro sangue", como vem sendo tratada.
Questionado sobre essa possibilidade, o presidente do PSDB-MG, deputado federal Narcio Rodrigues, disse à reportagem: "O lugar que permite ao Aécio exercitar a sua liderança nacional é o Senado".
Em outras palavras, se aceitasse ser vice de Serra, Aécio ficaria amarrado politicamente, no entendimento do seu grupo. Narcio disse que a própria decisão de Aécio de anunciar a sua saída do processo interno de escolha do PSDB mostra essa independência.
"Foi uma visão estratégica. Se o Aécio tivesse que ser candidato, teria que ter tempo para construir aliança. Tentamos mostrar que ele é o perfil que mais aglutina, mas isso não sensibilizou o partido. Ele não vai ficar a reboque de uma indecisão partidária, de uma postura do Serra", afirmou.
Narcio disse que os tucanos mineiros consideram correta a posição de Serra --que, por ter "alta visibilidade" no cenário nacional, não precisa decidir nada agora, ao contrário.
Secretário-geral do partido, o deputado estadual Lafayete Andrada disse que a decisão precisava
ser tomada pela necessidade de uma construção político-eleitoral em Minas. "Essa decisão tem o sentido da unidade, mas nós [de Minas] ficamos livres para acertar as coisas por aqui", disse.
O deputado federal Ciro Gomes (PSB) e o ministro Carlos Lupi (PDT) estão entre os políticos de fora do ninho tucano a quem Aécio comunicou antecipadamente a sua decisão. Lupi foi informado pessoalmente, pois estava em Belo Horizonte.
Antes de Aécio fazer seu pronunciamento, o ministro havia dito que, se o mineiro fosse candidato do PSDB, o PDT poderia rever sua posição e apoiá-lo. Com Serra, disse Lupi, o PDT vai apoiar a virtual candidatura de Dilma Rousseff (PT).
O deputado federal Ciro Gomes (PSB) e o ministro Carlos Lupi (PDT) estão entre os políticos de fora do ninho tucano a quem Aécio comunicou antecipadamente a sua decisão. Lupi foi informado pessoalmente, pois estava em Belo Horizonte.
Antes de Aécio fazer seu pronunciamento, o ministro havia dito que, se o mineiro fosse candidato do PSDB, o PDT poderia rever sua posição e apoiá-lo. Com Serra, disse Lupi, o PDT vai apoiar a virtual candidatura de Dilma Rousseff (PT).
Um comentário:
A decisão de Aécio empurra a "batata quente" pra mão do Serra. Além do mais, o governador paulista fica meio obrigado a disputar a presidência da república, correndo o risco de perder. Se encarar fica um sentimento de covardia do Serra. Aécio não vai querer ser vice de Serra, pois corre risco de perder e amargar 4 anos sem mandato. Ao contrário disso, deve ser candidato a Senador, com grande probabilidade de ganhar e ficar com cargo de senador por 8 anos, podendo concorrer à governador ou presidente no meio do mandato. Além disso, Aécio fragiliza ainda mais os apoios aos tucanos serristas, pois além de perder o PDT, também perde aliados do DEM em vários lugares do país. Acho que agora é a derrocada tucana...
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