sábado, 30 de janeiro de 2010

Conjuntura política no Ceará

Na atual conjuntura qual será a composição política para as eleições de 2010 no Estado do Ceará?
Mesmo existindo uma resolução, apresentado pelo presidente do PT, Ilário Marques e o professor Antonio Carlos, indicando o nome do governador Cid Gomes como candidato à reeleição, a situação ainda está indefinida. O principal motivo da indefinição é a provável candidatura do deputado Ciro Gomes à presidência da republica.

Por que a candidatura do deputado Ciro Gomes
poderá modificar a tática eleitoral no Ceará?
Existe no país um projeto nacional capitaneado pelo PT, este projeto, até então vitorioso projetou o Brasil em todos os aspectos que se possa imaginar. Citaremos alguns exemplos: hoje o Brasil tem grande credibilidade internacional, o governo Lula investe maciçamente em educação são dez novas universidades, cento e quatorze escolas técnicas, centenas de projetos que visam desenvolver a educação no país e, entre eles se destacam a lei do piso do magistério, que atualmente corresponde a novecentos e cinqüenta reais, a economia nacional tem melhorado de forma significativa. Por tudo isso a nação precisa defender o projeto em curso e não colocá-lo em risco. Todavia o deputado Ciro Gomes insiste em apresentar seu nome à presidência da republica. Se isso acontecer ele estará cometendo o segundo erro político; o primeiro foi lançar a candidatura da senadora Patrícia Gomes à prefeita de Fortaleza contra o nome da atual prefeita Luizianne Lins. A prefeita Luizianne estava empenhada em construir uma aliança sólida com o PSB e também com o governador Cid Gomes, sobre isso havia uma proposição e, bastante convergência, por que então a senadora Patrícia Sabóia saiu do PSB de forma abrupta e desastrosa para disputar a eleição em Fortaleza, se estávamos juntos no mesmo projeto? Por que o deputado Ciro Gomes preferiu apoiar o projeto individual da senadora Patrícia?

A candidatura do deputado Ciro Gomes será o segundo erro e servirá para dividir o Estado do Ceará, uma parte da população vai apoiar a candidata do PT, Dilma Sousseff, a outra a do PSB, Ciro Gomes. Essa situação dividirá a cúpula e também a base do PT dificultando as relações políticas entre as chamadas forças de esquerda.


Você falou da existência de projeto nacional capitaneado pelo presidente Lula, o deputado Ciro Gomes tem um projeto nacional diferente para o Brasil?

Não, e se tem ninguém conhece. É por isso que eu disse, que a coisa mais inteligente seria a unidade de todas as forças progressistas em torno do projeto em andamento.


No caso de não existir um projeto novo, diferenciado, por que então o deputado Ciro Gomes insiste com a sua candidatura?

O deputado é um homem muito inteligente, ele é, sobretudo um estrategista político. Um homem com esse perfil sabe que colocar seu nome como candidato à presidência da republica numa eleição importante como a de 2010 equivale a projetá-lo como liderança nacional, além disso, lhe garantirá um cargo de elevado destaque na cúpula do próximo governo, caso perda a eleição.


O deputado Ciro Gomes já disse que não conhece o verbo desistir e que será candidato a presidente em 2010, neste caso é certo uma mudança na tática?

È impossível fazer esta afirmação. Hoje o PT não é mais aquele do seu inicio. Na primeira metade da história do PT, qualquer um sabia com quem o partido se coligaria ou não, qual seria o plano de governo, qual a sua proposição etc. Atualmente o PT se apresenta com uma nova linha de pensamento; chegamos a ponto de caminha até com indivíduos indignos, como: José Sarney, Roberto Jerfeson e Fernando Collor de Melo. É possível que alguém no nosso partido defenda apoiar a reeleição do atual governador am qualquer situação; há inclusive um sentimento de não questionar a participação do PSDB. Diante de tudo isso a situação política no Ceará em seu estagio atual é de difícil prognostico.

Ressalto que esta analise não se refere a pessoas, apenas busca fazer uma leitura do comportamento do nosso partido na contemporaneidade. É bem verdade que o partido tem também uma base revolucionária com a qual consegue fazer a disputa interna.


No atual momento do PT existem nomes para disputar a eleição ao governo do Estado?

O PT tem excelentes nomes: Ilário Marques, Luizianne de Oliveira Lins, José Barroso Pimentel, José Airton Cirilo, José Nobre Guimarães e o próprio deputado Artur Bruno; todos eles têm projeção e capilaridade política para disputar e ganhar a eleição.


A prefeita Luizianne é uma liderança de muito destaque, tanto em nível estadual como nacional, ela não seria o nome de maior destaque para uma possível candidatura do PT?

É claro que o nome da atual prefeita de Fortaleza é um nome de primeira grandeza política, como eu disse anteriormente, mas não sei se o momento atual permite. Ela governa a quarta capital brasileira, assim a sua responsabilidade é muito grande, penso que o projeto Fortaleza Bela deva ser fortificado sob a liderança da prefeita. Portanto esse aspecto conjuntural se apresenta como uma dificuldade em relação ao nome da prefeita.


Há discussão neste sentido dentro do PT?

Não, como eu já disse, o que há é uma resolução unânime da direção do partido que indica a continuação da aliança com o PSB em torno do nome do governador Cid Gomes. Apartir daí o que existe são probabilidades políticas. Penso que atualmente o PT trabalha no sentido de compor uma poderosa aliança para garantir o projeto estadual e nacional.


Quais os partidos mais fortes eleitoralmente no Estado do Ceará?

O PSB tem o governador e também um dos candidatos à presidência da republica, de modo que é um partido muito forte. O PT tem a prefeita da capital, 15 prefeitos no Estado e 123 vereadores, apresenta o nome do Ministro Pimentel para senador e tem uma base social muito politizada e forte, daí sua importância no cenário político do Estado. Outro partido que ainda tem uma certa projeção é o PSDB, mesmo desgastado pelas políticas desastradas, pela corrupção e pelo fracasso da administração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ele tem ainda muito força. Além do PSB, do PT e do PSDB está sendo arquitetado um jovem partido, que logo, logo, terá sua importância e surpreenderá muita gente; trata-se do PRB. Sobre esse partido eu falarei na hora certa, agora não posso.


Sendo o Cid Gomes o nome a governador do Ceará, como ficará o restante da chapa majoritária?

Esta é outra decisão muito difícil, haja vista, que já há um acordo para apoiar o nome do deputado Eunício Oliveira a senador. De modo que temos já os dois nomes: Eunício Oliveira PMDB e José Pimentel pelo PT, para este último não há uma decisão, mas existe um consenso geral.

Para essa pergunta a incógnita é: o PT teria também o vice? Para nós é legitimo indicar e lutar para ter o vice do nosso partido, mas também os outros acham legitimo fazer a mesma reivindicação. Por isso ao meu ver essa será uma decisão que ainda carecerá de muito tempo e muita discussão política.


O PT vai realmente apoiar a candidatura ao senado do deputado Eunício Oliveira?

O PT é um partido sério, essa decisão foi tomada num encontro do partido. Lembro que o coletivo que eu faço parte votou contra, todavia a proposta de apoiar o deputado Eunício foi vencedora, portanto temos a obrigação moral de cumprir com as resoluções aprovadas pela maioria. Quem não se submete à decisão do partido não pode ser do PT tem que ir pra algum partido fascista.


O governador apoiaria as candidaturas do deputado Eunício Oliveira e do Ministro José Pimentel?

Não vejo razão para que ele não apóie; os dois candidatos são base do governo Lula e do governo Cid. O único motivo plausível para o governador não apoiar os dois nomes seria uma resolução contrária do PSB, neste caso ele teria a obrigação partidária de seguir o seu partido.

Caso o PT consiga lograr êxito em seu propósito de ter o senador e o vice na chapa majoritária, quem será o vice?

Cabe ao partido, de forma coletiva, indicar o nome. Cada corrente ou coletivo interno do PT pode indicar seus nomes para serem apreciados, isso é legitimo e justo. A prefeita, por exemplo, deve ter seu nome e, deverá indicá-lo para a avaliação do partido, a DR coletivo em que milita o deputado José Guimarães, reivindica o nome do secretario das cidades Joaquim Cartacho, o atual vice-governador também se propões; sendo os nomes apresentados formalmente a escolha será prerrogativa do partido que a fará ou através de acordo ou de voto. Este deve ser o cominho, de tal modo que sejamos coerentes com a nossa prática democrática.


O deputado Eucínio Oliveira poderá retirar sua candidatura a senador para ser o vice do governador Cid Gomes?

A política é dinâmica. O PMDB tem muitos interesses em jogo, para ele é fundamental eleger um senador pelo Ceará, se essa possibilidade for ameaçada em virtude do jogo político, ele pode mudar de tática e escolher perfeitamente a posição de vice, que é um cargo de suma importância para qualquer partido político que se preze. Essas mudanças mesmo sendo abruptas podem acontecer, isso porque o projeto em curso no Ceará tem como atores principais o PSB, o PT e o PC do B; além desses que são partidos maiores há outros e, cada um vai lutar por sua esfera de poder, uma construção desse tipo abre muitas possibilidades neste sentido.


O governo Cid Gomes apoiaria a reeleição do senador Tasso Jereissati?

A eleição de 2006 deu outro rumo a política no Estado do Ceará. Houve uma sinalização de ruptura com o projeto particular e empresarial da corporação capitalista administrado pelo empresário selvagem Tasso Jereissati. O então candidato Cid Gomes concordou em se deslocar para um projeto de centro esquerdo.

Eu penso que o governador faz parte desse projeto e a tendência é afeiçoá-lo e não andar para trás.


Como deverá se comportar o Partido dos Trabalhadores nessas eleições de 2010?

Nossa ação deve ser inteligente, primeiro para que o Ceará contribua para a eleição da companheira Dilma Rousseff, essa deve ser a nossa maior prioridade. Aqui no Ceará temos a prefeita da capital, cujo projeto é de responsabilidade de todos, por conseguinte o nosso esforço deve ser para que ele seja um modelo para o resto do Brasil. Além da capital tem mais 15 importantes prefeituras que precisam continuar sendo acompanhadas pelo partido e também pelos nossos parlamentares. Outra meta importante é a eleição do ministro José Pimentel ao senado, eleger no mínimo quatro deputados federais e uma forte bancada estadual. Atualmente temos quatro deputados: Artur Bruno, Raquel Marques, Nelson Martins e Dedé Teixeira. Excetuando-se o deputado Artur Bruno que será candidato a deputado federal os três serão candidatos fortes; junto a eles há movimentação de pré-candidaturas internas com excelentes nomes, como: Antonio Carlos, Antonio Ibiapino, Camilo Santana, Marcelo Castro, Maria Betânia, Flavio Uchoa, Fábio Galvão e outros.

Essas são tarefas que temos pela frente. Tenho certeza que a nossa militância as cumprirá com bravura e fervor revolucionário.

Antonio Ibiapino da Silva - Jornalista e militante do PT

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