domingo, 10 de janeiro de 2010

Dilma: uma mulher presidente

por Marco Antonio Veiga
O pleito eleitoral que se avizinha, apesar de haverem vários pretensos candidatos, pela estrutura partidária a tendência é a polarização em dois nomes. Isso seria um fato comum, sem muito significado, porém, um é uma mulher. A grande e decisiva questão será essa: Dilma será candidata porque é mulher? Por que é novidade? Afinal, qual a razão dela se constituir no candidato de um dos maiores partidos políticos do País? Além, é claro do fato de ter o apoio do Presidente que em quase oito anos de mandato tem um índice de aprovação altíssimo.

Quando se questiona o fato de ser mulher se comete um atentado ao princípio da igualdade inserto no artigo 5°, da Constituição de 1988. Dilma não será a candidata das mulheres, nem dos homens, mas, tão somente uma candidata que os brasileiros podem acreditar, sem desmerecer nenhum outro postulante. Ética. Essa é a resposta. A candidatura Dilma é apresentada pelo Partido dos Trabalhadores em um momento de transição que o país atravessa e os princípios éticos serão determinantes para a construção de uma ponte que permite ligar o desenvolvimento econômico com a distribuição de riquezas. Nos próximos anos uma sucessão de eventos podem contribuir para que o Brasil seja uma das maiores economias do mundo. O país do futuro começa a se fazer presente. Ocorre que um comando “direitaaa... volver” significa mais que uma mudança ideológica, um retrocesso. A alternativa que se apresenta como possível adversário, atualmente administra com a segunda maior receita, perdendo apenas para a União, some-se ao fato de já ter sido Ministro e depois candidato de um governo que moralmente estava desacreditado junto às instituições internacionais. Dilma não é novidade. É Ministra de Estado responsável por uma das pastas mais importantes e deve ser avaliada pelo eleitor por sua atuação. Assim como o seu adversário em relação ao nível de aprovação em relação à administração que faz no Estado e, principalmente, quem são os beneficiários de seus atos.

Quando se fala em novidade ninguém com algum discernimento estará, por certo, se referindo, ao novo em sentido lato. A novidade que todos esperam nesse pleito gira no campo das idéias. Para Dilma, depois de um governo com enorme aprovação, o desafio é apresentar algo consistente para esse Brasil que está se construindo. Não é fácil. Contudo, por estar a frente de vários programas, e se não bastasse isso, tem a vantagem de possuir, no grupo que apóia a sua candidatura, nomes que podem somar idéias. Talvez, esse seja o fator decisivo. Tanto lá, quanto cá existem bons nomes, mas a diferença está na capacidade de gerir equipes. De tudo o que já se disse a respeito da candidatura Dilma, certamente isso é o mais importante. Afinal, o país não é uma empresa que deve voltar-se apenas aos lucros, há que solidariamente partilhar o esforço e as riquezas, respeitando as diferenças e similitudes e, para isso, o bom comandante deve saber escalar um time consistente, sem precisar trocá-los sempre que um desafio é imposto. Infelizmente, para o Brasil, o outro pretenso candidato não tem feito disso a sua prática.

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