terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Jardim Pantanal pede processo criminal contra governo Serra de SP por enchentes

Jardim Pantanal pede processo criminal contra governo de SP por enchentes
“Para moradores, que convivem com inundação da região há mais de um mês, governo de São Paulo está cometendo um crime contra milhares de famílias

Suzana Vier, Revista Brasil
Moradores do Jardim Pantanal, alagado desde o dia 8 de dezembro, reúnem-se com o Ministério Público Estadual, na capital paulista, nesta terça-feira (12), para pedir abertura de processo criminal contra o governo do estado de São Paulo. Segundo moradores, o governo optou por alagar o bairro e é responsável pelas mortes dos moradores do local.
“Não foi a chuva que matou pelo menos oito pessoas”, denuncia Ronaldo Delfino de Souza, da coordenação do Movimento de Urbanização e Legalização do Jardim Pantanal. Lideranças da região defendem que o alagamento do Jardim Pantanal, Jardim Romano e Vila Itaim foram propositais. “O governo tinha duas opções: parar o tráfego na Marginal Tietê ou matar pessoas nos bairros atingidos”, dispara Souza.
Segundo moradores, ouvidos pela Rede Brasil Atual, a inundação dos bairros não foi motivada pelas fortes chuvas que castigam São Paulo há um mês e, portanto, não seria “obra da natureza”. “Cometeram um crime contra milhares de famílias”, sustenta Souza. “Ele (governo) escolheu forçar as pessoas a saírem de suas casas para construir o parque linear do Tietê. É um parque que nasceu com sabor de sangue”, acusa.
A reunião acontece na sede do MPE, no centro de São Paulo, com a presença dos promotores de Direitos Humanos, Cidadania e Meio Ambiente. No encontro, os moradores prometem apresentar documentos, vídeo e reportagens que demonstram que a comporta da barragem da Penha foi fechada, no dia 8 de dezembro, por decisão do governo estadual.
Em 1997, durante o governo Mário Covas (PSDB-SP), a população do local sofreu problema semelhante. Para evitar enchente da marginal Tietê, durante o carnaval, a barragem da Penha teria sido fechada deixando o bairro 18 dias debaixo d´água.”
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